domingo, 1 de septiembre de 2013

Lobo Fausto

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Em 1º de agosto de 2010, com o blog ainda semi-virgilino, lembrei de alguém que tinha morrido num 5 de setembro. Argumentei, para leitores do futuro, se viessem (naquele tempo daquele século eu detinha informações privilegiadas sobre os gélidos espiões desprovidos de escrúpulos, Mr. Google e seus cúmplices), que na minha idade, nem em idade alguma, não convém esperar para fazer as coisas. Passados os anos, olhando para trás, acho que agi bem.

Hoje novamente lembrei do cara. Não espero o dia 5.

Avancei um mês, se é que ainda estamos no calendário do Gregorião, aquele falastrão covarde, egoísta e bruto, pois olho para os lados e só vejo um desconfortável buraco de paredes vermelhas, muito quente e sem nenhuma evidência de tempos ou épocas. Sinto saudades do calendário lunar, da adaga brilhante que movi com os olhos, lá em cima dançando nua, fascinante.

Lunático, jogando com as brancas, os álfiles sangrentos bailando a meu favor, voando em dança combinada, rápidos, traiçoeiros, impiedosos cravando as presas mortíferas nos cavalos negros, rindo loucamente com a boca cheia de sangue. Os cavalinhos pequenos em pedaços em torno, para destroçar a estes usaram somente as unhas.

Depois, em 5 de setembro, fogo no fim e ciente de que um dos cavalos negros era eu, contei-lhe sobre o Burundi, como as coisas sonhadamente funcionariam por lá. Rindo. 

O outro cavalo? Ah, o outro cavalo era quem eu tentava imitar, há 2.020 anos. Lunático, só eu mesmo: aquele, para imitar, só entrando na ONU com o corpo enrolado em bombas. Não tem solução, Iscariotes? Por que tudo isto?

Hoje penso nos sírios, como pensei nos sumérios. Terei de escrever aquilo novamente, meu amigo, agora me deslocando um pouquinho? Conseguirei?

Em vez de chovem luzes em Bagdad, com os artefatos devorando as carnes de meninos e meninas aterrorizados, direi chove na cidade mais antiga do mundo? Chove em Damasco?

Lunático. 

Hoje lembrei de ti, Faustin von Wolffenbüttel. Sei que passa, mortes, bombas e desaparecimentos.

Passa? Não no meu pobre coração.

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