viernes, 28 de enero de 2011

De Cabinda a Cunene

.
Nos próximos dias Miquirina Segundo parte para Angola, desfrutar de suas merecidas férias.

Ah, Angola, por alguma razão andamos muito tempo enrabichados por lá, o que se pode perceber pelo vídeo que escolhemos para desejar felicidades a Miquirina.
Enrabichado pelas praias, claro, a Ilha.

Olhe, ouça, e relembre o que o espera, compañero Miqui. 

O saxofonista é Nanutu (António Manuel Fernandes - Luanda, 03/09/1966). Um arraso.

A música "Cabinda a Cunene", cujo título é como se dizer do "Oiapoque ao Chuí" para os brasileiros, é uma mistura de semba cadenciado com o compá antilhano, dos Irmãos Mendes de Cabo Verde. O semba angolano, como todos sabemos, partilha raízes com o samba e significa "umbigada".

Após o som, vai as bem traçadas do formidável poeta José Sousa (Penacova, Portugal, angolano de corpo e alma), que acaba na última parada de Miquirina em sua viagem.


Por ter ido ao Kwanza Norte
Me enchi de tanta sorte.

Bebi água do Bengo
Agora sou mulherengo.

A mulher de Benguela
Não há outra como ela.

Na província do Bié
Uma mossa me fez café.

Tomando o pau de Cabinda
O pénis arrebita ainda.

Eu vivi no Kwanza Sul
Onde o céu era mais azul.

Tive uma paixão no Cunene
Ela se chamava “Suzene”.

Da cidade do Huambo
Saí e fui ao Lubango.

Entre a savana da Huíla
Vimos um grande Gorila.

Na capital Luanda
Andei por toda a banda.

Com amigos em Luanda Norte
Ao lado deles me senti forte.

Também fui a Luanda Sul
E comprei lá um bule.

Na noite quente de Malanje
Vi dançar um Quinganje.

Também tive de ir ao Moxico
Para ver o meu avô Chico.

Nas farras de Namibe
Todos dançavam o Caribe.

Um dos meus amigos do Uíge
Tinha o nome de Caníge.

Passando pelo Zaire
Me ofereceram lá um Xaile.

E até ao Kuando Kubango
Eu ia de vez em quando.



.

No hay comentarios.:

Publicar un comentario