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Por Mário Antonio Sussmann, no Amazonas em Tempo, 15/3.
De acordo com a repórter Ana Isabel Martinez, MSN, 14.03, o presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, que se amadurecer mais cairá de podre, revelou-se teólogo e disse que Hugo Chávez, reverenciado com fervor religioso pelos compatriotas, “também pode convocar uma assembleia constituinte no céu a qualquer momento para mudar a Igreja na Terra, para que só as pessoas de Cristo possam governar o mundo e que” – continua Maduro – “sabemos que nosso comandante ascendeu às alturas e está frente a frente com Jesus, a quem influenciou para que o novo papa fosse um sul-americano”.
Ainda que se tome como mera manipulação politiqueira, os sintomas recomendam internação. Deram um golpe de Estado no Padre Eterno, para recorrer a Eça de Queiroz, e agora quem manda no céu é Hugo Chávez que provavelmente fará da Venezuela campeã da próxima Copa do Mundo (e de outras). O respeitável papa Francisco será ingrato se, através de Maduro, não agradecer a Hugo Chávez que desbancou o Espírito Santo na inspiração dos cardeais. Desisti de imaginar com que argumentos o “comandante” convenceu Jesus. Que lugar reservará para Fidel e Raul Castro ?
Quando penso que já vi todas as sandices latino-americanas (notem que a presidente da Argentina se manifestou, positivamente, sobre a escolha, com duas diferentes imagens ao fundo de Evita Peron) sempre um “el supremo” de plantão consegue surpreender. Agora foi um pouco além, tornaram o céu “território bolivariano”, pior do que vender água do rio Negro como do rio Jordão. Já vi latinha, como as de refrigerantes, sem nada dentro, contendo supostamente “ar da Terra Santa”, que o fiel destampa e dá aquela respirada. Não acreditam? Confiram.
Do texto das declarações de Maduro em feira literária em Caracas, literalmente: “Algo influenciou a escolha de um papa sul-americano, alguém novo chegou ao lado de Cristo e disse a ele: ‘Bem, nos parece que a hora da América do Sul chegou’”. Com todas as vênias aos cristãos, imagino Jesus respondendo, “bom, já que você está dizendo...”.
Pensando bem, o papa Francisco, que iniciou de maneira comovente seu pontificado ao pedir para ser ele o abençoado pelos fiéis antes de oficializar-se e, só então, abençoar a todos; que vai enfrentar o terrível relatório das mazelas internas do Vaticano, bem merece dar boas gargalhadas, daí alguma arquidiocese colaborar enviando-lhe as “explicações bolivarianas” de sua escolha.
De qualquer sorte, ainda prefiro Nicolás Maduro, incursionando pela teologia (para mim, sintoma de pouca fé e o estudioso quer se convencer) do que um sanguinário ditador prometendo um marido para cada mulher alemã, no que elas acreditaram, para se descobrirem viúvas ao fim da 2ª Guerra.
Vamos aguardar a próxima “revelação” de Maduro, provavelmente transformar a santíssima trindade em quarteto (sempre lembrando que escrevo sobre os bolivarianos e não sobre a Igreja, a que não pertenço, mas reverencio) para eu repetir gargalhadas incontroláveis, que gostaria compartilhadas com o papa Francisco, que promete marcar a História.
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