jueves, 21 de agosto de 2014

É vítima, mocinha

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Hoje vi uma moça, jeitinho de universitária, não sei se com ou sem paitrocínio, linda, rosto pintado, erguendo um cartaz que dizia, pera, acho o cartaz:




Nota dez para o cartaz da moça, pela boa intenção. Se estivesse se referindo ao povo da Dinamarca, tudo bem, mas aqui o cartaz comete uma brutal injustiça, fruto da ignorância, no caso tenra ou manipulada, a ignorância. Há muitas, para não falar da minha, que só falo do que vi e examinei. E aqui nada vai em demérito à gatinha, ao contrário, sei que fez com boa intenção, de repente se de milhões saíssemos com cartazes iguais plantaríamos um grilo onde ele é necessário, embora o grosso dos votos estejam em áreas onde jamais pisaremos. Não, nada contra ela, belo gesto, ainda que equivocado. Parabéns à moça.

O probleminha é outra ignorância, esta que traz a marca da maldade de alguns, que marcam os outros como gado: os milhões de pessoas não somos nós, são eles, o conjunto de um povo burro, inculto, sendo forçado a engolir globos e tal, que rindo elege tiriricas e ladrões (ricaços, ou mandados por ricaços) por ignorar tudo, por absoluta incapacidade de pensar, ainda vendendo voto a quilo de arroz. Como resolver isso? Escolas boas, salários ótimos para professores, estrutura, tudo de bom. Oh, uma maravilha, em 30 anos teremos outro País.

O sujeito, a mulher dele, se vissem a menina com o cartaz, e conseguissem traduzi-lo mais ou menos para o seu mundo, entenderiam picas, ela é louquinha filhinha de papai, diria ele, e ririam. À noite contariam aos parceiros na saída do templo do Edil Macedônio ou de outro canalha desses, e ririam de novo. São milhões de risos, refém de patifes pelo desconhecimento de tudo.

Quem decide isso, sobre a ignorância, o orçamento, a roubalheira, senão o Congresso Nacional?, há séculos um antro de larápios e assassinos formam clãs, que são os próprios ou foram eleitos por banqueiros, empreiteiros, estrangeiros, eleitos com os votos do mesmo povo miserável de quem sugam o sangue desde sempre, de pai para filho, sangue de pessoas a quem atraiçoam para ter casa na praia, conhecer Paris, o mundo, desviar milhões para paraísos fiscais. Esse Congresso que jamais permitirá que exista um povo de média cultura e politizado. Logo teremos ex-futebolistas como Darnlei e Jardel como legisladores, como tantos outros do passado e do presente, em todas as unidades da suposta federação, bichos pagos a bom preço por quem dirige o açougue onde os cortados somos nós. Culpa deles? Nada, são mulas, não sabem o que fazem, salvo o engorde da conta bancária. Obedecerão ordens de quem os levou para levar os incautos que os admiravam como... boleiros. Decisões quem tomará serão os mesmos de sempre. Tiriricas são bons para buscar os votos dos seus, que nunca foram seus, maltratando-os.

Os "empresários", ah, engrossou aqui. O fabricante de chinelinhos vagabundos de plástico, onde 70% do custo de produção era a propaganda na Globo e Xuxas daquela merda ruim para iludir ignorantes, se os governantes não abaixassem as calças, metendo no do povinho, ele mudaria a fábrica para o Nordeste, como mudou, onde pode pagar salários miseráveis e ganhar isenções, de modo a ficar ainda mais podre de rico. (Uns buchos e ruins de cama as mulheres desses caras, o que não vem ao caso, nem prima vai).

Pronto, podem tudo. Isso quando não compram, pagando para eleger, um cabritto qualquer. As fábricas de sapatos, oh, houve tempo em que faliram todas... que peninha, o desemprego. Vai ver quanto têm lá fora, em paraíso fiscal? Quem faliu quem? Empresários... E reclamamos quando alguém sequestra ou mata um animal desses.

E todo mundo sabe disso, o fisco, a justiça, os políticos, e os que mandam. Exceto quem? O povinho que engole novelinhas e faustões e sei mais o quê.

Papo antigo este, achei que a moçada, como a guria do cartaz, sabia. Deveria saber, todas as ciências humanas, supunha, trazem economia no caminho do bacharelato, e o ambiente universitário eu cria livre, será que ainda tem censura, ou os professores é que nunca foram à luta e nada sabem do que se passa lá fora? 


O inimigo, o câncer, não é o povinho. O diabo é como sair deste inferno sem que o povo se machuque ainda mais, só cobrando o roubo de volta aos cofres públicos. Bilhões em paraísos fiscais, hoje talvez quase na marca de um trilhão, em dólares, dezenas de orçamentos anuais do país para educação e saúde.

Não há presidente que resolva, refém que é dos bandoleiros. Um privatiza, dando a alma aos inimigos, vendendo até a mãe da gente; outro resiste, comprando inimigos a bom preço para tentar equilibrar a balança, esses, os inimigos, se vendem fácil, mas na hora do vamos ver não vão ajudar, vão trair.

Saia dessa. Dos nazis do DEM e outros bichos menores dá para nos livrarmos fácil, mas e dos facínoras do PMDB, como?

Abre aspas: O Lula poderia, não fosse a Carta de Recife, onde ele e seus fedelhos nos venderam a todos ao adquirir autorização do grande capital para ganhar uma eleição que estava caindo nas nossas mãos, só mais 4 anos e levaríamos, sem negociar com os vilões, ao natural. Ao se vender, jogou pelo ralo 40 anos de lutas.

E agora, de um lado, os inimigos asquerosos, de outro o PT como fortes concorrentes. No meio a Marina. Pois faço qualquer coisa, exceto a que os paulistas fizeram, mas jamais sairei pela direita.

Repito: se eu fizer negócios com um bandido, um traficante, um ladrão, quem mudou, ele ou eu?

Aqui no Sul, ao falarmos de sexo de jumentos com éguas, de onde sai burro ou mula, e o amor não transcorre bem, a isso chamamos de impasse em conversas de galpão.

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1 comentario:

  1. Parabéns você. é um ótimo analista político. Gostei do texto.

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