miércoles, 24 de agosto de 2011

Falha de São Paulo, ou Na planície

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Há mais de 300 dias (328 hoje, segundo o ábaco da palafita), o blog satírico Falha de São Paulo está sob censura. Liberdade de expressão dobrada a ferro e influência, sem contemplações. Do Juiz que deferiu a liminar imaginamos a cara, e o resto, sentimos vergonha.

O homenageado, o jornal paulista FOLHA DE S. PAULO, conseguiu na justiça dos graúdos o democrático feito, a pretexto de evitar "confusão" entre os nomes.

Entendemos... pessoas que gastam todo dia mais do que o preço de um quilo de arroz para adquirir o bruto jornalão, referência no Brasil, no exterior e na galáxia de Andrômeda, iriam confundi-lo com o bloguezinho. Muito bem. Um quilo de arroz sustenta um esfaimado por 20 dias, se o barão de aves e peixes não sabe.

Hipócritas.

Pior: os rapazes estão sendo forçados a gastar o que não têm para defender-se no processo movido pelos barões hijitos de pápi. Rapazes por demais talentosos, talvez aí o ferimento no coração de alguém.

Às incontáveis manifestações de repulsa mundo afora, somou-se a de Julian Assange, do WikiLeaks, até agora o favorito ao título de Espantado do Ano aqui do blog, e a de Homem do Ano em outras publicações igualmente sérias, que classificou o ato de "grande escândalo".

Particularmente admira-nos o silêncio de gente como Janio de Freitas, Clóvis Rossi, Carlos Heitor Cony, Eliane Cantanhede e por aí vai. Mais os "oponentes" Dorucha Kramer, Beatriz Fagundes, Augusto Nunes, ... todos. Sempre tão democráticos. Se abriram a boca não vimos. Abriram? Estariam de acordo com o chefão da Folha? Ou são pagos somente para meter o bedelho nos negócios dos outros?

Entenda-se "outros" como qualquer vivente de fora desse círculo vicioso da imprensa nacional, propriedade de patrunfos viscosos que toleram sarneys desde sempre, fingindo amaldiçoá-los. Iguais.

O impoluto, único, perfeito, Juremir Machado da Silva abriu a boca, no RGS, vá lá que só uma abridinha, furtiva, e vá lá que não era contra os estelionatários da Universal, que o pagam. Abriu onde ninguém abre. (Para nós, Juremil, tu e nada é a mesma coisa, siga falando dos outros, teu salário, tuas palestras, você merece, correr pra onde, né, a Universal é tri).

Mas abriu.

Pois eis que agora o deputado Paulo Pimenta, do PT-RS (pela foto ganhou Kafil, Miquirina e os outros 23 moradores fixos da palafita), vem de requerer Audiência Pública na Câmara dos Deputados. Quer que o chefão Otávio Fritas Filho, o Otavião, e mais alguns escravos da FOLHA DE S. PAULO compareçam e se expliquem - como se estupidez pudesse ser explicada -, inclusive abordando as razões do sepulcral silêncio de toda a mídia diante do vergonhoso embargo. Mídia que todos os dias ataca, com nomes e articulistas, tiroteando às cegas, querendo enganar a quem? Falam, escrevem todos os dias, baixando o pau em corporativismo na política, na medicina, nas classes armadas (aqui se cuidam, dobram a língua), e em outros segmentos. Sobre o possível emprego na firma do "inimigo", amanhã ou depois... Neca pau, nem uma palavra. Nada.

De novo: hipócritas.

Finalmente, deu uma dentro, Sr. Pimenta. Não desces na goela de Salito, o 26º habitante, pero este sabe reconhecer. Abaixo irão um monte de letrinhas entre aspas, um acerto de contas, digamos, mudando o tempo e  o verbo, com autorização de todos na palafita, (letrinhas suspensas, por ora, era pólvora em chimango, segundos os advogados) que a estas horas somam 30, mas que em nada pretende deslustrar, nem poderia, o que neste parágrafo se diz, com sinceridade: um lance mui digno o senhor cometeu, xeque ao Rei, inolvidable. Parabéns mesmo.


Constrangeu-nos sobremaneira ter de escrever estas mal-traçadas, mesmo pegando leve. A Folha, como instituição, os seus profissionais, os seus leitores, todos ávidos por mudar o Brasil para melhor, precisava melhorar, como sempre é preciso. Daí a sátira que engrandece o satirizado. Ninguém merecia tamanha exposição ao ridículo, culpa de mentes que perderam o ônibus 477 para o bairro Armênia, lejos dos fabricantes do insultuoso boneco Lulalelé, mais longe ainda dos escravagistas, bois guampudos de arado, da Avenida Paulista, longe de tudo, não captaram o que vem... está vindo, ondas pequenas, aumentando... gigantes daqui a pouco, irrefreáveis como a morte e o esquecimento. Preferem esconder-se na quimera que se esfuma, como a brancura da espuma, que se desmancha na areia (salve, seu Ary Barroso).

Repense, Otávio Frias (o Fritas era sátira, caro barão herdeiro, ora...): perderam feio para os meninos. A briga e a dança. A razão. Agora a cena e o cenário estão piores do que quando o Collor mandou a polícia invadir a Folha, motivo do libelo de capa com a sua assinatura, defensor do Brasil, ou dos cacos de ouro herdados. Na briguinha de riquinhos despeitados, saímos, povinho fodido, à rua pela Folha.

Agora o dinheiro pode ser menor, do lado de cá, flagrantemente, mas a causa é a mesma: a liberdade, que não tem preço. O envoltório que deste a essa lambança, seu moço, cheira muito mal. A dinamite você plantou, jogou em rostos limpos a pólvora. O fio nós e outros estenderemos, com paciência. E aqui nos referimos ao descontentamento da blogosfera independente, armada tão-somente de espírito.

Não espere a faísca.

Pero el dia vendrá en que seas, para mi no más, no más.

Repense, e pare já com isso.


Y así pasan los dias. Na planície.



5 comentarios:

  1. Pega fortito, Salitito. Sem nunca usar o tolinho do pontinho de exclamação!!!
    Mandarei derramada para mihnas amigas do brasil todo, a turma do pp, face, quero a falha de volta. Jazinho!
    Bjuzits!!!

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  2. Cara, nao era mais facil mandar o reizinho tomar no cu. Porra meu essa gente nao adianta.

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  3. Querido amigo
    Não adianta, como disse o teu faixa Hans antes. Essa gente é ruim. Muito ruim, desista.
    Mas conte comigo.
    J.

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  4. Existe justiça dos miúdos, Salito?

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  5. Pois é, seu João. Miúda tem mas tá em falta...
    Abraço.

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