martes, 14 de septiembre de 2010

La puñalada

Dos outros:

O Marcelo Migliaccio: quando o conheci, um bom moço; hoje um bom homem.
Não sei se me explico bem: eu sou charrua de bom ou ruim, sin medio agradable. Ni mucho ni poco. Bom. Bueno!

Em seu blog de jornalão (em Rio Acima), tem alguns recuerdos.

Não sei se teve a intenção, mas percebe-se claramente que o Lula e amigos, mais os covardes, aquela mistura, pela ordem, de aproveitadores com intelectuais de buteco, mudaram.

O Serra, não mencionado, digo eu: endireitou de vez, dominado pela ultradireita conservadora, amado pelos Bornhausens, Jereissatis e Gerdaus, Opus Dei, et caterva, se não parar (olha, Dorucha...) vira pior que palhaço de gafieira.
Serra mudou. A ultradireita a que hoje pertence, como pertenceu FHC, ela, o câncer do Brasil, segue a mesma serpente malvada, da fome de tudo aos seus irmãozinhos que assistem ao jogo da valeta.

Os Ferreiras Netos seguem iguais, sem tirar nem pôr, a postos em todos os veículos de comunicação: âncoras e comentaristas, os vis animaizinhos, serviçais do parágrafo anterior.

E o Plínio?


Diz o Marcelo:

Plínio de Arruda Sampaio


Conheci Plínio de Arruda Sampaio (conheci não, falei com ele apenas uma vez) durante a Assembleia Nacional Constituinte de 1988.


Acompanhei o esforço dele e dos outros deputados chamados de "esquerda" para introduzir na nova Constituição tópicos que melhorassem um pouco a vida do trabalhador brasileiro, tão vilipendiado ao longo da nossa história.

Mas a briga não era fácil. Do outro lado, o lado da concentração de renda, estava um grupo apelidado de Centrão, que de centro não tinha nada, era de direita mesmo.

A Suderj informava: "Entra em campo o Centrão, com Roberto Campos, José Lourenço, Jarbas Passarinho, Roberto Cardoso Alves, Gastone Righi, Arnaldo Faria de Sá, Amaral Neto, Luis Eduardo Magalhães, Marco Maciel, Inocêncio de Oliveira e Roberto Jefferson.

E mais uns 300 deputados e senadores no banco de reservas.

A seguir, surgia do túnel à esquerda o time adversário: Plínio Arruda Sampaio, Lula, Fernando Henrique, Genoíno, Paulo Paim, Cristina Tavares, Edmilson Valentim, Mario Covas, Luiz Gushiken, Florestan Fernandes e Lysâneas Maciel.

E outro catatau de gente se aquecendo para entrar no tapete verde e travar uma batalha verbal com o pessoal que não queria mudar nada naquele país arcaico e quase feudal que teimava em existir.

Plínio de Arruda Sampaio, que agora se torna conhecido de muito mais gente como candidato do PSol à Presidência, foi um político que aprendi a admirar de longe durante aquelas votações.
Pela coerência e, principalmente, pela sua educação no trato político, mesmo com adversários às vezes truculentos e intransigentes.

Certa vez, já na campanha presidencial de 1989, o jornalista Ferreira Neto, que apoiava Collor descaradamente, chamou o então Caçador de Marajás alagoano para uma entrevista em seu programa de TV.

Não chamou Lula, como mandava a lei, e a Justiça o obrigou a fazê-lo à força, para uma entrevista que duraria o mesmo tempo que a de Collor. Como Lula não pôde ir, mandou seu companheiro petista Plínio, que ouviu e respondeu pacientemente a todas as perguntas provocativas de Ferreira Neto.

Perguntas do tipo:

- Se o PT ganhar a eleição a classe média terá de dividir seus apartamentos com os mendigos da esquina?

Plínio respondia a absurdos como esse didaticamente, com respiração inabalável. E eu em casa pensando: por que ele não manda esse entrevistador às favas(1)?

Ao final do programa, porém, enquanto Ferreira Neto fazia o tradicional encerramento, o parlamentar levantou-se subitamente e foi embora, sem se despedir e nem sequer olhar para trás. Um final constrangedor para uma entrevista indecente.

No dia 5 de outubro de 1988, quando recebi meu exemplar da nova Carta, vi que vários jornalistas estavam pedindo autógrafos a constituintes.
Fiz o mesmo. E, ironicamente, fiz questão de pegar uma assinatura do deputado baiano José Lourenço (PFL), justamente um dos que mais acenara com o fantasma de um golpe militar a cada votação que avançasse nos direitos dos trabalhadores. Ele me olhou desconfiado, porque sabia que era uma ironia. Mas assinou.

Além de Lourenço, pedi autógrafos ao Vladmir Palmeira, ao Genoíno e ao Plínio, que levou um susto quando me aproximei.

Visivelmente feliz e orgulhoso com o fã inesperado, ele assinou e, de todas, a sua é a que mais prezo quando abro o já amarelado livro para recordar o passado.





(1) à PQP. Tradução de Salito.

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Pois é, La Puñalada é uma milonga do Caledonio Flores. Fala de sinceridade, paixão e amor. E da vontade de.
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