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Neste domingo a jornalista Dora Kramer foi ao ponto, em sua coluna no Estadão. O retrato em branco e preto do resultado da política de coalizão entre urubus e ratos do Sr. Lula. Certo que a Dorucha nunca foi simpatizante do PT, ao contrário, parece-me que sempre tendeu ao tucanato, pelo menos enquanto este ainda guardava a lembrança de Mário Covas e companheiros, porém há honestidade em suas palavras, não inventou nada, está aí para todos vermos, ela apenas abriu o álbum, e a fotografia mostrada é apenas uma de uma coleção de cenas proibidas para menores. Que isso estava fadado a acabar mal ninguém tinha dúvida, o que não se sabia, e ainda não sabemos exatamente, é como se dará o enterro. A esperança agora, para nos livrarmos dos saqueadores, incluindo a turma que nega o mensalão, é a moçada das ruas, da qual o Lulaluf aos poucos tenta se apoderar. Não vai levar, o palhaço está nu, o seu papo furado esgotou-se ao se amasiar com os bandidos no imoral contubérnio. Que venha a Marina?
Abraço, Dora, saudades.
Se arrependimento matasse haveria poucos petistas vivos para contar a
história do acordo de rodízio para a ocupação da presidência da Câmara firmado
entre PT e PMDB, sem a inclusão do Senado no contrato.
Como o PT reivindicou a primazia, presidiu a Câmara nos dois primeiros anos
do governo, deixando para o PMDB o comando no período final que coincide com a
sucessão presidencial e agora também com a queda livre de Dilma Rousseff nas
pesquisas.
No Senado, em lugar da alternância valeu o critério convencional da
prioridade à maior bancada. Justamente o PMDB, que ficou com o comando das duas
Casas, dois postos na linha sucessória da Presidência da República e o controle
total do processo legislativo conduzido por um grupo chamado sem cerimônia de
"camarilha": Renan Calheiros, Gim Argello, Eunício Oliveira, Romero Jucá,
Eduardo Braga, José Sarney e Vital do Rêgo.
Na Câmara, o espetáculo é comandado por Henrique Eduardo Alves em sintonia
fina com o líder do PMDB, Eduardo Cunha, e a gentil colaboração de parte da
bancada do PT.
Com isso e mais a vice-presidência, não admira que os pemedebistas proponham
redução drástica de ministérios e desdenhem das seis pastas que ocupam e nas
quais não mandam de verdade. Já têm poder que não acaba mais.
Essa correlação de forças faz o governo refém do PMDB e deixa parlamentares
do PT queixosos de serem alijados pelo Planalto, obrigado a ceder os anéis ao
parceiro de aliança.
Temerosos de perder também os dedos - vale dizer, a condição de renovarem
seus mandatos - senadores petistas articulam um movimento de aproximação com os
chamados independentes da base, os integrantes do "PMDB do bem" (Jarbas
Vasconcelos, Pedro Simon e companhia) e até parlamentares do PSDB para
confrontar a "camarilha".
Buscam um reequilíbrio, mas pode ser tarde depois de terem menosprezado o
potencial de dano que representava a concentração de poder nas mãos do PMDB,
apoiado a volta de Renan Calheiros ao comando do Senado, dado apoio a ele quando
foi obrigado a renunciar à presidência em meio a denúncias, dado sustentação a
Sarney na época do escândalo dos atos secretos, nepotismo e outras peripécias.
Hoje confessam: "Os caras são profissionais". E constatam: "Querem sugar o
governo ao máximo e se a reeleição estiver ameaçada, nos jogar fora".
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N.E.: Camarilha, segundo os dicionários, é "Grupo de pessoas que cercam um chefe de Estado e com ele convivem, procurando influir em suas decisões de governo". Porém o uso deu-lhe outro sentido, para atualizar basta trocar "Grupo de pessoas" por "bando".
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