Lúcio Peregrino chegou no botequim ao entardecer desta sexta-feira, direto do aeroporto Salgado Filho (Pra que dizer o nome, se só tem esse em Porto Alegre? Os leitores de Kiev e das cidades vizinhas ao Cairo não saberiam). Pela cara, não muito feliz. Viajou à Brasília - não à zona do meretrício de Palmeira dos Ervais, pior: à capital do Brasil mesmo - na quinta pela manhã, para buscar uma grana que uma deputada, ou aspona de deputado, ou esposa de deputado, vá saber, lhe devia.
Como todos conhecem a sua fama de terror das "políticas", imaginaram o resto. Consta que naquela cidade o boêmio só não passou o pau em quem ele não quis. Essa vulgaridade de "só não passou o pau em quem ele não quis" quem cometeu, naquele seu modo inocente de dizer verdades, foi o Contralouco, pois este blog, lido por doutores e alguns intelectuais bundas-moles, jamais se expressaria dessa maneira. O Contra naquele momento não lembrou das jornalistas e... deixa pra lá.
Chegou, pediu uma cerveja estúpida e uma dose de dyabla verde e ficou bebendo, silencioso.
- Ei, tchê, tou vendo que não tá no teu dinheiro, não recebeu o teu? - falou de novo o Contralouco, um dos poucos que, pela alma pura, tem liberdade para indiscrições.
- Recebi, sim, Contra, é outra coisa.
- Então, já que vens da capital dos gigolôs e das meretrizes da nação, diz aí as notícias do notibuc, somadas ao que soube no travesseiro -, emendou Tigran Gdanski.
- Tem razão, Polaco, já faz tempo que não temos atualização do noticiário, vou tentar -, responde Lúcio, abrindo o nóti.
Leila Ferro aproveita e os intima a escolherem as obras do dia. Em apenas uma hora de debates escolhem, com direito a falas em defesa desta ou daquela.
Escolhas feitas, Leilinha lá no seu notinho as enviando para o blog, e Lúcio anuncia: Atenção, tigrada, Notícias do Notibuc!
- Lucinho das Putiangas, este locutor que vos fala, torna a clarear as mentes dos portoalegrenses. De cara propondo que esta nobre confraria conceda, com atraso, o troféu "Me rouba que eu gosto" de 2012 à rede de mercearias Zaffurtari, de Porto Alegre.
- Ué - diz Jussara do Moscão - não ia falar da putaria de Brasília?
- Primeiro as notícias locais, minha senhora. Amanhã este humilde varão, agora com a carteira cheia de 20 mil de um capim verde que não sabe exatamente de onde veio, de qual licitação fraudulenta, terá que pagar as contas atrasadas e encher as latas lá de casa, cerveja, vinhos, queijo, massa, tomate, feijão, arroz, mostarda, cebola, falta tudo, daí recordar o assalto promovido por essa rede de mercearias foi um pulo.
E segue:
- Renan do Encalhe passa o carnaval descansando as suas famosas habilidades na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul. Quando o povo de Gramado descobriu, e preparava grande e ruidosa manifestação para homenageá-lo, com banda, faixas e gritos de ladrão, para dizer o menos, o elemento capou o gato. De jatinho particular, que não sabemos a quem pertence nem de onde saiu a grana, ou emenda, para pagar tão elevada conta. Acompanhado de duas mulheres, que não se sabe se eram familiares, asponas ou marias-políticalhas. Se parentes ou marias, desde já este locutor esclarece que jamais as viu na vida, antes que alguém pense.
- Se eu pego um cara desses -, rosna o Contralouco, ao que o bar inteiro exclamou belos adjetivos que aqui não podemos declinar, todo mundo chama o elemento de tudo, mas vai que resolva processar logo o Salito. Queremos deixar os ferros quietos, sem balas no cão.
- Eu queria era bater nos seus leões-de-chácara, eu sozinho contra todos, só dez minutinhos com eles, sem gongo pra atrapalhar, odeio zécu que se vende para meliantes - disse o ex-boxeador da turma, Gustavo Moscão.
- Gustavo, tu me prometeu... e nada de surrar bispos da universal também, já quebrou uns trinta, chega, não quero marido preso -, cobrou Jussara, esposa com quem Gustavo se reconciliou no carnaval.
- Não é bem assim, Ju, só três ficaram mais de duas semanas no hospital -, diz o Contralouco, defendendo o amigo.
- Olha quem falando - replica Jussara - tu ajudou ele a quebrar uns quantos bispos, fora os gerentes de banco.
- Banco não, banco quem tem é o judeu ali da esquina, uns jurinhos legais, esses oficiais são casas de agiotagem -, diz Wilson Schu, botando os pingos nos is.
- Se os amigos seguirem me interrompendo, paro com as notícias, ora, comentem depois -, disse Lúcio. Repensou e soltou:
- Na verdade, já enchi o saco de notícias, nada a ver com os amigos. Mais uma gelada aqui, Portuga, e outra dyabla.
Pára para dar um abraço no Carlinhos Adeva, que acabara de entrar, barulhento como sempre, beijando todo mundo. Depois diz: - A última, então, aproveitando que chegou o cara que sabe dessas coisas, uma que me estourou o saquinho.
- Lúcio das Putiangas sofreu muito em aeroportos e aviões, uma pouca vergonha, tratam-nos como seus empregados, enquanto esses filhos da puta, os donos, é que dependem da gente. São máfias organizadas, com redes de transportes terrestres também. Só a Dilma e as otoridades não sabem. Após a fornicação das duas grandes-merdas nacionais acabando com as pequenas, agora nos Estados Unidos as maiores também se fodem, digo, se fundem. Não se sabe exatamente como, mas vão botar no do povo. Se o nobre advogado Carlinhos quiser, a palavra é sua, eu vou é tomar todas para relaxar do stress de ontem e de hoje.
Todos os olhos do bar, naquelas alturas quase lotado, se voltaram para Carlinhos "Adeva".
Carlinhos sorri e diz alegremente, mas com ar cansado:
- Puta que pariu, sobrou pra mim. De fato, é um horror, muito pior do que a gente imagina, mas vamos relaxar, tive um dia de cão também, amanhã prometo dar uma idéia. Tudo é conjunção, jamais carnal, são todos broxas (com x fica melhor, só de teimoso), esta eu diria metálica. Amanhã virei preparado.
Protestos generalizados, ah, só uma ideiazinha, diz um; pra gente ir pensando, diz outro, e assim por diante.
- Tá, mas deixem eu terminar esta e tomar mais uma, para molhar a palavra.
(Fica o espaço aqui, pela demora já tomou seis)
Enquanto o boêmio se molha, o blog vai adiantando as charges do dia, escolhidas antes, sem o voto do Carlinhos, que demorou a pintar.
Pelo pouco que Lúcio falou, ficaram com Aroeira, do Jornal do Sul (o blog está em dívida com o jornal, cremos que é de SC, logo traremos direitinho).
Com o Zop, que pegou forte. Os boêmios discutiram muito a escolha, se o blog colocaria, temos muitos leitores que são crédulos nessa gente. Ora se não. Esse tema precisa ser aberto, difundido, discutido a sério, acabar com a hipocrisia, para que sejam apuradas as responsabilidades. Milhares, talvez centenas de milhares, ou mais ainda?, de casos, notadamente nos seus seminários e orfanatos. Quem encobriu, senão os chefões de Roma? E por que encobriram? Culpa no cartório?
E isso nada tem a ver com a necessidade, ou não, de nosotros humanos termos ou não fé. O assunto tem a ver com o Código Penal.
Por decisão soberana dos empinantes, a obra vai emoldurada para a Antologia (as paredes do botequim agora se chamam Antologia). Desnecessário narrar a repugnância aos padrecos e os comentários dos boêmios, a maioria com filhos na escola.
Nesse passo, também ficaram com o Ykenga.
E terminaram com Zop, de novo. Só dá Zop! Bem isso, meu caro Zop, bem isso.
A coordenadora da coluna, miss Leilinha Ferro, feliz da vida, esperando o Z do Psol passar para pegá-la (hoje têm churrasco de niver de amigos), ficou com o Marco Aurélio, de Zero Hora (Porto Alegre, RS).
E com o Dum, do Hoje em Dia (Belô, MG). Essa menina tem personalidade.
Carlinhos Adeva armou um escarcéu, escolheram antes da sua chegada, "só por que tu tem que sair, amadinha, dá uma colher, vai, deixa eu mandar uminha...". Leilinha foi sensível. Então, uma a solas do Dr. Carlos, que escolheu a obra do... Aroeira (de hoje, a anterior foi de ontem, quando os malandros não enviaram). De novo Aroeira. Essa turma é foda.
A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que há poucos meses se..., bem..., se fundiram (veja AQUI), face a dívidas com o sistema agiotário. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro.
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