lunes, 26 de septiembre de 2011

Carlos Zéfiro

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Hoje Carlos Zéfiro completaria 90 anos.

Carlos Zéfiro é o pseudônimo do funcionário público Alcides de Aguiar Caminha (Rio de Janeiro, 25/9/1921 - Sobradinho, DF, 5/7/1992), com o qual ilustrou e publicou, durante as décadas de 50 a 70, histórias em quadrinhos de cunho erótico que ficaram conhecidas por "Catecismos", responsáveis pelas primeiras febres da meninada. Ui.










Carioca boêmio, ilustrou e vendeu cerca de 500 trabalhos desenhados em preto e branco, com tamanho de 1/4 de folha ofício e de 24 a 32 páginas, que eram vendidos dissimuladamente em bancas de jornais, devido ao seu conteúdo porno-erótico, que ficaram conhecidos como "Catecismos" e chegaram a tiragens de 30.000 exemplares. Em algumas cidades do interior do RS a revistinha levava o sugestivo título de Fincadinha, para ser lida escondido, numa excitação dos diabos.

Os "Catecismos" eram desenhados diretamente sobre papel vegetal, eliminando assim a necessidade do fotolito, e impresso em diferentes gráficas em diferentes Estados, gerando, inclusive, diversos imitadores. Nos anos 70, Zéfiro caiu na mira dos censores da ditadura militar, queriam a sua cabeça a todo custo, mas ninguém sabia quem era o autor. Foi realizada em Brasília uma investigação, e chegaram a prender por três dias o editor Hélio Brandão, amigo do artista, mas deu em nada, Hélio encarou três dias de cadeia mas não abriu o bico. A razão para o anonimato se devia ao fato do artista ser funcionário público, poderia ser demitido por "incontinência pública escandalosa", prevista em lei de 1952.

Em 1992 recebeu o prêmio HQMix, pela importância de sua obra. Após sua morte teve um trabalho publicado como homenagem póstuma em 1997 na capa e no encarte do CD "Barulhinho Bom" da cantora Marisa Monte. Em 1998, as vinhetas de abertura e intervalos do Video Music Brasil 1998, da MTV Brasil foram claramente inspiradas nos folhetins de sua obra.


Em agosto de 1999, em Anchieta, bairro em que morava, foi inaugurada a Lona Cultural Carlos Zéfiro, com show da Velha Guarda da Portela e Marisa Monte. A deusa-cantora e o jornalista Juca Kfouri, que revelou a verdadeira identidade de Carlos Zéfiro nas páginas da Playboy, são os padrinhos da Lona Cultural, fundada e dirigida por um grupo de artistas locais, que tinha à frente Adailton Medeiros.

O que pouca gente sabe é que Alcides de Aguiar Caminha também era compositor. Duas de suas composições foram gravadas por muita gente boa: os sambas A Flor e o Espinho (de 1957, parceria com Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito) e Notícia (1958, parceria com Nelson Cavaquinho e Nourival Bahia).

Aqui A Flor e o Espinho, samba de todos os dias em butecos e escolas do Rio de Janeiro e do Brasil, noites de bar e boemia. A cantora pediu anonimato (?). Amanhã traremos o Nelson, cheio de pinga com aquela sua voz empastada, cantando. O fino.





Principal fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

4 comentarios:

  1. Pois acho até que vou tocar uma bronha pra comemorar estes 90 anos do grande carlos Zeffiro.

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  2. Belo samba do Carlos Zéfiro em parceria com o outro gênio Nelson Cavaquinho. Como dancei inúmeras vezes esse samba, sem saber que seus autores foram dois gênios. Como li, eu e minha geração, essa ilustrações pornôs do Zéfiro!!!! E quantas bronhas batemos em homenagens aa lindas garotas da nossa época. Muitas saudades daqueles velhos e bons tempos, que valeram a pena!!!!

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  3. Pois é, meus amigos, a moçada logo se dá conta de que aquela conversa de criar pelos na palma da mão é pura conversa, eheheh...
    Abraço.


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  4. Num tempo em que um desenhista tinha pouca referencia sobre anatomia to impressionado nunca fiquei tão fã de um desenhista! ainda mais ele que vivia numa época de ditadura.

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