Uma das canções mais famosas do mundo, talvez a mais famosa criada por um músico cubano. Ainda hoje se ouve em rádios (que mereçam esse nome, sempre tocava na Guaíba de Porto Alegre pré-Universal), em concertos, no cinema, em estúdios, colégios e bares. E na rua. Claro que o Caetano também gravou, imaginem se ele ia deixar escapar. Sim, também é mais uma que o punguista de professoras, o Coberto Ralos, assassinou.
Já Ney Matogrosso até que fez muito bonito, embora falte aos seus músicos o balanço caribenho.
Já Ney Matogrosso até que fez muito bonito, embora falte aos seus músicos o balanço caribenho.
Como sabemos, maní significa amendoim em espanhol. Daí que El manisero refere ao vendedor de amendoim tostado (ou torrado, como dizemos nós).
Por alguma razão lembro de pessoas que vi. Meu pai na infância gritava para vender e levar comida para a vovó: "Ói o doce, ói o doce", anunciando amendoim em tábua, compacto, agora me deu branco no nome do doce, ah, lembrei, pé-de-moleque.
A música me enternece, me desmancha.
Pois ao dizer Maníiii... o autor (e o cantor) simulam o chamado do trabalhador para a venda simples, modesta, honesta. "Ói o amendoim...".
Por alguma razão lembro de pessoas que vi. Meu pai na infância gritava para vender e levar comida para a vovó: "Ói o doce, ói o doce", anunciando amendoim em tábua, compacto, agora me deu branco no nome do doce, ah, lembrei, pé-de-moleque.
A música me enternece, me desmancha.
Pois ao dizer Maníiii... o autor (e o cantor) simulam o chamado do trabalhador para a venda simples, modesta, honesta. "Ói o amendoim...".
O autor foi o compositor e pianista Moisés Simón Rodríguez (La Habana, Cuba, 24/8/1889 - Madrid, España, 24/6/1945). Não por acaso, Rodríguez é também o autor de Cubanacan, entre outras.
Há quem diga que o verdadeiro autor foi um vendedor de amendoim, em meados do século XIX, um son cubano (compasso em 2-3, característico da ilha desde 1562), música callejera que teria servido de base para uma dança do norte-americano Louis Moreau Gottschalk (1829-1869), este desde cedo influenciado pelos negros latino americanos da cidade onde nasceu, Nova Orleans.
Se o autor foi mesmo o vendedor de amendoim, agora inês é morta. Mas é fora de dúvida a presença de elementos populares e folclóricos na célebre rumba, pelo que nosotros preferimos crer que Moisés Rodríguez é mesmo o autor da obra, mas que colheu, naturalmente, sons que pertenciam ao seu mundo, com umas notinhas a mais que o normal. Antonio Jobim fez muito pior, inadvertidamente.
A primeira gravação data de 1927, na voz de La Única, a cubana Rita Aurelia Fulceda Montaner y Facenda. Depois dela calcula-se que uns 20.000 artistas, entre cantores e orquestras, gravaram o clássico. O furor pela rumba invadiu o vizinho Estados Unidos e o mundo até os anos 40, quando os fundamentalistas enriqueceram com a pilhagem de guerra e decidiram impor suas... bem, suas músicas na base do canhão, e... (perdoname, Diós).
Com matança covarde e tudo, o cerco a La Habana, a fome, a canção de amor sobreviveu, tratando de coisas do coração, umas bobagens de amor, que para nós meninos e meninas são mais que importantes: razón de vivir.
Com matança covarde e tudo, o cerco a La Habana, a fome, a canção de amor sobreviveu, tratando de coisas do coração, umas bobagens de amor, que para nós meninos e meninas são mais que importantes: razón de vivir.
Tanta gente boa gravou, com modernos recursos... mas preferimos apresentá-la em uma gravação antiga, uma recriação de um homem da ilha.
Antonio Lugo Machín (Sagua la Grande, Cuba, 11/2/1903 - Madrid, España, 4/8/1977).
Ofereço para Dolores Sierra, La Celosa.
Luciano.
Ofereço para Dolores Sierra, La Celosa.
Luciano.
Bem, a pedido de Ju Betsabé, que reapareceu, sofrida, ansiosa..., atrás de Carlito Dulcemano Yanés, vai também com o Ney (Ney de Sousa Pereira, Bela Vista, Mato Grosso do Sul, Brasil, 01/8/1941), um espetacular intérprete.
Alô, señor Carlos Yanés, Ju Betsabé te oferece!
Advirto-a de que Carlito a cantarolou, essa canção, por muito tempo, tempo em que bebeu, brigou, e dizia mais ou menos assim: ay caserita no me dejes ir, porque después te vas ha arrepentir, y va a ser muy tarde ya... me voy, me voy, me voy... E se foi, sabe Deus onde andará.
Ninguém, aqui no covil, pôde parar na sua frente e dizer não vá.
.Alô, señor Carlos Yanés, Ju Betsabé te oferece!
Advirto-a de que Carlito a cantarolou, essa canção, por muito tempo, tempo em que bebeu, brigou, e dizia mais ou menos assim: ay caserita no me dejes ir, porque después te vas ha arrepentir, y va a ser muy tarde ya... me voy, me voy, me voy... E se foi, sabe Deus onde andará.
Ninguém, aqui no covil, pôde parar na sua frente e dizer não vá.
si te quieres por el pico divertir
comete un cucuruchito de maní
Que calentito, y rico esta
ya no se puede pedir mas
ay, caserita no me dejes ir
porque después te vas ha arrepentir
y va a ser muy tarde ya
Manisero se va, manisero se va
caserita no te acuestes, a dormir
sin comerte un cucurucho de maní
Cuando la calle, sola esta
acera de mi corazón
el manisero, entona su pregón
y si la niña escucha su cantar
llama desde su balcón
Dame de tu maní, dame de tu maní
que esta noche no voy a poder dormir
sin comerme un cucurucho de maní
Me voy, me voy, me voy
Obrigada por me oportunizar conhecer essa historia. Vc e otimo critico musical.Abr.
ResponderBorrarObrigada por me oportunizar conhecer essa historia. Vc e otimo critico musical.Abr.
ResponderBorrarPerfeito! Obrigada!!
ResponderBorrar