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É hoje... abro uma garrafa de vinho. Não de 5 mil, José Dirceu, como as tuas: as minhas são de 12 reais. A de 12 já é cara.
Doze é demais, mesmo num sábado lindo como este. Isso dá 9 quilos de arroz, de média qualidade. Pois gastei meus últimos 12 numa garrafa de vinho, mamma mia... Maior é Deus.
Se eu bebesse uminha por dia, ao final do mês teria gasto 360 reais, muito mais que o limite baixo da falsa classe média fabricada por alguns malucos, suspeito da sua tribo, posto que deslumbrados, de R$ 291.
Uma das obras escolhidas pelos boêmios do Botequim do Terguino me feriu de lembranças, me remetendo para o passado, de tal modo que, contrariando as regras da coluna, con permiso de Miss Leilinha, que permitiu, escrevo algumas palavras saídas da minha infância.
Doze é demais, mesmo num sábado lindo como este. Isso dá 9 quilos de arroz, de média qualidade. Pois gastei meus últimos 12 numa garrafa de vinho, mamma mia... Maior é Deus.
Se eu bebesse uminha por dia, ao final do mês teria gasto 360 reais, muito mais que o limite baixo da falsa classe média fabricada por alguns malucos, suspeito da sua tribo, posto que deslumbrados, de R$ 291.
Uma das obras escolhidas pelos boêmios do Botequim do Terguino me feriu de lembranças, me remetendo para o passado, de tal modo que, contrariando as regras da coluna, con permiso de Miss Leilinha, que permitiu, escrevo algumas palavras saídas da minha infância.
Na cidade onde cresci, piazito, onde vivi os meus mais amargos anos, entre a gurizada tínhamos grosseiros tratamentos, na exata medida dos moradores remediados, éramos fruto da mesma árvore, a palavra admoestação não existia, o tal de bulliying. Cada um por si e Deus por todos. Sobrevivemos, cheios de cicatrizes na alma. Nenhuma que nos impulsionasse a roubar ou trair, resolvemos lá atrás quem era quem, sem ninguém saber.
Lá o menino arrogante, que inventasse, teimoso em ter razão, filhinho de pápi, ou malvado, ou, pior, mentiroso, ilusionista, logo era motivo de desprezo pelos do seu agrupamento, levando para sempre o título de Cu-de-fora. Uma expressão vulgar, chã, mas na medida para o mundo que tínhamos. Não éramos maus, não perseguíamos o Cu-de-fora, até ajudávamos, mas a marca, o apelido, seria eterno: Cu-de-fora.
Isso que mais tarde se convencionou, em todo lugar, ao menos em todo o Rio Grande, Santa Catarina e Paraná, nos demais estados não recordo, mas creio que seja por aí: aquilo de que se o ser humano "dobrar a espinha demais, aparece o cu", ou versão equivalente.
Vulgar, não?
Isso que mais tarde se convencionou, em todo lugar, ao menos em todo o Rio Grande, Santa Catarina e Paraná, nos demais estados não recordo, mas creio que seja por aí: aquilo de que se o ser humano "dobrar a espinha demais, aparece o cu", ou versão equivalente.
Vulgar, não?
Por pouco não me pegaram no início, os meus contemporâneos, por idéias estranhas que tinha, tipo igualdade de oportunidades, sem cartas marcadas. O Inglês marcava o baralho, eu não gostava dele. Briguei com muitos, solito, na honra de o pai jamais saber. Souberam quando vazou sangue. Cada um por si e Deus por todos.
A pena maior imposta ao Cu-de-fora era não participar das decisões da molecada, se vamos matar a aula para tomar banho no açude, ou se vamos espiar a moça pelada de lá de cima do prédio do cinema novo. O Cu-de-fora era como morto: não fala. Morríamos de dó, alguns, mas aguentávamos, sofrendo sem dizer, pois havia uma lei não escrita e não falada que nos dizia que ele precisava aprender a lição. Sem saber, nos preparávamos para um futuro que não conseguíamos visualizar, nada, a morte, fugir daquela cidade? Para onde? E a mãe, como fica?
Isto posto, às obras. Os boêmios ficaram com o mestre Nani, espetacular artista brasileiro.
E com o Duke, do Super Notícias (Belô, MG). Simples, característica principal das grandes obras.
Leilinha Ferro envia a sua, com recado no rodapé: Tio Salito, eles tomaram todas e saíram abraçados às nove da noite, foi mesmo um diazinho desgastante, tu já sabe, mandei antes. Mas acho que eles tem razão numa coisica: quando apelidaram de Puteco o cara que inventou os nomes do nosso tatuzinho-bolita. Amei a charge do seu Clayton. Isso não se faz, taí o tadinho no bullying, chorei de tristeza, tava nervosa por causa do desabafo do tio Lúcio, talvez. Bjin.
Clayton, de O Povo (Recife, PE).
(A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que há poucos dias se..., bem..., se fundiram (veja AQUI), devido a dívidas com o sistema bancário, ou agiotário, como eles dizem. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro)
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