viernes, 8 de octubre de 2010

José...

               Caro José
No dia 26 de agosto de 2010, abismado com a incompetência dos programas eleitorais na tevê, em texto também chamado José eu lhe disse o seguinte:
"Ocorre-me neste instante que a melhor imagem seria a de um circo, o espetáculo favorito do populacho. Sob o vídeo azulado ou sob a tenda de lona colorida, muita música, dança, teatro, figurinos, e no picadeiro principal malabaristas, bailarinos, equilibristas, ilusionistas e, como sempre, os animais amestrados, com tão repetitivas quanto antigas gingas, em troca de restos de comida alguns, da alma vendida pela ilusão da fama outros. No nosso circo, José, o povo está apinhado nas arquibancadas, espoliado, palhaço de perdidas ilusões no chão de falsas estrelas.
Abdico da imagem circense pela melancolia que me invade, José, este meu bilhete era para ser uma rápida tentativa de brincar mais uma vez com assunto sério, para não perder o juízo.
(...)
Nenhum gênio desses marqueteiros de vocês pode ser deixado a sós perto da carteira alheia, e menos ainda com poder de decisão sobre qualquer coisa. Eles não têm limites, é gente vil que vive de vender gato por lebre, são perigosos. E nenhum teve a idéia de falar em manter o ajutório família porém desonerando a cesta básica para todos, os malditos impostos indiretos? Esses gênios são gatos, José, gatos burros. E o que dizer de quem os contrata?
(...)
Se eu dissesse mude, José, reaja, livre-se dos faraós em ouro que te cercam, coloque fogo no circo, adiantaria?
Não se dê ao trabalho de responder."

Nenhum mérito meu, qualquer sujeito com meio neurônio enxergava isso.
Pois agora levantaram-se vozes de peso. Na sua coluna de ontem no JB, em Os cidadãos estão cansados, o grande jornalista e pensador brasileiro Mauro Santayana (foto) vem de dizer:

"Teve razão o senador eleito Itamar Franco ao recomendar a José Serra que deixe de obedecer a seus marqueteiros. Uma das grandes dificuldades do mundo de hoje está na terceirização das responsabilidades – e isso não ocorre apenas nas campanhas eleitorais.
(...)
Os homens de propaganda são indispensáveis a fim de dar embalagem às ideias dos candidatos, mas não para produzi-las.
(...)
...é imprescindível que cada um apresente seu projeto de nação e de governo, em lugar de promessas demagógicas, como as de aumento de salários e pensões. Estamos cansados com o mesmo realejo e as cançonetas que conhecemos."

Taí, espero que no ex-presidente Itamar, um grande homem, você acredite. O Brasil ganhará com isso, independentemente do resultado das urnas. 
Claro que a mensagem serviria também ao Lula e sua turma, mas para esse eu desisto de dar opinião, quem sou eu para tanto, deu de se achar o "cara", por pouco não se anuncia um novo Jesus aquele idiota, esquecendo que nós o fabricamos de outra maneira, gastando os trocos que não tínhamos diante de adversários terríveis e abonados. Com aqueles trocos ele se ajeitou e depois fez acordos com os adversários, Sarney et caterva. Eu não mudei, sigo o mesmo, sem nenhum no bolso mas de cabeça erguida. Ele que lide com as suas fabricações, tudo passa nesta vida, ele ainda verá.

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