domingo, 15 de enero de 2012

Com Sarney nu segue o baile

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Esse nosso pessoal é mesmo da pesada. Nicolau Gaiola apareceu com seu grupo de teatro, Os Perturbados, e às 10 h promoveu uma performance de trinta minutos em frente ao Beco do Oitavo. O tema foi "Sarney nu". Iniciou com a fala do próprio "homenageado", sobre a Liturgia d'O Leopardo, referindo a Lampedusa. Gaguejava, mentia, para terminar cantando "Eu roubo, sim, estou vivendo, tem gente que não rouba e está morrendo...". Uma baixaria só, em certo momento a Jezebel quis tirar as crianças da rua: um dos malucos, um bruto negão vestido de diabo-drag, comeu o Sarney numa cena memorável. No papel do Sarney um ator espetacular, baixinho, pince-nez, fatiota modelo 1890, todo afetado. No descomunal membro vermelhão de borracha do diabo-drag lia-se, em preto, "Concessões". O gozo teatralizado foi seguido de hurras do bairro inteiro. Não me perguntem como, mas os doidos conseguiram uma ejaculação de um tambo de leite daquele negócio, o ator Sarney ficou que era um pinto ensopado de branco.

Acabada (ops) a apresentação, Nicolau pegou o microfone e disse: "Querida Jêze, nosso teatrinho é pura decência, mensagem pedagógica, não se compara à imundície das tevês, concessões do estado, e aqui conclamamos as famílias a nunca mais ligarem aquela porcaria". A Jêze e o povo inteiro o aclamaram, Bravo! A seguir explicou que a peça será levada aos teatros, com o título de "Como se fode uma múmia paralítica" e duração de noventa minutos, já encaminhou proposta à direção do Teatro São Pedro. Prevendo dinossáuricos obstáculos, lá amam bundinhas da Grobo, se adiantou e também está em tratativas com o teatro Rival, no Rio de Janeiro. No Rival problema só se for de agenda, pois lá a turma não quer nem saber, enxergam longe.

Neste momento os pirados já estão no Botequim do Terguino, churrasco e festa na rua, ao som de dois violões, cavaquinho, bandoneón, chocalhos, reco-reco, tarol, surdo, trombone e pistão. Hoje a Gracinha não poderá reclamar da falta de metais.

A turma não precisa de motivos para botar o bairro abaixo, mas hoje tem pelo menos um: o Fernando Gonçalves de Gonçalves, da turma de boêmios menores de 30, ontem se formou, mais um Sociológico para debates noturnos intermináveis, molhando a palavra. A turma menor de 30 tem uns cinquenta componentes, entre 30 e 15 anos. Sim, os menores de 18 não bebem, ainda, quando longe dos pais. Como os pais estão juntos, lá vai aquela geladinha para a meninada, de leve. O Fernando tem 21 (Porto Alegre, 31/1/1990). Por um lado, é contraprimo-sobrinho-terceiro do Nelson Gonçalves, por outro descende do poeta Gonçalves Dias. Dias, hummm..., estamos achando que também é parente do grande Adolfo! 

Parabéns, Infernando!

Os boêmios acharam tempo para alimentar o principal desta coluna, com as obras dos artistas do traço e do pensamento.

O Beco do Oitavo fechou com o Aroeira, de O Dia (Rio de Janeiro, RJ).



O Botequim do Terguino fechou com o Frank, de A Notícia (Joinville, SC).



E a bela coordenadora, Srta. Leila Ferro, escolheu o Nani.



Como sempre, muito choro dos votos vencidos, mas fazer o quê, né?

Y así pasan los dias.
Salito

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