sábado, 8 de enero de 2011

Silvio Berlusconi, o lixão do mundo

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No Brasil, sabemos que certos elementos se apossaram, com a mão do gato, através da política ralé ou de negociatas encobertas por políticos lesa-pátria, de grandes redes de comunicações, rádios e tevês, principalmente. E todos também sabemos o uso que fazem desses instrumentos.

Nenhuma novidade. Basta ligar a televisão, o livro do povo. Aquilo emburrece qualquer um.

Mas muita gente se engana ao imaginar que isso é privilégio brasileiro, a suposta herança maldita dos portugueses, e que no Velho Mundo as coisas são diferentes. Em alguns raros países, onde a educação para todos atingiu níveis de excelência, são diferentes, sim, exceções que confirmam a regra.

De resto, o mundo todinho é igual. Nas atuais ditaduras, as do capital, são sempre os mesmos a levar a plebe como gado. Promovem o desconhecimento dos fatos e roubam o seu país, suas crianças, como roubariam qualquer outro, afinal, fronteiras são imaginárias mesmo, apenas para comover o povinho numa partida de copa do mundo, felicidade e ignorância caminham juntas espontaneamente.

Como se uma criança doente ou com fome não chorasse de modo idêntico aqui ou na Cochinchina. A eles importa é dinheiro, poder. Cremos que devido à impotência física e mental, como já falamos neste blog. Pouco nos importaria essa satisfação indireta de suas impotências, coitados, não fosse o terrível dano que suas taras promovem, as dores, fomes e mortes que causam.

A Itália tem os seus sarneys, seus marinhos, seus jaders, sua globo, uma lista imensa. Tem os seus bandidos. Como os daqui, donos de tudo, a começar pela imprensa. Quando algo não corre como esperavam, desviam o assunto, encontram um Cesare Battisti qualquer para servir de bode expiatório. No Brasil os barões da imprensa são profissionais nessa técnica, não por acaso os nossos fascistas deram de atacar Battisti, mirando no governo Lula.

Sobre um repugnante e bruto  italiano, eis o que escreveu o brilhante Mauro Santayana, com o comedimento que lhe é peculiar, no dia 15 de dezembro de 2010:

Um palhaço endinheirado

"Os jovens voltaram ontem às ruas de Roma, cidade emblemática do Ocidente, protestando contra a decisão da Câmara dos Deputados, que manteve Berlusconi na chefia do governo. Houve vitrines de bancos arrebentadas a paralelepípedos. coquetéis molotov lançados contra a polícia, veículos oficiais e automóveis de luxo incendiados, centenas de prisioneiros, dezenas de feridos, As manifestações também ocorreram em outras cidades, entre elas, Milão e Bolonha.

As manifestações de ontem vieram depois dos graves incidentes em Londres, e há rumores de que se preparam novos protestos em Paris e em Berlim. Os jovens parecem retornar àqueles meses do vendaval de 1968, em que estavam dispostos a reconstruir o mundo, submerso na injustiça. O mundo, hoje, está bem mais injusto. De repente — é a sensação do observador — os jovens se dão conta de que lhes estão confiscando o futuro. Na Inglaterra, destruída nos últimos trinta anos pelo neoliberalismo de Mrs. Thatcher e seus seguidores, os empréstimos concedidos aos estudantes de classe média para custear os cursos superiores são um contrato Faustiano: muitos dos rapazes e moças se formarão já devendo de 70 a 100 mil libras ao governo, com esse aumento das taxas universitárias. Seus projetos de vida — entre eles os de casamento e formação de uma família — devem ser postergados.

No caso da Itália, grande parte da juventude — infelizmente, nem toda ela — também se considera ofendida e humilhada por um homem tão rico quanto insolente, que se esquiva da senilidade pagando a jovens prostitutas para que componham os seus serralhos eventuais, montados em luxuosíssimas mansões, e governa como quer. À custa dos favores públicos e de sua própria e inexaurível bolsa, ele tem comprado grande parte do Parlamento, para obter as leis mais esdrúxulas que o vêm mantendo no poder. Também agora foi assim, ao cooptar três parlamentares da oposição a fim de, com seus votos, impedir que a moção de desconfiança contra ele fosse vitoriosa. Além de outras diferenças entre ele e Mussolini, o fascista Benito era um intelectual, enquanto Silvio não passa de um palhaço endinheirado."

Y así pasan los dias.

Salito.


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(A foto adaptada do Führer italiano foi incluída por nosotros)







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