viernes, 7 de diciembre de 2012

Romário e se eu pego um cara desses, n'A Charge do Dias

;
Um calor dos infernos em Porto Alegre. Ao anoitecer a turma do botequim entorna repolhudas supergeladas. O Contralouco chega excitado, contando que à tarde teve um desentendimento  com o gerente da agência de agiotagem, como se referem aos bancos. De "agência bancária" o pessoal chama ao escritório do Isaac Financista, que empresta dinheiro como pessoa física, com garantia de Nota Promissória, mas com juros muito inferiores.
 
- Como assim, desentendimento? - pergunta Tigran Gdanski.
 
- Meti a mão na cara do filho da puta! - responde o Contralouco.
 
- Ai, ai, ai, mais um processo na justiça - diz Jussara do Moscão.
 
Lúcio Peregrino, que furungava as notícias do notibuc, ao ouvir a palavra justiça decide dar início à atualização diária. Anuncia: - Atenção, pessoal, notícias do notibuc!
 
- Don Carlito Cachoeira é trancafiado. O juiz Alderico Rocha Santos, estudioso, é brasileiro macho, odeia impunidade, vindo de boa mãe e bom pai, não se entrega, manda a PF enjaular novamente o meliante. Há um Tribunal Superior do Tourinho, uma vergonha (nestas o velho porra do advogado GOD não se manifesta) que de há muito insiste em soltar o criminoso, mesmo estando condenado a mais de 39 anos de prisão, de quebra botando a culpa no Alderico, que fica bangu, ameaçado, mas o bravo juiz não se intimida.
 
Clóvis Baixo propõe um brinde ao juiz Alderico. Todos em pé. Tintim. - Se for assassinado, grita lá do fundo Walter Schiru, espero que as autoridades tenham uma ideia de quem foi.

Silêncio no bar.

Lúcio prossegue.
 
- Baixinho Romário dá entrada no pedido da CPI da CBF, com assinaturas de sobra. A CBF começa a comprar deputados para a retirada das assinaturas.
 
- Se eu pego um deputadinho desses, diz o Contralouco.
 
- O governo argentino esbarra num juizeco, que concede liminar ao grupo Clarín, que não deseja a desconcentração no setor de comunicações. O Clarín é a Globo deles. Esse juiz há tempos vem sendo acusado de ser cupincha do Clarín.
 
- Se eu pego um juiz desses, diz o Contralouco.
 
- Numa iniciativa sem precedentes, a deputada Luiza Erundina superlota o Congresso Nacional na emocionante cerimônia que devolveu, simbolicamente, os mandatos dos 173 deputados cassados pela ditadura. Todos os que ainda estão vivos - apenas 18 - compareceram, os demais foram representados por familiares. Entre os que compareceram, o grande Plínio de Arruda Sampaio, nosso candidato na última eleição presidencial. Disse Luiza: "Hoje é um dia de celebração, algumas tristes, outras alegres. Ou a gente passa a limpo aquela história e encaminha um processo de reparação e justiça ás vítimas ou a nossa democracia estará inacabada, incompleta".
 
A um gesto de Wilson Schu, todos os boêmios se levantam. Ele puxa: ao Brasil. Ouviu-se na Amazônia a resposta em uníssono:  ao Brasil! Tintim.
 
- Joaquim Barbosa quer que os deputados federais condenados pelo Mensalão percam imediatamente os mandatos parlamentares. Adivinhem quem não quer.
 
Todo mundo: Complikowski!
 
- Muito bonito, imaginem: o cara condenado a 10 anos de cana por afanar o povo, e seguindo lá na Câmara, bem belo, com as mordomias de representante desse mesmo povo - diz Mr. Hyde.
 
- Se eu pego um cara desses, diz  o Contralouco. Não sabemos se se referiu aos deputados ou ao Complikowski.
 
- Dilma manda os ingleses do The Economist tomar no rabo, andaram se metendo em assuntos que não são da sua conta.
 
- Se eu pego..., começa a dizer o Contralouco, e a turma completa "um cara desses".
 
- Comoção no enterro do grande comunista Oscar Niemeyer. O povo acompanhou a Banda de Ipanema interpretando Carinhoso e Cidade Maravilhosa.
 
Todos novamente em pé. Lúcio: ao Oscar. Ao Oscar!
 
Alguns minutos de conversas esparsas pelas mesas. O Contralouco pede ao Lúcio que lhe faça um twitter, quer ser o primeiro a mandar o Papa catar coquinhos pelado, com um orangotango de surpresa vindo por trás em ponto de bala, sem gel. Mamma mia, não podemos reproduzir isto, o blog é familiar. Pombas, gente, o que é isso? Relaxem, o pobre do Bentão do Santo Ofício merece um julgamento decente.
 
Leila Ferro intervém, evitando, por ora, a criação do @Contralouco. Pede as obras do dia.
 
Vão em dose dupla, para compensar o dia de ontem. Começaram com o Nani, sempre fiel aos fatos.
 
 
 
Com o Sinfrônio, do Diário do Nordeste (Fortaleza, CE).
 
 
 
 
Com o Sid, do Metro1.
 
 
 
 
E com o Simanca, de A Tarde (Salvador, BA).
 
 
 
 
 
A senhorita Leila Ferro escolheu uma só. Cazo, do Comércio do Jahu (Jaú, SP).
 
 
 
 
(A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que há poucos dias se..., bem..., se fundiram (veja AQUI), face a dívidas com o sistema agiotário, como eles dizem. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro)

No hay comentarios.:

Publicar un comentario