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Ao entardecer, os papos do Botequim começaram, logicamente, com Inglaterra 2 x 1 Brasil, ontem. Não vale a pena relatarmos, pois em todo o país deve ser sido mais ou menos igual. Era um tal de "aqueles bostinhas" pra cá, "aqueles paus-no-cu" pra lá, "esses bundinhas analfas ganham demais", "só tem putinho multimilionário naquele time", "esse Felipão tem mais é que se fuder", cada verdade, digo, bobagem, de doer.
Em temas locais sobrou para o Dunga, claro. Discutiram, discutiram, e ninguém entendeu essa de poupar o time dito titular, vão disputar algum troféu importante, por acaso? Que nada, só tem esse Gauchão sem graça. Clóvis Baixo tinha a solução para o Inter: "Não quer judiar dos tetéios milionários, fazendo-os cumprir a obrigação para a qual são pagos? Bastaria entrar e cadenciar o jogo, e golear ao natural, como fez o Grêmio...".
Gustavo Moscão matou em cima: "Aí é que tá, para cadenciar tem que ter café no bule...".
"O negócio é mesmo irritante: um plantel de milhões, contra um clube sem dinheiro, com jogadores sem nome, que vão na raça..., um jogador do Inter só, unzinho, paga toda a folha do adversário, com técnico e tudo. Só rindo", desabafou Marquito Açafrão.
- Esses do futebol são hordas de criminosos, confundem hombridade com esperteza em roubar, e ficam lambendo os dedos, piscinas à frente, mas impotentes diante da vida... me poupem. Não me falem em Dungos ou Luxemburgos, ou qualquer merda desses", pede Nicolau.
- Esses do futebol são hordas de criminosos, confundem hombridade com esperteza em roubar, e ficam lambendo os dedos, piscinas à frente, mas impotentes diante da vida... me poupem. Não me falem em Dungos ou Luxemburgos, ou qualquer merda desses", pede Nicolau.
Lúcio Peregrino diz que tem algumas notícias importantes. Os boêmios servem seus copos e ficam atentos. Lúcio faz toda uma onda antes de iniciar: toma um trago, esfrega as mãos, se compenetra, toma outro, e vem.
- Atenção, silêncio, amigos: Notícias do Notibuc:
- O famoso guru nordestino Pai Dangue, o jornal deve estar errado, talvez seja Dengue ou Dingue, que nunca errou na vida - que se saiba, pois as boas ele conta e as ruins ele enruste - faz previsões para 2.013: o câncer da Dilma vai voltar e ela terá que abandonar a presidência.
Com essa a turma congela nas mesas. Silêncio no bar. Segue:
- A corrupção que todo mundo sabe onde e quem, mas ninguém ainda denunciou, aparecerá no segundo semestre, em quatro ministérios: Esporte, Minas e Energia,
Relações Exteriores e Cultura. Nesse Minas e Energia é coisa de trilhão.
Não dá tempo de ninguém se coçar e dispara:
- Besteira do Lulaluf se pensa que está curado, também o seu câncer voltará, este a mil, pior que o da Dilma.
- Roubalheira continuará nas prefeituras das cidades brasileiras.
- O Brasil vai tomar bem dentro daquele lugar na Copa do Mundo de Futebol, não passa das quartas de final.
- Acho que o principal era isso. Tem notícias de presidentes de Senado, Câmara, Maluf, uma tropa, mas hoje não tou a fim de falar de caras-de-cadela.
Aristarco de Serraria comenta, pelas beiradas, com seu habitual ceticismo: - Bem, sobre roubalheira e corrupção em ministérios e prefeituras ninguém precisa ser vidente para saber, até que é pouco, faltou muita coisa aí. Mas esse negócio de câncer e de Copa do Mundo, sei não...
Jezebel do Cpers: - Amanhã mesmo vou ver o que a minha amiga vidente, a Mãe Dinádegas (por AQUI falou-se dela), acha de tudo isso.
- Vocês sabem, tenho pavor de politicagem - disse Nicolau Gaiola -, mas agora me preocupei. Já pensaram, o vampiro Michel Temer, do PMDB, de presidente do Brasil? Aí fode o pouco que resta.
- Achei que ia dizer que tava preocupado com a saúde da nossa presidenta; eu estou, e muito -, diz Silvana Maresia.
- Credo, Silvana, mas claro, imagine, mas pensei logo no pior -, responde Nicolau. E acrescenta: - Essa tal base aliada, se alguém não controlar, a fúria da gatunagem é tanta, mas tanta, que eles acabariam assaltando até a casa deles por engano.
O Contralouco, que ia e vinha, para dentro e para fora do bar, esperando a Ingrid, e que não perdeu nada - ouvido de lobo - do que se dizia, em pé encostado na parede da antologia, copo de cerveja na mão, se manifesta:
- Olha, gente, acho que esse guru cuzão não me conhece. Guru pras negras dele. Que vá rogar praga de câncer pro espelho, esse vagabundo. Mas, vai que tenha a ousadia... Pelo sim, pelo não, vou ali em casa buscar um pau-de-fogo, para o caso desse merda passar por aqui, olhar pra dentro e pensar em me atirar um câncer, isso não se faz com ninguém, e não é de medo da sua mentira, é pelo insulto. Se a Ingrid chegar digam que já volto. Recomendo que todos façam o mesmo: se ele meter as fuças na porta ou na janela, atirem antes que abra a boca, para matar.
E saiu.
E saiu.
Com essa, Miss Leilinha Ferro, nada feliz com as previsões do bruxo e com o mal-estar provocado, intima os empinantes a escolherem logo as obras do dia, mesmo sem o Contra presente. Promete: - Amanhã eu o deixo escolher uma sozinho.
Ficaram com as obras dos seguintes artistas do traço e do pensamento:
Amorim, do Correio do Povo (Porto Alegre, RS). Esta se enquadraria na série Os Filhos da Puta, que infelizmente foi abandonada pelos boêmios (AQUI as razões, adiantamos que as profissionais do sexo reclamaram).
Gilvan, de A Gazeta de Iguaçu (Foz do Iguaçú, PR). De cinema, entenderam os amigos. A turma aqui desta palafita concorda, vai para a parede aqui de casa.
Duke, do Super Notícia (Belo Horizonte, MG).
Deixaram a pouca vergonha do futebol para o fim, com o Newton Silva, de Fortaleza (CE). O sistema que coordena o futebol é um puteiro, que o diga Ricardo Teixeira e seus amigos. Aliás, há poucos dias estourou um bruto escândalo no mundo, sobre compra de jogos em todo canto do planeta (devido às milionárias casas de apostas). No Brasil, todo mundo quietinho, faz de conta que não é conosco, então tá.
Leilinha Ferro ficou com o Sponholz, do Jornal da Manhã (Ponta Grossa, PR). Essa menina é politizada, e decente.
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E com o Jorge Braga, de O Popular (Goiânia, GO). Leilinha lamentou a pequenez.
A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que há poucos meses se..., bem..., se fundiram (veja AQUI), face a dívidas com o sistema agiotário. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro.
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