Eu ia fazer esta postagem no dia 24 de maio. Pero devido aos acontecimentos de Recife achei melhor fazer hoje, amanhã não se sabe. Sim, agora em Porto Alegre.
Mesmo que eles saibam o preço a pagar, vai que um idiota num golpe de sorte faça uma bobagem pensando em agradar o dono, Mr. F. F., aí arrependimento não vai adiantar, o inferno ficará lotado. Ponto e vírgula.
O autor da "Dama de Vermelho", que perguntei outro dia, é Alcyr Pires Vermelho (parceria com Pedro Caetano).
Mineiro de Muriaé (08/01/1906), terminou seus dias lá, no Rio de Janeiro, num dia 24 de maio (1994). Se chegarmos a 24 de maio, vai de novo a Dama de Vermelho, prometo.
Engraçado que a plim-plim soca à força norte-americanos (por que será?), mas nunca lembra Alcyr Pires Vermelho. Autor de coisas como "Canta Brasil". Aliás, meninos e meninas, já leram um livrinho chamado "Afundação Roberto Marinho"? É do Machado, que sabendo que poderia ser assassinado, abriu o livro com algo assim: "Se depois deste relato, um ônibus atropelar uma filha minha, minha mulher, ou qualquer afeto meu, o senhor e toda a sua família morrerão, fiz contrato em Jacarepaguá". O vilão teve que contratar seguranças... para evitar que os filhos do Machado sofressem um acidente. O livro ninguém publicou, círculo de amigos protegendo a rede, banqueiros e empreiteiros ainda bem vivos, até que um dia um doido meteu as folhas datilografadas no prelo e na rua. Vendeu 5 mil exemplares e faliu, surgiram inimigos de todo lado, a Caixa Federal e outros bichos cuidaram disso, como até hoje cuida, uma sujeira só. Vem pra caixa você também, vem... Já deu a volta por cima, o editor, homem de bem e corajoso, na época hesitou na hora de telefonar. Não sei se fez bem.
Mania de mudar de assunto.
Mania de mudar de assunto.
Ricardo Cravo Albin nos conta uma historinha: "'Sandália de prata' era um choro a ser gravado por Ademilde Fonseca. Quando (Alcyr) estava com o parceiro Pedro Caetano ensaiando a música nos estúdios da Rádio Nacional foram ouvidos por Francisco Alves que sugeriu que transformassem o choro em samba carnavalesco, com o que concordaram os compositores. Segundo Pedro Caetano em seu livro 'Meio século de música popular': O Alcyr, muito vivo e oportuno, olhou para mim e disse: - Pedro, este velho não é bobo, tem muito faro de sucesso e é melhor a gente aceitar a sugestão. Como Ademilde não tinha cohecimento de nada, não estaríamos fazendo nenhuma traição. Dissemos ao velho que estava aceita a idéia e no sábado seguinte estávamos de volta à Rádio Nacional para lhe mostrar o "Sandália de prata" que, realmente, com ele, foi o nosso grande sucesso do carnaval daquele ano."
Por enquanto, registramos um samba-canção que fala de amor, e dor. Todos os poetas sabem rimar. Um pequeno esclarecimento: "samba-canção" é um nome dado pelos caras que mamavam rambos, pelo pessoal ruim do Rio de Janeiro (acabei de falar num morto-vivo desses), pelos barões da escravidão do Nordeste, para aquilo que nosotros, toda a América espanhola, conhecemos por... Bolero. Nesta ilha de vendidos, era proibido falar espanhol, Tio Sam não queria, poderia atrapalhar suas vendas de armas e seus McGraxas, seus aviões Hércules levantando da Amazônia levando essências de remédios cruciais, e urânio para alimentar as suas bombas, urânio que suas montanhas rochosas já não tinham, sem nota fiscal nem plano de vôo conhecido. No máximo, até hoje permitem que a gente coma bananas.
Mania de mudar...
Mania de mudar...
A voz é de Milton Carlos, de quem ainda não posso falar, tantos anos passados e não absorvi o acidente que o matou quase menino. Sua mana Isolda segue viva, com o pecado de dar a Coberto Ralos o melhor de si, mas trêmula de saudades, febril de tristeza, algo sério demais que em poucas palavras, nem em muitas, eu conseguiria traduzir. Enfim...
Se Alguém Telefonar, do Alcyr Pires Vermelho, leva parceria do imenso Jair Amorim.
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