domingo, 21 de julio de 2013

O retrato da suruba

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Neste domingo a jornalista Dora Kramer foi ao ponto, em sua coluna no Estadão. O retrato em branco e preto do resultado da política de coalizão entre urubus e ratos do Sr. Lula. Certo que a Dorucha nunca foi simpatizante do PT, ao contrário, parece-me que sempre tendeu ao tucanato, pelo menos enquanto este ainda guardava a lembrança de Mário Covas e companheiros, porém há honestidade em suas palavras, não inventou nada, está aí para todos vermos, ela apenas abriu o álbum, e a fotografia mostrada é apenas uma de uma coleção de cenas proibidas para menores. Que isso estava fadado a acabar mal ninguém tinha dúvida, o que não se sabia, e ainda não sabemos exatamente, é como se dará o enterro. A esperança agora, para nos livrarmos dos saqueadores, incluindo a turma que nega o mensalão, é a moçada das ruas, da qual o Lulaluf aos poucos tenta se apoderar.  Não vai levar, o palhaço está nu, o seu papo furado esgotou-se ao se amasiar com os bandidos no imoral contubérnio. Que venha a Marina?
Abraço, Dora, saudades.


Se arrependimento matasse haveria poucos petistas vivos para contar a história do acordo de rodízio para a ocupação da presidência da Câmara firmado entre PT e PMDB, sem a inclusão do Senado no contrato.

Como o PT reivindicou a primazia, presidiu a Câmara nos dois primeiros anos do governo, deixando para o PMDB o comando no período final que coincide com a sucessão presidencial e agora também com a queda livre de Dilma Rousseff nas pesquisas.

No Senado, em lugar da alternância valeu o critério convencional da prioridade à maior bancada. Justamente o PMDB, que ficou com o comando das duas Casas, dois postos na linha sucessória da Presidência da República e o controle total do processo legislativo conduzido por um grupo chamado sem cerimônia de "camarilha": Renan Calheiros, Gim Argello, Eunício Oliveira, Romero Jucá, Eduardo Braga, José Sarney e Vital do Rêgo.

Na Câmara, o espetáculo é comandado por Henrique Eduardo Alves em sintonia fina com o líder do PMDB, Eduardo Cunha, e a gentil colaboração de parte da bancada do PT.

Com isso e mais a vice-presidência, não admira que os pemedebistas proponham redução drástica de ministérios e desdenhem das seis pastas que ocupam e nas quais não mandam de verdade. Já têm poder que não acaba mais.

Essa correlação de forças faz o governo refém do PMDB e deixa parlamentares do PT queixosos de serem alijados pelo Planalto, obrigado a ceder os anéis ao parceiro de aliança.

Temerosos de perder também os dedos - vale dizer, a condição de renovarem seus mandatos - senadores petistas articulam um movimento de aproximação com os chamados independentes da base, os integrantes do "PMDB do bem" (Jarbas Vasconcelos, Pedro Simon e companhia) e até parlamentares do PSDB para confrontar a "camarilha".

Buscam um reequilíbrio, mas pode ser tarde depois de terem menosprezado o potencial de dano que representava a concentração de poder nas mãos do PMDB, apoiado a volta de Renan Calheiros ao comando do Senado, dado apoio a ele quando foi obrigado a renunciar à presidência em meio a denúncias, dado sustentação a Sarney na época do escândalo dos atos secretos, nepotismo e outras peripécias.

Hoje confessam: "Os caras são profissionais". E constatam: "Querem sugar o governo ao máximo e se a reeleição estiver ameaçada, nos jogar fora". 

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N.E.: Camarilha, segundo os dicionários, é "Grupo de pessoas que cercam um chefe de Estado e com ele convivem, procurando influir em suas decisões de governo". Porém o uso deu-lhe outro sentido, para atualizar basta trocar "Grupo de pessoas" por "bando".

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