lunes, 30 de septiembre de 2013

Meganha e professor, n'A Charge do Dias

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No botequim as professoras Ain, Jussara, Silvana e Jezebel, na mesa do centro, descem a lenha no governador, aqui não declinamos as expressões, além de Russo Cego, com as quais se referem ao Sr. Tarso, posto que este blog é familiar.

Leilinha Ferro entra na conversa, lembrando o que ocorre no Rio de Janeiro:

- Lá mandaram a polícia agredir os professores...

Tigran Gdanski, ciente dos fatos, da mesa ao lado se manifesta:

- É inacreditável, aqueles moleques mandando os meganhas espancarem professores desarmados. Gente, professores, as pessoas que tentar tirar da escuridão os filhos dos pobres!

(Aqui na palafita ainda não acreditamos nisso, não pode ser verdade isso de espancar, deve ser invenção das redes de comunicação)

- Por isso mesmo, a única coisa que os políticos e os ladrões não querem é que o povo saia da escuridão - diz Marcos Açafrão -, porque vocês pensam que professor ganha tão mal?

Bruno Contralouco intervém, como sempre em alto nível:

- Eu gostaria de pegar esses filhos da puta e quebrar a pau.

- Pegar quem?, pergunta Clóvis Baixo.

- Ora, primeiro os caras que mandaram bater. E quebrar a  pau também os meganhas covardes, pés-de-chinelo que chupam o pau dos ricos por um salário de merda. Esses caras tem mais que morrer, há ordens que não se cumpre, se o cara tiver vergonha na cara. Daqui a pouco o Cabral Guardanapo manda matar, e aí, vão matar?

- Uma mortezinha até que cairia bem, aí o povo invade e os lincha lá dentro dos seus palácios, diz Freddy Garcia Lorpa.

- Será?, duvida Jussara.

- Mas quem foi que elegeu os políticos?, pergunta o realista Wilson Schu.

- Eta povinho bem desgraçado, diz Bruno Contralouco. - Político, banqueiro e meganha tem mais que se fuder, se eu pego um cara desses...

E assim rolava o papo quando Carlinhos Adeva entrou no bar, cara de poucos amigos, interrompendo a agradável conversação. Cumprimentos e tal, e logo Carlinhos explica porque está puto da cara.

- Tinha consulta às quatro e quinze da tarde, não me perguntem por que horário quebrado assim, não sei, mas suspeito que o viado quer aparecer. Cheguei às quatro e me tomaram adiantado quatrocentos contos. Na sala de espera tinha dez pessoas. Quatro e vinte e nada. Aí levantei e perguntei à secretária que havia me achacado os quatrocentos: "Dona, passou do horário, o médico vai demorar a me atender?". Ela respondeu que tinha algumas pessoas na minha frente. As dez. Pedi meu dinheiro de volta. Ela enrubesceu e eu insisti: já. Ela me devolveu. Com o perdão do amigo Freddy, mas é por essas e outras que dá vontade de matar um médico, o patifezinho cobra uma fortuna por ser consulta particular, faz onda com o horário, e ainda acha que pode dar chá de banco.

- Pior é que tem uns babacas que agem assim, diz Frederico Garcia, o "Freddy Garcia Lorpa", que também é médico, mas muito diferente da maioria desses tais.

Bruno Contralouco aumenta o rol: 

- Político, banqueiro, médico e meganha tem mais que se fuder.

Leila pede que tratem de escolher as charges do dia. Após longos debates, ficaram com as seguintes obras:

Nani.



Duke.



Zé Dassilva.




Amarildo.




Miss Leilinha Ferro sabe a quem convém a falta de instrução do povinho. Ficou com o Benett.




A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que.., bem..., se fundiram  no ano passado (veja AQUI), face a dívidas com o sistema agiotário. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro.

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