Nos próximos dias Miquirina Segundo parte para Angola, desfrutar de suas merecidas férias.
Ah, Angola, por alguma razão andamos muito tempo enrabichados por lá, o que se pode perceber pelo vídeo que escolhemos para desejar felicidades a Miquirina.
Enrabichado pelas praias, claro, a Ilha.
Enrabichado pelas praias, claro, a Ilha.
Olhe, ouça, e relembre o que o espera, compañero Miqui.
O saxofonista é Nanutu (António Manuel Fernandes - Luanda, 03/09/1966). Um arraso.
A música "Cabinda a Cunene", cujo título é como se dizer do "Oiapoque ao Chuí" para os brasileiros, é uma mistura de semba cadenciado com o compá antilhano, dos Irmãos Mendes de Cabo Verde. O semba angolano, como todos sabemos, partilha raízes com o samba e significa "umbigada".
Após o som, vai as bem traçadas do formidável poeta José Sousa (Penacova, Portugal, angolano de corpo e alma), que acaba na última parada de Miquirina em sua viagem.
Por ter ido ao Kwanza Norte
Me enchi de tanta sorte.Bebi água do Bengo
Agora sou mulherengo.
A mulher de Benguela
Não há outra como ela.
Na província do Bié
Uma mossa me fez café.
Tomando o pau de Cabinda
O pénis arrebita ainda.
Eu vivi no Kwanza Sul
Onde o céu era mais azul.
Tive uma paixão no Cunene
Ela se chamava “Suzene”.
Da cidade do Huambo
Saí e fui ao Lubango.
Entre a savana da Huíla
Vimos um grande Gorila.
Na capital Luanda
Andei por toda a banda.
Com amigos em Luanda Norte
Ao lado deles me senti forte.
Também fui a Luanda Sul
E comprei lá um bule.
Na noite quente de Malanje
Vi dançar um Quinganje.
Também tive de ir ao Moxico
Para ver o meu avô Chico.
Nas farras de Namibe
Todos dançavam o Caribe.
Um dos meus amigos do Uíge
Tinha o nome de Caníge.
Passando pelo Zaire
Me ofereceram lá um Xaile.
E até ao Kuando Kubango
Eu ia de vez em quando.
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