sábado, 13 de julio de 2013

Guerra Mundial Z, n'A Charge do Dias

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Ontem foi dia de festa no botequim, que começou tarde, bem depois do susto causado pelo Contralouco com aquela sua tentativa de queimar papéis velhos. Lá pelas dez apareceram Luciano Peregrino, de volta da sua peregrinação pelo mundo atrás de namorada, de braços com a angolana, e Sidney Conniff, um polaco primo de Tigran Gdanski, acompanhado da Zuz, uma polaca castanha-clara de parar o trânsito, fluente em português, ainda que da Portugália.

Luciano concentrou as atenções, falou sobre a praia por onde andou, onde conheceu a Luena e tal, que é assunto que de tão longo fica para outra. Depois se pôs a contar um filme a que assistiu: 

- Amigos, hoje vou ensiná-los a curar zumbi. Outro dia, agora na volta ao Brasil, em São Paulo assisti ao filme Guerra Mundial Z. Aliás, comecei a assistir. No filme o Brad Pitt é carioca, deve ser compensação pela visita que não fez ao Brasil para não atrapalhar os protestos.

- Como assim, carioca?, pergunta Tigran.

- Claro, no filme só falava "voceiss", "purrque", "isstou"...

- Putz, a droga da dublagem, essas empresas de merda pensam que todo o Brasil fala carioquês -, disse Nicolau Gaiola.

- É, e no filme o carioca tem mil vidas. Sobrevive a tudo, enquanto todo mundo morre. Bem coisa de rambo mesmo -, disse Luciano.

- Li algo a respeito, a Terra é tomada por zumbis enlouquecidos, devido a um vírus transmissível por mordida ou arranhão, dizem que é a sensação das telas - falou Clóvis Baixo. 

- Já imagino a velha fórmula dos americanos: uma loucura de maldades e de repente uma pausa para se emocionar, ai o filhinho, e tal, um nojo... - tornou Nicolau Gaiola, o teatrólogo da turma.

- É, é o pai dos abacaxis, aguentei uma meia hora, se tanto, e me mandei, fomos para um bar ali perto do cinema. Depois, lá no bar, um sujeito que ficou até o fim disse que o remédio era dar Pepsi-Cola para os zumbis, mas deixaram o filme picando para sair uma Parte 2. Então é isso aí, gente: quando alguém aqui encontrar algum zumbi, seja deputado ou senador, finca uma Pepsi nele.

- Tá, mas tem que dar o líquido preto na boca? - pergunta o Contralouco.

- Bem, isso eu não perguntei...

- Então na dúvida acho melhor quebrar a garrafa e enfiar o toco na barriga com tudo, pra matar normal. Depois a gente dá outra Pepsi goela abaixo. Pra garantir - encerra o Contra.

Foram até às cinco da manhã de papo e música, quando se apiedaram do Portuga, que dormia num canto e teria que abrir o bar no dia seguinte.

Hoje apareceram à tardinha, de ressaca, obviamente, na base de água mineral junto com um chopinho, de leve. Até que entrou João da Noite numa água de dar dó, dizendo que havia sacado o lance dos americanos:

- Esse louco desespero dos Estados Unidos na caça à Snowden, passando por cima de tratados internacionais, forçando os vassalos europeus ao ultraje com o avião presidencial boliviano, para além de desestimular novos denunciantes pode significar também outra coisa: o rapaz pode ter como provar ações muito piores que a invasão de privacidade, correio e telefone, de países amigos. Talvez algo que possa tornar a todos inimigos. Tomara que conte, inimigos já somos, eles vêm pedindo isso há cinquenta anos, aqui e em todo o globo.

- Eu soube, o Obama Darth Vader promete invadir, morder, machucar, fuder, torturar, matar, explodir e destruir até as minhocas dos países que derem abrigo ao cara. Tou tremendo de medinho dele, ahahah... pensando bem, é melhor largar na frente, deixa ver, posso começar por, bem, vocês sabem, botar um foguinho nos seus postos de envenenamento, os McGraxas e a Cocante refrescola, já que esta não serve nem pra remédio de zumbi, mas meu sonho mesmo é pegar um bosta metido a rambo, na falta de outro esse Brade Piti já me serve - disse o Contralouco, e ficou esfregando as mãos. 

- A Dilma e os outros presidentes latino americanos ontem já mandaram os Estados Unidos tomar naquele lugar. Espero que não dêem pra trás - disse Carlinhos Adeva.

Pelo que soubemos há duas horas, ali pelas oito da noite já haviam passado para dyabla verde com chope. Vão longe. Leilinha Ferro mandou as obras que escolheram neste luminoso sábado.

Abriram com ele, Newton Silva, alô Fortaleza! Alô, Ceará! Vão afiando as peixeiras aí.





Com o Sinfrônio. Só dá Ceará.




E Nani, do Rio.




Os visitantes, Sidney e Zuz, foram premiados com a escolha de uma obra. Leilinha lhes mostrou as paredes do bar, onde estão expostas centenas de obras-primas, e os poláquios resolveram entrar no clima, buscando uma de 14 de janeiro de 2012, do Zop.




Miss Leilinha Ferro abraçou ao Miguel, de Recife. Eta guria politizada.




A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que.., bem..., se fundiram  no ano passado (veja AQUI), face a dívidas com o sistema agiotário. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro.

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