domingo, 9 de octubre de 2011

A valentia das hienas

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Neste domingo o "colunista" Cláudio Humberto, um desqualificado que atualmente possui um blog de fofocas rasteiras, além de manter espaço em alguns veículos da mídia "tradicional", isto é, do PIG, disse o seguinte:

Gritos de horror


Colegas de Maria do Rosário não entendem como que ela (sic) permanece na Secretaria de Direitos Humanos, após a mais recente humilhação da presidenta Dilma, cujos gritos ainda ecoam no Palácio do Planalto. Até foi desconvidada, de última hora, a integrar a comitiva oficial à Europa.

Lemos essa Nota no JB Online. JB que insiste em sumir do mapa.

A valentia de hiena é compreensível, sabendo-se que o indivíduo foi um intransigente defensor do governo Collor. 

Não é a  primeira vez que o elemento afirma que a Dilma trata a berros os seus companheiros de governo, sugerindo, talvez, que é maluca. Depois de servir ao bando do Collor, é muito peito. 

Lamentavelmente, esquece de nominar os tais colegas da Maria do Rosário.  

Para que se entenda porque não vale a pena alguém pensar em responder ao sujeito, abaixo transcrevemos uma interessante matéria do jornalista Tião Maia, no jornal Página 20:

Cláudio Humberto e suas vivandeiras

Uma das revelações resultantes da Operação Navalha, que mostrou a atuação de uma autêntica máfia liderada pelo empresário Zuleido Veras numa rede de corrupção que envolvia servidores públicos, do mais simples aos mais graduados, como governadores de Estado, expôs que o esquema envolvia também alguns medalhões da área de comunicação, a chamada “mídia”. Entre os enrolados está, veja só, o atual colunista Cláudio Humberto Rosa e Silva, ex-porta-voz de Fernando Collor e que hoje, além de blogueiro, mantém uma coluna em vários jornais do país através da qual, sob o disfarce de jornalismo, destila a própria bílis na defesa de interesses só agora completamente revelados.

A propósito, todos sabíamos que o gajo não era mesmo boa bisca. Catapultado da condição de jornalista provinciano na imprensa alagoana para a assessoria do então governador Fernando Collor, ele sempre esteve na linha de frente dos fatos, inclusive os mais sórdidos, da campanha “collorida”. Está tudo registrado em “Notícias do Planalto”, livro de Mário Sérgio Conti, ex-editor-chefe de Veja, na qual o autor traçou, em 719 páginas, mais de 140 entrevistas e uma bibliografia de mais de cem publicações, uma autêntica radiografia da imprensa brasileira, com o perfil dos patrões e dos jornalistas, às vezes dos chamados “medalhões” a profissionais e publicações medíocres. Até “O Rio Branco”, daqui do Acre, é citado.

É claro que ele não está só em meio as, digamos assim, “gatunagens midiáticas”. O livro mostra que, em 1989, o jornalista Mário Alberto de Almeida, ex-diretor de Redação da “Gazeta Mercantil”, teria oferecido US$ 250 mil a Augusto Nunes, na época à frente de “O Estado de S. Paulo”. Em troca de textos favoráveis ao então ministro Iris Rezende. Nunes diz que recebeu a proposta, mas recusou. O livro menciona duas reportagens de “Veja” simpáticas a Rezende veiculadas nos meses seguintes. Sinal de que o antecessor de Conti no comando de “Veja”, José Roberto Guzzo, poderia ter aceitado oferta semelhante.

Há ainda o caso de Etevaldo Dias, então do Jornal do Brasil, e do Alberico Souza Cruz, da Globo, que viviam a receber lagostins (frescos!) enviados de Alagoas para o Rio. No caso de Etevaldo, o livro mostra, sem esconder a ironia, o jornalista procurando o próprio governador para lhe reembolsar uma despesa paga por Collor, com dinheiro público, é claro. O editor-chefe da publicação sabia que o responsável pela sucursal de Brasília mantinha relações mais do que estreitas com o candidato Collor, mas não via problema porque o diretor “vinha abastecendo o jornal de notícias, algumas delas exclusivas”.

Mas, voltando a Cláudio Humberto. Durante o governo Collor, Conti ligou para Claudio Humberto e lhe disse que “Veja” não registraria a descoberta da Folha de S. Paulo de que os gastos de cartão de crédito do porta-voz de Collor eram incompatíveis com sua renda. Claudio Humberto ficou agradecido e, em troca, tornou-se boa fonte.

Enfim, o livro mostra que se há um responsável direto, um autor intelectual da farsa do “caçador de marajá”, esta pecha poderia, e muito bem, ser atribuída a Cláudio Humberto, o jornalista que, com o “impeachment” do chefe, depois de algum tempo no ostracismo, reapareceu na imprensa travestido de colunista e disfarçando suas opiniões através de “notícias” as quais nem sempre se confirmaram.

Nesta condição, passou a atacar, vil e gratuitamente, as principais lideranças do PT, principalmente o presidente Lula, certamente por enxergar nelas e no próprio partido os responsáveis pela queda de Collor e pelas desventuras daqueles que formavam o “staff” que atuava com o fito de assaltar as finanças públicas deste país. Nesta sua cruzada, os irmãos Jorge e Tião Viana, aquele quando governador e este na condição de senador, além da ministra Marina Silva, o senador Siba Machado e outros, têm sido vítimas freqüentes desses ataques. Mais que um adversário mentiroso e vulgar, o jornalista tem sido operador de uma usina na qual tenta moer reputações construídas com dedicação, honestidade e competência. Ao invés de jornalismo, faz campanha. Aliás, uma campanha que conta com a ajuda providencial de setores locais, inclusive da imprensa, integrados por um bando de vivandeiras que teima em tentar colocar o Acre no olho do furacão a cada vez que surge uma grande crise ou escândalos de corrupção gigantescas, como este agora da Operação Navalha.

Só que agora essas vivandeiras e blogueiros de plantão não poderão recorrer a seu herói Cláudio Humberto. É que, na Operação Navalha, o colunista deixou de ser pedra para ser vidraça.

As investigações da Polícia Federal revelaram que Zuldeido Veras, o enrolado empresário pagador de propinas a políticos e autoridades, tinha ascendência sobre Cláudio Humberto e ao que ele divulgava, ao ponto de utilizar a coluna do jornalista para atacar seus adversários e concorrentes. Foi o que ocorreu em relação a seu ex-sócio Latif Abud, com quem brigou.

Em seguida à disputa por uma obra em Brasília, o ex-porta-voz de Collor, publicou nota contrária a Latif e favorável a Zuleido. Foi em 7 de julho de 2006. A nota dizia que a movimentação de Latif estava incomodando e que o Tribunal de Contas, responsável pela obra, até pensava em vetar sua entrada no prédio. Zuleido ligou para Cláudio Humberto, mostram as gravações da PF. “A nota tá dentro daquilo que a gente acertou”, disse, sem constrangimento.

O diálogo entre Cláudio Humberto e Zuleido, a esta hora revelado aos quatro cantos do país, é de causar embrulho no estômago - menos, é claro, daqueles que sempre recorreram a Humberto e seus esquemas na tentativa de fazer com que o Acre volte à lama na qual eles chafurdam. E agora, vivandeiras?



NE: A charge é de Carlos Latuff.

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