sábado, 2 de abril de 2011

Castigo

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Talvez devido a intervenção do ressuscitado Carlito Dulcemano, com essa história de "Alguma coisa acontece no meu coração" (só nos surpreendeu o final, meu amigo), me veio à memória um samba do legendário Alcides Gonçalves (Porto Alegre, 1/10/1908 - 9/1/1987), compositor, cantor e violonista, como tantos vítima de terrível esquecimento, dos próprios conterrâneos. Do Alcides, diz o Cravo Albin:

Compôs vários sucessos com o parceiro Lupicínio Rodrigues. Iniciou sua carreira na Rádio Farroupilha, na capital gaúcha. Em 1935, venceu o concurso promovido pela prefeitura de Porto Alegre, em comemoração aos 100 anos da Revolução Farroupilha, com o samba "Triste história", em parceria com Lupicínio. Essa foi sua primeira composição, gravada em 1936 pelo próprio parceiro, que trazia no outro lado do disco outra música dos dois: "Pergunte aos meus tamancos" . Em 1939, já atuava como músico na Rádio Nacional. Em 1942, compôs com Ataulfo Alves o samba "Chorar pra quê?", gravado com sucesso pelo parceiro e sua "Academia", na Odeon. Trabalhou na orquestra de Simon Bountman, com Radamés Gnattali, atuando em shows do Copacabana Palace Hotel. Integrou vários conjuntos e orquestras da época. Em 1948, compôs com Lupicínio o samba "Quem há de dizer", gravado por Francisco Alves na Odeon. No ano seguinte, compôs com o parceiro o samba "Cadeira vazia", lançado em 1950 por Francisco Alves pela Odeon, mas seu nome não apareceu no selo do disco. Este incidente foi motivo para uma breve briga entre os dois parceiros. Ainda em 1950, Francisco Alves gravou seu grande sucesso em parceria com Lupicínio, o samba "Maria Rosa". Em 1952, compôs a valsa "Jardim da saudade", também com Lupicínio, lançada por Luiz Gonzaga na RCA Victor. Além de compositor e instrumentista, atuou como cantor em temporada na Rádio El Mundo, de Buenos Aires, Argentina.

O samba Castigo foi composto em 1953 em parceria com Lupicínio Rodrigues (Porto Alegre, 16/9/1914 - 27/8/1974), que ainda rapazinho era frequentador do buteco do Seu Belarmino, que andou por Santa Maria e que caiu mesmo na sua ao tomar todas no Café Nice junto a Francisco Alves e outros bambas.


Vai para o amigo Dulcemano, para que repense o seu exército de mulheres.
Como não encontramos com um cantor na rede, vai esse assassinato cometido por Caetano (todo encantadinho, também ignora Alcides...), que é perdoado porque ao menos lembra, graças ao seu infinito bom gosto.



Eu sabia
Que você um dia
Me procuraria
Em busca de paz
Muito remorso, muita saudade
Mas afinal o que é que lhe traz?
A mulher quando é moça e bonita
Nunca acredita poder tropeçar.
Quando os espelhos, lhe dão conselhos
É que procuram em quem se agarrar

E você pra mim foi uma delas
Que no tempo em que eram belas viam tudo diferente do que é
Agora que não mais encanta, procura imitar a planta
As plantas que morrem de pé
E eu lhe agradeço por de mim ter se lembrado
Dentre tanto desgraçado que em sua vida passou
Homem que é homem faz qual o cedro que perfuma o machado que o derrubou


E já que falamos de Alcides e Lupi, pegue mais esta, Carlito, com a Zélia. Arranhando um pouquinho a melodia, estava gripada, vá lá, o frio aqui embaixo não é mole. Agora: quem foi o idiota que a trouxe ao São Pedro assim? Esqueçamos a Zelinha e sua gripe.

Qualquer droga de São Paulo ou do Rio abafa, mesmo com asma.  Isso vem de anos, teatro, música, e ainda me botam uma velha fascista pedir doações, ora vão à merda, quem sabe vamos doar comida para as crianças com fome de Porto Alegre, seus imbecis. Colégio, comida, instrumentos musicais, incentivar o pessoal da terra, não esse antro que é o teatro são pedro, antro de pessoas vis, apoiado pela... zero hora, os exterminadores de cérebros a mando da globo.

Francamente, para falar com erudição: só tem bundinha aí. Velhos hijitos de pápi y de mami, com suas nauseantes e autoritárias manias.

Ai, ui, sou médico famoso de coração. De corações vis e cheios de grana herdada. Cagado, falso. Com dinheiro herdado qualquer menino de bom gosto faria melhor, ou ao menos com categoria.

Seus... seus...


2 comentarios:

  1. Desculpe a demora, meu amigo. É que eu não sabia como visualizar o seu comentário/pedido. Fique ä vontade pra postar o texto. Por favor me ajude a lembrar como você ficou sabendo sobre o texto. Abraço, Aguinaldo.

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  2. Uma honra para mim, seu Aguinaldo.
    Espero que o senhor esteja bem, do alto dos seus 82. Chamo de senhor por mania lá do mato, de pedir a benção aos mais velhos que a gente ama e respeita, mesmo sabendo que o senhor é um eterno menino, menino que sempre serei, que Deus me ajude.
    Um grande abraço.
    Salito
    (Ah, outro dia coloquei o Sr com o seu Plauto Cruz e outras figuras maravilhosas, aqui no blog, vídeo raro)

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