martes, 30 de octubre de 2012

O furacão Sandy, n'A Charge do Dias

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Lúcio Peregrino pouco participou das conversas no botequim, percebía-se a olhos vistos que não estava no seu dinheiro. Mas chegou a hora de repassar as notícias no nótibuc. Ele foi lendo rápido.

- Sandy arrasa em Nova Iorque.

Bah, não sabia que eles gostavam dessas drogas de músicas, diz Gustavo Moscão.

Sandy é o furacão, Mosca - esclarece Tigran Gdansk.

- Alguns mafiosos ameaçam peitar o Supremo Tribunal Federal na quinta-feira.  Dirão que o verdadeiro criminoso é o Lucinho aqui.

Pula essa, pula, pula, exclamam muitos boêmios.

- Advogados do José Dirceu dão outra fora do penico: correram ao Supremo Tribunal Federal pedir a redução da pena, sem saber ainda qual será a pena. É, de tanto que tem valor, vai pegar 100 anos. Pulo esta merda.

- 550, metade civis, morrem nos 4 dias de trégua religiosa na guerra da Síria. Assad jura que não foi ele. Certo, foram os marcianos. Rebeldes arrancam as tripas de um general, mas querem mesmo é o fígado do ditador. Tá ficando bom, mais um pouco e aceito o convite do Contralouco, vamos lá nós dois arrancar o fígado.

- Marcos Valério teme ser assassinado a qualquer momento. Corre em absoluto segredo no Supremo o seu pedido de proteção em troca de delação premiada. A delação que se aproxima não é furacão, é supertempestade.

Quem será que mandaria matá-lo?, pergunta Gustavo Moscão.

Gente poderosa, talvez os mesmos que mandaram matar o Celso Daniel, só pode, responde Aristarco de Serraria.

- Puta que parau, se aproxima um temporil; temporil um paunucão, se aproxima um furacu.

- O juiz federal Sergio Bonachela, de Naviraí, MS, muito sentimental, ao fuder com os índios guaranis kaiowás disse que não quer nem saber se as terras eram dos índios ou não, fora daqui indiada de merda. Os índios ocupam somente 2 dos 762 hectares da fazendona. Caluniadores dizem que o juiz é fazendeiro.

- Os larápios da Microsoft ficam mandando recadinhos para Lúcio, de que o seu Windows não é original. Lúcio os manda à puta que os pariu e promete comer a mãe deles.

- Mano Menezes, que estava em Nova Jersey, é pego pelo furacão Sandy e vai parar na Sibéria, de quatro em frente a um enorme urso branco. Mesário bundão acoca para o Lewandowski. Dilma e Haddad tomam um fogo para comemorar a vitória em São Paulo; o Sandy dá uma passadinha por Brasília e os remete para os quintos dos infernos, onde já se encontra, bronzeado, torradinho, o vampiro Serra. Lula se afoga na pinga e desaparece no lago Paranoá, arrastado pelo barqueiro Caronte. Grêmio entrega a rapadura para um banco chinês, seu novo estádio poderá se chamar Chi-Chi-Chum. Grêmio encara hoje a Los Millonarios de Colômbia, que na semana passada fudeu com o Palmeiras,  vou encher de porrada o merda do (diz o nome do deputado), aquele mulherzinha vai ver...

Pára, pára, pára! - interrompe Aristarco, se levantando e correndo abraçar ao Lúcio -, chega de notícias, chega, hoje você não está legal, sossega, sou eu, pára...

E ficam lá abraçados em silêncio, som de snif-schuin.

Mudando de conversa..., entra no bar o Carlinhos Adeva. Abre a boca para uma saudação mas cala, num olhar pressente o ambiente estranho. Senta-se no lado de cá e ouve o Clóvis:

- Calado, meu. O Lúcio pirou hoje. Até que as notícias tavam ficando joia, o Contralouco iria gostar, mas para falar em Grêmio o Lúcio só pode estar mal mesmo, o Ari tá contornando, fica na tua, não olhe pra lá agora, depois que o Ari terminar vai lá e conversa com ele, mas outro assunto.

- Mas que outro? Não sei do que estavam falando.

- Ah, outro. Pergunta como era a infância, as partes boas. Ele tá só num dia ruim, meu, tu nunca teve?

- Eu tive - diz Juca da Maresia -, e tudo sumiu. Eu apavorado como o Lúcio hoje; até pior, e todo mundo calou, ninguém me deu um abraço, nem irmãos, gente a quem eu daria a vida para proteger, nada, um silêncio, olhando para o outro lado. e não foi só esse...

- Pombas, em vez de dizer alguma coisa alegre, todo mundo aqui em baixo astral. Olha a Silvana Maresia chegando.

Jucão vai buscar Silvana na porta, se abraçam, eh vida boa.

Leilinha Ferro, que lá do caixa riu da história da Microsoft - sofre o mesmo assédio -, aproxima-se das mesas dos empinantes e pede as obras do dia.

Antes Clóvis Baixo decide alegrar o ambiente.

Vou contar uma piada que me contaram ontem, pessoal. Seguinte:

Depois de um ano de rigoroso treinamento numa base da CIA, os três futuros agentes brasileiros foram para a prova final. Foram colocados diante de uma porta metálica. Cada um recebeu uma pistola automática carregada. O capitão americano disse: queremos ter certeza de que vocês serão capazes de cumprir ordens, quaisquer que sejam as circunstâncias.

Então, diz ao paulista: - Atrás daquela porta você vai encontrar o ex-presidente... (aqui o Clóvis disse um nome de poucas letras, mas cada um coloque o do seu agrado), sentado em uma cadeira. Você terá que matá-lo.
- Está falando sério? Eu jamais mataria o ex-presidente...
- Então você não serve, e dizer que gastamos um milhão de dólares para treinar esse puto..., está fora, seu bundão.

A seguir, deu as mesmas instruções ao carioca. O carioca empunhou a arma e entrou na sala. Tudo muito calmo lá dentro. Depois de alguns minutos, ele regressa com lágrimas nos olhos.
- Tentei, mas não posso matar o ex-presidente...
- Cagão, você não está preparado para trabalhar com a CIA em missões brasileiras, está dispensado.

Chegou a vez do gaúcho. Deram-lhe as mesmas instruções. O tchê entrou lá, logo ouviram-se nove tiros, um atrás do outro. A seguir gritos, insultos, muito barulho, móveis quebrando... Após alguns minutos, silêncio total. A porta abre-se lentamente, o gaúcho sai, limpa o suor, e diz:
- Mas, bah, índio velho! Bem que vocês poderiam ter dito que as balas eram de festim. Tive que matar o filho da puta a cadeirada!

Sem comentários. Que gente.

Escolheram a obra do Amorim. Mr. Hyde teceu um comentário que dá o que pensar, sobre a grita do Palmeiras para validar um gol de mão, bem como ao comportamento dos atletas, dentro e fora de campo, reclamando com "seriedade", intimando o juiz. Disse Mr. Hyde: "Gente, será que essa generalizada falta de vergonha na cara não teria a ver com o fato de muitos clubes serem dirigidos por  políticos?". Pois é, fica o registro.



E com a obra do Nani. Já tem umas trinta obras do Nani nas paredes do bar. Com esta, umas trinta e uma.




Miss Leilinha Ferro ficou com o Ykenga. Leila nos pede e reiteramos que o site Avaaz (AQUI, momentaneamente fora do ar devido ao furacão Sandy nos Estados Unidos. Aliás, o Avaaz está em todos os países sem ditadura, mas não entendemos essa de não possuir uma nuvem no Brasil, em França, Argentina, Espanha, miles, tudo guardado lá nos Estados Unidos por quê? Burros não são, ao contrário, então... Pulga na orelha) está colhendo assinaturas para presssionar as "otoridades" - isto é, os culpados - brasileiras a fazer alguma coisa para evitar o extermínio dos índios.





(A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que há poucos dias se..., bem..., se fundiram (veja AQUI), devido a dívidas com o sistema agiotário, como eles dizem. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro)



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