O bolero Vete de mi tem música do pianista Virgilio Hugo Expósito (Zarate, 3/5/1924 - Buenos Aires, 25/10/1997) e letra de Homero Aldo Expósito (Zarate, 5/11/1928 - Buenos Aires, 23/9/1987). O nome não é coincidência: eram irmãos. Gente fina, filhos de anarquistas. Amados e pensantes anarquistas, pois como o passante deste blog percebe, os nomes são sugestivos: Virgílio, da Eneida, e Homero, da Odisséia.
Virgilio foi o cara que, entre outras declarações polêmicas, insinuou que Gardel era bambi, e por essa (a gota) e outras foi colocado na sombra pela comunidade do tango. Músico formidável, nos seus últimos anos trabalhou com alguns roqueiros, como Charly García e Andrés Calamaro. Roqueiros... a simplista classificação já seria motivo de vivo orgulho, mas Charly e Andrés são muito mais.
Homero, o seu irmão mais velho, espetacular letrista, dizia que "nadie puede escribir un tango si no sabe escribir un soneto". Perfeccionista, escrevia, reescrevia, repassava mil vezes, e argumentava: "Es que no quiero que después venga ningún boludo a decirme que hay una coma mal puesta".
Virgilio foi o cara que, entre outras declarações polêmicas, insinuou que Gardel era bambi, e por essa (a gota) e outras foi colocado na sombra pela comunidade do tango. Músico formidável, nos seus últimos anos trabalhou com alguns roqueiros, como Charly García e Andrés Calamaro. Roqueiros... a simplista classificação já seria motivo de vivo orgulho, mas Charly e Andrés são muito mais.
Homero, o seu irmão mais velho, espetacular letrista, dizia que "nadie puede escribir un tango si no sabe escribir un soneto". Perfeccionista, escrevia, reescrevia, repassava mil vezes, e argumentava: "Es que no quiero que después venga ningún boludo a decirme que hay una coma mal puesta".
Compuseram muitos tangos. Maquillaje, de 1938, é um dos prediletos aqui no covil.
De conhecimento público Vete de mi é o único bolero composto pela dupla tanguera. Dizer que é conhecido é pouco: foi um estrondoso sucesso em todo o mundo, e hoje é um clássico do bolero cantinero, a meio caminho do filín.
Possui mais de 500 gravações com diferentes intérpretes, mas o início foi em Cuba, aquele povo endoideceu ao ouvir o bolero emprestado ao repertório do cantor argentino Daniel Riolobos, que para lá tinha ido em temporada. Logo o cubano Bola de Nieve estremeceu a América com sua interpretação. Em Cuba até os recém-nascidos sabem cantar Vete de Mi.
Na Argentina há muitas interpretações com adaptação de tango. Mas é bolero. Preferimos cantinero com requinto.
Sim, obviamente que Caetano também gravou, como sempre afinado, puxando a... alguma coisa.
Vai com a cubana Olga Guillot (Santiago de Cuba, 9/10/1922 - Miami, 12/7/2010), primeira cantora latino-americana a se apresentar no Carnegie Hall de Nova Iorque, 14 discos de ouro, 10 de prata e 20 filmes. Viveu muitos anos no México, pois alguma razão a fez sair da ilha em 1961.
Acompanhando a "rainha do bolero", o premiadíssimo grupo espanhol Los Sabandeños, das Ilhas Canárias (Tenerife). O termo sabanda remete a um sítio de San Cristobal de La Laguna, contração de "esa banda", margem ou banda de um barranco, onde o grupo folclórico nasceu.
Tú, que llenas todo de alegría y juventud
y ves fantasmas en la noche de trasluz
y oyes el canto perfumado del azul
vete de mí.
No te detengas a mirar
las ramas muertas del rosal
que se marchitan sin dar flor,
mira el paisaje del amor
que es la razón para soñar y amar.
Yo, que ya he luchado contra toda la maldad,
tengo las manos tan deshechas de apretar
que ni te puedo sujetar,
vete de mí...
Seré en tu vida lo mejor
de la neblina del ayer
cuando me llegues a olvidar
como es mejor el verso aquel
que no podemos recordar.
Bela interpretação!!! Recomendo acrescentar a versão de Bola de Nieve neste post: http://youtu.be/lDTLIwhF4XE é mais dramática. Caetano tambem gravou.
ResponderBorrarSalu2!!