Hoje é treze, sexta-feira, prenda minha...
Telmo de Lima Freitas, compositor, instrumentista e cantor, um dos maiores artistas do Sul do mundo, (Bagé, Rio Grande do Sul, Brasil, 13/1/1933) em todos os tempos, nasceu numa sexta-feira, treze de janeiro Hoje completa 79 años. Para além do artista, uma figura e tanto, que mescla o artista e o homem: universo no coração, de protetor dos índios, combatente de drogas, exímio atirador, a gênio, e, como tal, loco de atar, no melhor sentido. Pajé pampeano.
Telmo de Lima Freitas, compositor, instrumentista e cantor, um dos maiores artistas do Sul do mundo, (Bagé, Rio Grande do Sul, Brasil, 13/1/1933) em todos os tempos, nasceu numa sexta-feira, treze de janeiro Hoje completa 79 años. Para além do artista, uma figura e tanto, que mescla o artista e o homem: universo no coração, de protetor dos índios, combatente de drogas, exímio atirador, a gênio, e, como tal, loco de atar, no melhor sentido. Pajé pampeano.
Pessoalmente conheci seu Telmo no banheiro de uma bela casa de shows que havia no hoje Largo Zumbi dos Palmares, em Porto Alegre. Ele tinha encerrado sua participação no espetáculo, um privilégio único para quem assistiu.
Desaguando lado a lado, sabe-se lá porque começamos a conversar, afinal, para dois bichos desconhecidos, aparentemente tronqueiras, conversarem, é porque os fados dançavam em ventos bons. Começamos com arreios. Depois contei-lhe que tinha vendido um texto mui agauchado para a Globo por um mísero salário-mínimo, sem ler o catatau do contrato, publicaram na Rural. Depois vi que cedia até direitos de filmagem, sem ganhar nenhum. Ainda bem que não filmaram, não levam mesmo jeito para gente do sul e, quando levam, pegam somente figurões consolidados, como aliás fazem em todo o País, só "apostam" em lucro garantido, nada de ajudar o povo, nada de trazer o verdadeiro drama, o sangue e o amor do sul. E lado a lado ficamos um tempão charlando, esquecidos da vida, voltando aos arreios, sobre as diferenças nos aperos e no modo, entre cavalos argentinos e gaúchos do Rio Grande, água para vinho.
Jamais esquecerei a simplicidade do grande artista, mijando e papeando com o jovem desconhecido. Convidou-me a aparecer em outro lugar onde se apresentaria ainda naquela noite, já para gente chegada, mas eu tinha que viajar ao amanhecer. Nunca mais o vi, así, no mano a mano, mas guardo no coração o doce recuerdo de ter sido por alguns momentos amigo do peito desse gaudério inigualável.
De outra feita, um camarada me disse que entrou num automóvel do seu Telmo, uma fubica caindo aos pedaços. Em vez de bancos comuns a carros, no dele havia banquinhos mochos. Só faltou um foguinho de chão, para esquentar a água do mate e espetar umas linguiças de casa, para rebater a branquinha.
Desaguando lado a lado, sabe-se lá porque começamos a conversar, afinal, para dois bichos desconhecidos, aparentemente tronqueiras, conversarem, é porque os fados dançavam em ventos bons. Começamos com arreios. Depois contei-lhe que tinha vendido um texto mui agauchado para a Globo por um mísero salário-mínimo, sem ler o catatau do contrato, publicaram na Rural. Depois vi que cedia até direitos de filmagem, sem ganhar nenhum. Ainda bem que não filmaram, não levam mesmo jeito para gente do sul e, quando levam, pegam somente figurões consolidados, como aliás fazem em todo o País, só "apostam" em lucro garantido, nada de ajudar o povo, nada de trazer o verdadeiro drama, o sangue e o amor do sul. E lado a lado ficamos um tempão charlando, esquecidos da vida, voltando aos arreios, sobre as diferenças nos aperos e no modo, entre cavalos argentinos e gaúchos do Rio Grande, água para vinho.
Jamais esquecerei a simplicidade do grande artista, mijando e papeando com o jovem desconhecido. Convidou-me a aparecer em outro lugar onde se apresentaria ainda naquela noite, já para gente chegada, mas eu tinha que viajar ao amanhecer. Nunca mais o vi, así, no mano a mano, mas guardo no coração o doce recuerdo de ter sido por alguns momentos amigo do peito desse gaudério inigualável.
De outra feita, um camarada me disse que entrou num automóvel do seu Telmo, uma fubica caindo aos pedaços. Em vez de bancos comuns a carros, no dele havia banquinhos mochos. Só faltou um foguinho de chão, para esquentar a água do mate e espetar umas linguiças de casa, para rebater a branquinha.
Aqui o célebre gaúcho interpreta, de sua autoria, Cantiga de Ronda, um clássico de rara sensibilidade, como todas as músicas e letras de sua lavra.
Saúde, Telmo! Tintim!
(No serrote, o espetacular Paulinho Pires. O violonista não pude identificar, infelizmente).
Y así pasan los dias.
Salito.
Y así pasan los dias.
Salito.
Excelente Telmo, pois tu és um poeta missioneiro; e como cantante: um dos maiores representantes da nossa música gaudéria do sul.
ResponderBorrarValeu, Osvaldo. Gente como tu é incentivo, é vida.
ResponderBorrarAbrazo.
Sala
Nao sabia que o Telmo é de Bagé!! Vale também comentar que ele é pai do mais que reconhecido baterista Kiko Freitas, um dos maiores do Brasil (aquele que aparece no DVD do João Bosco que todo mundo tem hehehe)!! Grande relato Salito, gracias.
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