miércoles, 4 de enero de 2012

Distante

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E agora a Claudinha, de quem por enquanto somente podemos dizer que se chama Cláudia Tomaschewski, os dados de nascimento estão viajando em cofre-forte de Santa Catarina, amanhã saberemos. Podemos adiantar que é uma menina, no máximo mulher nova.

Para os estrangeiros que nos lêem: Santa Catarina é um pedaço de terra acima do oceano Uruguay, porção essa que será anexada em breve pelo Rio Grande do Sul, posto que lá, tirando meia-dúzia, todos são gaúchos, inclusive os praianos.

Cláudia é Licenciada em História pela UFPel (2005), Mestre em História pela PUCRS (2007), Especialista em Sociologia e Política pela UFPel (2009). Ênfase em História Ibero Americana e História Moderna e Contemporânea. Lida também com Educação Patrimonial, museus e arquivos históricos. Agora doutoranda em História pela PUCRS.

E mais que tudo, é lindamente doida, eis que poeta.

DISTANTE

Nesta manhã morna e cinzenta sinto apenas a dor da inocência perdida.
A consciência dos conflitos,
Tão evidentes,
Não torna evidente nenhuma solução.

O mundo da opinião é caótico,
Sinto-me deslocada,
Incoerente,
Causa repulsa minha imobilidade.

O mundo dos objetos materiais vai e vem.
De repente uma brisa leve torna amena a angústia,
E o canto dos pássaros lembra que há vida
Fora da tresloucada existência humana.

Nesta manhã,
Em frente a uma auto-estrada,
Os automóveis vêm e vão,
Num ir e vir infinito e sem rumo.

Com toda a irracionalidade do mundo exposta,
Não sei o que fazer,
Pra onde ir,
Como viver!

Mas seguirei adiante,
Não quero me isolar,
Vou ficar perto,
Mesmo estando tão distante.


(Desterro, 30/31 de dezembro de 2011, em frente à SC 401)




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