domingo, 18 de noviembre de 2012

Churrasco na rua, n'A Charge do Dias

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Devido ao feriadão, quando os chargistas brasileiros deram uma esticadinha até as praias do Caribe, esta coluna não saiu sexta e sábado. Hoje, cansados de merengues (caipirinha de vodka com algumas pétalas de rosas  brancas), camarões e milho-verde, depois champanhes ao luar, os artistas do traço deram as caras.

Os empinantes do botequim, devidamente autorizados pela Srta. Leila Ferro, recuperaram o tempo perdido. O Botequim desde cedo lotado em mesas na rua, em preparativos para o churrasco de domingo, que costuma sair lá pelas três da tarde. Os preparativos são trago e cantoria, pois o churrasco propriamente dito, no rodízio que se procede, será de exclusiva responsabilidade de Wilson Schu e Tigran Gdanski, uma bela dupla, pois o primeiro só admite carne malpassada, e o outro bem, de modo que todos os gostos serão contemplados. Juro que prefiro malpassado com hífen, mas fazer o quê.

Destaque para o Contralouco, que chegou direto da boemia, só passou em casa para tomar um banho e vestir a sua camisa nova do Inter. Entre outras estrepolias, chegou e logo deu em cima da noiva oferecida, a trintona gostosa da zona, que costuma passar de short apertadinho pela outra calçada do Beco do Oitavo, fazendo zóinho para a turma. O conquistador atravessou a rua e a acompanhou até a outra esquina, cheio de papo e de gestos, sob assovios e aplausos da malandragem. 

Retornou alegrão e inventou um buquimequi de Portuguesa e Grêmio, a dez paus o prognóstico, e abriu a jogatina marcando 4 x 0 para os paulistas - só para provocar o Portuga, gremista doente -, alegando que ia de Portuguesa para homenagear o dono do botequim. O dono do botequim, o próprio Portuga, bom cabrito, fingiu que não notou. Alex Sociológico, gremista, fez outro buquimequi, agora com Inter e Corinthians, onde o Portuga silenciosamente cravou 5 x 0 também para os paulistas.

Pela camisa, o Contralouco mereceu o seguinte comentário da mestra Jezebel do Cpers, decepcionada com o seu vermelho: "Depois de perder tudo... Normal, ele é louco mesmo".  

A coluna  A Charge do Dias foi a primeira preocupação séria, às dez iniciaram as escolhas. Leilinha, caixa do bar e  coordenadora deste espaço, começou com a sua, de modo a dar o exemplo e livrar-se logo do encargo, sabe que se deixar por eles só receberemos as obras à noite.

Como os cantineros, a jovem princesa tem plena consciência de que tudo começa pela (falta de) educação. Ao elogiar a sua escolha, o sábio Aristarco de Serraria usou palavras fortes, o que lhe é incomum, causando estranheza nos amigos: "Os filhos da puta conseguiram, depois de espalharem tanta miséria e ignorância, agora colhem os frutos", referindo-se às notícias de tiroteios e incêndios relatados por Lúcio Peregrino nas notícias do notibuc.

- Quem são os filhos da puta - perguntou Gustavo Moscão -, os empresários?

- Não, Mosca, os grandes empresários, bancos e corporações, aqueles da pilantropia, e os seus perniciosos asseclas, os políticos, esses animais discursantes que ensinam ao povo que o crime compensa.

Nicolau Gaiola, o ator e teatrólogo, tratou de desviar o assunto, afinal é domingo, e no meio da rua encenou pequena parte da sua peça "Sarney Nu", em cinco minutos levou a massa ao delírio.

Bem, a Leilinha ficou com o Zop.



Os boêmios e boêmias mostraram toda a sua alegria com o espetáculo que assistem diariamente no Brasil. Escolheram as seguintes.

Sponholz, do Jornal da Manhã (Ponta Grossa, PR).



Frank, de A Notícia (Joinville, SC).




Sinfrônio, do Diário do Nordeste (Fortaleza, CE).




Kayser.



Cláudio, do Agora S. Paulo (SP, capital). Após as preciosidades anteriores, com esta chegamos ao limite humano da tolerância e fizemos uma pausa para uma caipirinha, de outro jeito não vai.




Voltamos a tempo de ver que os boêmios arremataram com o sempiterno Nani.



(A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que há poucos dias se..., bem..., se fundiram (veja AQUI), face a dívidas com o sistema agiotário, como eles dizem. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro)

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