sábado, 3 de noviembre de 2012

O Poder Universal e Juremil

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A pedido republicamos, insistência grave, um bilhão, uma singela postagem de 2010, que alude, respeitosamente, a julgar como alguns tratam seus semelhantes a um jornalista não tão imaginário assim. Um roedor inteligente, que isso ninguém lhe tire. Falta-nos tempo agora, e vontade, e saco, para buscar comparações na história, mas voltaremos, se necessário, aqui se escreve às pressas, direto, e, seguindo, Deus será, daqui a três ou cinco anos, o chefe universal ainda pensa no assunto, esses padrecos, de todas as seitas, não confiam em ninguém, uma cachorrada, anos os servindo de quatro e se recebe isso em troca, desconfiança.

Eu ia ficar frio, mas inventei de ler uma bobageira.

O senhor precisava de emprego, certo. Os outros não precisam, ó malandro?

Os inimigos dirão que as pessoas que pediram - muitas, a rejeição é grande, mas em ínfimo número diante dos seus cultos fãs, em São Paulo tem alguém assim - querem é aparecer nas suas costas. Isso pode ser verdade, mas não nos soa estranho, parece que já vimos esse filme, e... deixa pra lá, neste mundo se vê de tudo, ainda ontem na Malásia. Deve ser isso. Pior, pode ser a inveja corroendo seus corações, pensamos, mas depois lembramos, filme antigo de novo, e ainda veio a fatal interrogação, inveja de quê?

Dos outros não sabemos. Por nossa parte é para não chorar. A rebelião quanto aos meios, agora todo mundo descobriu que Maquiavel não disse bem aquilo, como se não soubessem. Desvirtuam tudo. E por quê?

Os meios utilizados condenam. Lula chegaria à Presidência mais tarde, a luta se intensificaria, iríamos sofrer mais, mas se vendeu, acabou ali. Os meios. Mas se o referido jornalista quiser mandar alguma grana do bispo Edir Macedo, o Incriticável Supremo, seu patrão (Vai que não. Não?), que imaginamos obtida, pelo magnânimo religioso, que Deus me perdoe, terçando armas - ideias - com gente da sua nenhuma estatura moral, trabalhando com afinco, oba, manda pra gente, estamos numa dureza aqui que só o capeta sabe, sopa de cupim com pano de prato engraxado, e se mandar será uma maneira de confirmar a fé, do pó ao pó, no caso do povo ao povo. O povo da palafita a trocará, a grana, por arroz e feijão, promovendo distribuição em certos bairros, se podemos chamá-los assim. Devolverá ao povo, vez que podemos arranjar jeito de subsistir sem mentir. Ganharemos com a publicidade, as ONG do Lula periga passarem a nos mandar, somadas, dois mil reais por mês, em vez dos milhões que estão no exterior, onde, aliás, está a fortuna dos aspones do anterior. Mais um pouco e começamos a falar em fábricas de açucenas, redes de mercearias... Ahm, se puder mande logo o dinheiro, antes que o mundo gire até viradas e monções estranhas, ou enquanto esse filho de uma puta não morre no papado dos indigentes (essa frase, a partir do esse filho da puta, vai a pedido, a colocamos porque nela não vimos nada de mal, embora não pareça, à primeira vista, lá muito elogiosa).

Ou criticamos todos, ou ninguém. Ou assumimos que estamos a serviço de um lado. As razões é o que menos importa, todas são compreensíveis. Mas assume-se.

Mentir é feio. E aquele por que solto lá cima? Por quê? Medo da vida, menino, falta de coragem. O destino de algumas palavras exageradas nunca foi um ser humano, um banco de praça, nem um Juremil, que até se sai bem, à exceção do espelho e do Incriticável. É à praça toda, ela é feia demais de tanta hipocrisia.

Bem, trocando o verbo, eu nunca vi tanto rodeio para apresentar uma coisica de nada, não dá duas páginas, mas é que tocou o telefone, um preto à moda antiga, e pelas vozes lembrei que tenho filhos matriculados por aí, então peço aos nobres professores de preto ou de vermelho para fazerem o certo, aqui ninguém deseja enlouquecer de tristeza.

Aí está, ele, o máximo impiedoso, inculto e malvado. Isto é, um sucesso.


quinta-feira, 5 de agosto de 2010


Juremir

Bem, depois de hoje vou repensar esse negócio de cartas. Entre uma de mais um padreco me insultando (deveria estar bêbedo, o Dá a Deus, pois falou uns palavrões que as meninas da Stanislava esqueceram de me ensinar naquelas saudosas tardes de inverno, enquanto a clientela arranjava dinheiro pra trazer à noite pra gente) e a que segue, optei por esta de um desconhecido. Sempre gostei de malucos.

EU

Alvíssaras! Eu estou muito apressado, mas, como eu supus que amanhã ou depois acabarias escrevendo sobre genialidade, eu me antecipo (eu marco de cima, eu pulo junto, eu sou o Inter sonhado, uau!).

Antes, Salito, uma correção: meu nome não é mais Juremir, eu mudei. Uau! Agora eu sou Juremil. O perfeito Juremil. O sagrado Juremil. Tá, bota aí também o humilde Juremil, o singelo Juremil, para não prejudicar os negócios. Huhu! Eu explico: eu fiz uma retrospectiva da minha ultragrandiosa obra e eu concluí que eu sou nota mil em tudo. Ninguém me supera. Juremil-mil-mil! Eu engambelo aqueles franceses imbecis por uma questão de estratégia. Prestígio e grana (ui que ameaço de orgasmo), me entende, não é, ninguém é de ferro, e também para viajar semanalmente a Paris, aquela cidadezinha mais apagada que a minha Dodô Desasada, o extinto pombal fronteiriço onde brotei bem no instante em que houve aquela conjunção (ui) planetária. Comparando com Jesus, dez a zero para eu, uau! As velhinhas me atacam na rua para me abraçar, huhu!, e isso que não viram meu pintão.

Sabe, Salitre, eu li tudo o que os gauleses escreveram, aliás, eu li tudo o que foi escrito no mundo desde os escritos dos alienígenas, me prestei até a ler os contos do ceguinho Borges, mas eu vou reescrever cem por cento em hieróglifos hititas, com a simplicidade e leveza do sacerdote Juremil, eu vou champoliá-los (oba) em 2011, eu vou cobri-los de rubor, eu vou fazer um barulhão, eu vou romper as fronteiras do pensamento, uau, rumo ao espaço, eu só imagino a cara do velho Fiódor Dostô, uau, e tem mais: eles que esperem eu publicar a minha nova obra-prima (chama-se EU, JUREMIL, trioriginal, hein?) onde eu provo, pela mesma dialética transcedental assassinada pelo Emanuel (o babaca do Kant) que aquele lero de imperativo categórico está invertido, e que o François-Marie Arouet era ridente devido à idiotice, espirituoso nada, ironia fina ele vai ver. Eu, eu... bem, naquele tempo não tinha livro meu na praça, eia, eu vou compor sonatas em braile para causar felicidade e espanto ao rústico Beethoven! Viva le futur antérieur!

Eu sou especialista em tudo: física quântica, filosofia, futebol, mais umas cem mil coisas só na letra éfe, tudinho, tudinho. Eu falo e eu traduzo todas as línguas conhecidas e desconhecidas! Uau!

Eu morei em Adis Abeba, em morei em Atenas, eu morei em Amsterdã, eu morei em Belgrado, eu morei em Berlim, eu morei em Bucareste, eu em Budapeste também. Uau! Eu morei no Cairo, eu morei em Copenhague, eu morei em Dublin, Estocolmo, Lisboa e Londres, eu morei em Luxemburgo, eu morei em Madrid, eu morei em Moscou, eu morei em Roma, eu... acho que pulei algumas, maldita memória, preciso tomar meus comprimidos... tá, comece aí todo o Abc até Viena! Uau! Em Bujumbura não, ahahah, desculpe, Saltito, uau!

Bem, eu ia falar de quê mesmo, deixa eu ver... Tá bom, eu... ahm... eu... eu... Bem, eu... eu... eu... eu... eu... eu... eu... eu... eu... Hummm, eu... eu... eu... eu... eu... eu... eu... eu... Uau! Eu quebro a rotina e hoje eu falarei de mim, mas só um pouquinho, eu estou meio atrasado para meus milhares de compromissos. Viu a economia no título que eu, o lacônico Juremil, botei agora lá em cima? Eu. Huhu!

Ah, eu tive uma namorada em cada uma daquelas cidades! Uau! Estranho... não recordo os nomes, ah, nome não importa. Uau!

Tu já leu o meu último livro? Cara, não é pra eu me gabar, eu não sou disso, mas é um clássico como nunca houve, na terra como no céu, aquele Shakeaspeare deve estar se revolvendo no túmulo, mortinho de inveja. Já na segunda página eu ensino o pessoal a conjugar os verbos. Eu me arrependi-me (ops) de publicar, está além do alcance da massa encefálica dos não escolhidos. Agora já era. Tu já comprou? Se não, compre logo, compre, compre, compre, compre, compre, compre, compre, compre, compre, compre, vai esgotar, para ti eu faço um precinho camarada, eu sou o dono do pedaço no Reino dos livros, escribo en el periodico Letters of the People, huhu! Agora eu sou Universal. Lá no outro, o reino da judéia, a concorrência fica promovendo aquele canhestro da última página, ahahah. E eu faturando. Faturando a fama, claro. Eeeeeuuuuuuuuuuuuu!

Lembra daquele portuguesinho inexpressivo, o José Sarraceno ou Salamargo? Mais cheio que o Luiz Fernando. Pois é, morreu o crucífero (oba), iupi, iupi, iupi, dou pulinhos, morreu, morreu, morreeeu, se apressou a bater as botas pra não ter que ver o saco de nobél que eu vou abocanhar, viva, viva, vivaaaa, eu vou sarambecar lá nas Canárias, uau!

Bem, eu... eu... eu, uau!, eu preciso ir, até a próxima, eu estou atrasado para um show que eu vou dar à tarde lá na universidade dos caras de preto, como você diz, Eu vou-lhes (gostou? Vou-lhes) contar umas estórias básicas que eu inventei sobre as estorinhas sem graça daquele baiano, o Amado. As gurias vão delirar, ui uau! Depois eu tenho de dar uma palestra sobre nanorrobótica medicinal a partir da experiência com cágados, en passant eu ainda vou proferir outra, uma teleconferência d'échecs para os meus amigos Veselin Topalov, Magnus Carlsen e demais top-twenty (sobre as falhas das análises dos computadores na variante Leningrado da Ninzo-Índia), sem deixar de apresentar meus programas de rádio e TV, depois ainda uma aula de direito aeroespacial, e lá pelas dez, enfim, uma aparição no São Pedro, eu vou estrear um novo solo de oboé, eu, eu, eu, eu, uau, eu não dou conta, eu não dou conta, eu não dou conta...

Eu preciso ir, eu preciso ir... dê uma chegada aqui pela Rua da Praia, eu preciso te mostrar (en passant que o tempo voa) meu penteado atual. Rapaz, lindooooooooooooo, combina com o jeans que eu comprei no Marrocos. Uau! Ei, já comprou um livro meu?

Uau!, uau!, uau!

Juremil

PS.: E tu, Salatiel, ainda ingere bitter purinho? E aquela tua chinoca de Rivera, uuuuuuuui, conta, conta, conta.






 

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