sábado, 29 de octubre de 2011

Nelson Cavaquinho - Cem anos é pouco!

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A Lapa, todas as Lapas, em pessoa. Nelson (Cavaquinho) Antônio da Silva (29/10/1911 - 18/2/1986, Rio de Janeiro, RJ), filho de um contramestre da banda da Brigada Militar (tocava tuba) e de uma lavadeira do Convento de Santa Teresa, tudo gente decente e trabalhadora (longe de criminosos citados lá em cima, na "capa" deste blog por vezes raivoso), espantou e ainda espanta o Brasil.

Até lá pelos seus 20 anos tocava em cavaquinho emprestado, com dois dedos apenas. Um jardineiro português se compadeceu e lhe deu um de presente. Logo fez amizade com Zé da Zilda e Carlos Cachaça. Sem nenhum no bolso, fazia patrulha de a cavalo no morro para ganhar a vida, e logo conheceu Cartola. Tomou cadeia nesse dia, o cavalo voltou sozinho para o batalhão dos milicos onde trabalhava. Tinha um "grave defeito": não podia ver mulher. Daí a solidariedade espontânea que todos os habitantes desta palafita sempre lhe dedicaram, irmão é irmão. Claro, para ser irmão de alma, bebia a dar com um pau, sem jamais perder de vista infernos e céus. A voz rascante, queimada em batismos etílicos de buteco em buteco, ah que companheirada, ai que moça aquela, via-sacra sem fim, pelas madrugadas da vida.

Um pouco - o básico - da sua vida e obra a gente encontra no formidável dicionário do Ricardo Cravo Albin, AQUI.

Bravo, seu Nelson! Tintim!


(Juízo Final, parceria com Élcio Soares)



NE: Aos cinturas duras dos jornalões do Brasil: o moço não nasceu em 28 de outubro, e sim em 29, o pai dele puxou um dia (amigo no cartório... pai é pai) para poder arrumar-lhe um emprego de cavalariano. Lindo, cavalgando para evitar briga no morro, cavaco nas mãos e garrafa no bolso.

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