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Em 1927, na Noite Luso-brasileira, realizada no Teatro da República, foi coroado "Rei do Samba". Apesar do título, foi acusado várias vezes de plagiar sambas alheios. Heitor dos Prazeres ameaçou o compositor de processá-lo, reivindicando a autoria parcial de "Ora vejam só" e de "Gosto que me enrosco". Como "troco", Heitor compôs "Olha ele, cuidado" e "Rei dos meus sambas", que Sinhô tentou impedir que fossem gravados. Um tempo depois Heitor conseguiria obter a indenização de 38 mil réis, pagos em prestações, por "Gosto que me enrosco". Tais disputas não abalaram seu prestígio e na época justificou seus "métodos de compor" com a famosa frase: "Samba é como passarinho, é de quem pegar...".
Esse foi Sinhô - José Barbosa da Silva (8/9/1888 - 4/8/1930 - Rio de Janeiro, RJ).
O Brasil vem de longe, desde a cartinha do Pero Vaz de Caminha (um exemplo de todos os "padres") pedindo emprego para um parente, isso bem antes do surgimento do Canhotinha de Ouro e sua lei.
O rei do samba teria sido um sujeito sem escrúpulos, a exemplo dos políticos da época. Todo feliz, ironizando, ferino, a pessoas como o cão Maluf de hoje. Os políticos gostavam.
Aqui a gente não tem Sinhô como ladrão. Mesmo porque as acusações de plágio partiam em todas as direções. No caso, um dos que gritaram reclamando foi Heitor dos Prazeres, nome famosão, lépido para manter o seu pedaço. Mas e os sambas roubados dos cartolas de vilas sem nome? E o "ladrão" que foi Francisco Alves, se levarmos a ferro uma época que hoje não entendemos? E os caras de hoje? Se eu derrubar aqui o pouco que sei, acabo com muita gente que enche de grana as burras da Grobo. E precisarei reforçar a segurança da palafita. Pois é. Quanto à sociedade daquele tempo, cremos que Sinhô tinha sua maneira própria de se vingar, já que em armas nem em sonhos os pobres podiam pegar. Mas respeitamos a opinião do Jarbas Passarinho, supondo os leitores saberem qual é.
Aqui a gente não tem Sinhô como ladrão. Mesmo porque as acusações de plágio partiam em todas as direções. No caso, um dos que gritaram reclamando foi Heitor dos Prazeres, nome famosão, lépido para manter o seu pedaço. Mas e os sambas roubados dos cartolas de vilas sem nome? E o "ladrão" que foi Francisco Alves, se levarmos a ferro uma época que hoje não entendemos? E os caras de hoje? Se eu derrubar aqui o pouco que sei, acabo com muita gente que enche de grana as burras da Grobo. E precisarei reforçar a segurança da palafita. Pois é. Quanto à sociedade daquele tempo, cremos que Sinhô tinha sua maneira própria de se vingar, já que em armas nem em sonhos os pobres podiam pegar. Mas respeitamos a opinião do Jarbas Passarinho, supondo os leitores saberem qual é.
Sinhô fingia lamber as botas e soltava enormes risadas, bem diferente de certo "reizinho", o coberto ralos, que só não deu aquilo para a ditadura porque os milicos o achavam muito magro.
Uma pequena parte da história de Sinhô está AQUI, no Cravo Albin, de onde pegamos este pouquinho lá de cima.
Uma pequena parte da história de Sinhô está AQUI, no Cravo Albin, de onde pegamos este pouquinho lá de cima.
A história de Sinhô é reverenciada no Rio de Janeiro. Pudera, era a Côrte, daria filme: "O Riso e a Ladroagem: a Origem".
Cravo Albin diz mais:
Freqüentava as reuniões da casa da Tia Ciata (situada na Rua Visconde de Itaúna), onde os primeiros sambistas se encontravam periodicamente. Numa dessas rodas é que foi composto "Pelo telefone", primeiro samba gravado em 1917, como sendo de autoria de Donga. Depois do lançamento, foi um dos vários sambistas que reclamou a co-autoria do samba, alegando que a música surgiu de um improviso coletivo feito numa das reuniões da casa de Tia Ciata.
Aliás, em meio à polêmica, participou com João da Mata, Germano, Mauro, Hilário, Tia Ciata, da versão dos reclamantes endereçada a Donga: "Tomara que tu apanhes/ Pra não tornar a fazer isso/ Escrever o que é dos outros/ Sem olhar o compromisso". Logo depois se afastou do grupo de Tia Ciata e, segundo palavras de Edigar Alencar, "toma gosto pela composição e pelas brigas".
Em 1918, teve sua primeira composição gravada e editada, o samba "Quem são eles?", interpretado por Bahiano na Odeon. Segundo Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello, "o samba era dedicado a um bloco homônimo, ligado ao Clube dos Fenianos. Como os ânimos no meio musical continuassem agitados com a polêmica de "Pelo telefone", o título "Quem são eles" acabou sendo tomado como provocação por seus adversários, causando nova polêmica".
Os adversários eram, no caso, todos os compositores baianos ou filhos de baianos, ou seja: Donga, Pixinguinha, China, Hilário, entre outros freqüentadores da casa de Tia Ciata, também baiana. O samba tinha nos versos iniciais "A Bahia é boa terra/ Ela lá e eu aqui, Iaiá...". Isso provocou a revolta dos "baianos" que passaram a rivalizar com o compositor por meio de "sambas resposta".
Organizou um grupo que tinha flauta, trombone, violão, cavaquinho, ganzá, pandeiro e reco-reco e deu-lhe o nome de "Quem São Eles?". Com o conjunto, passou a desafiar os sambistas rivais.
Esse momento da história da nossa música popular foi marcado pela divergência entre os compositores que continuariam presos a suas raízes folclóricas e aqueles que se urbanizavam definitivamente, a caminho da profissionalização. Na verdade, a música brasileira lucrou muito com isso, pois muitos sambas surgiram dessa rivalidade entre Sinhô e os "baianos": "Fica calmo que aparece" (Donga); "Não és tão falado assim" (Hilário Jovino Ferreira); "Já te digo" (Pixinguinha e China), em que os compositores traçavam um perfil nada agradável de Sinhô ("alto, magro e feio"). Replicou a crítica com "Três macacos no beco", numa referência a Pixinguinha, Donga e China. Em 1919, seu samba "Quem são eles?", foi apresentado na revista "A Bahia é terra boa", de Cãndido de Castro e Luís Rocha, apresentada no Teatro República. No mesmo ano, o samba "Confessa, meu bem", foi cantado na revista "É de Ban-Ban-Ban', de Rego Barros e Carlos Bitencourt, apresentada também no Teatro República.
Aqui a gravação original de "Jura", que uma alma boa colocou no youtube.
Aqui parece que ninguém, nem Heitor dos Prazeres, reclamou. E Heitor estava junto naquela madrugada, vendo Sinhô tomar um gole após o outro e tontear com a idéia na cabeça, dizia que era um peixe que tinha na barriga, duas horas depois na garganta, se debatia.
Tinha que tirar.
Aqui parece que ninguém, nem Heitor dos Prazeres, reclamou. E Heitor estava junto naquela madrugada, vendo Sinhô tomar um gole após o outro e tontear com a idéia na cabeça, dizia que era um peixe que tinha na barriga, duas horas depois na garganta, se debatia.
Tinha que tirar.
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