jueves, 13 de septiembre de 2012

Ovos para os políticos, n'A Charge do Dias

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Carlinhos Adeva chegou ao buteco fulo da vida, mal pediu a sua fada verde e soltou o verbo: "Viram ontem, no julgamento do mensalão? O ministro Complicowski agora deu de se achar um grande conhecedor do mundo e da alma humana. Deve ter passado muito trabalho na vida, de repente foi engraxate, como a maioria dos políticos em época de eleição".

Jezebel do Cpers: "Deprimente, lá argumentando que absolvia uma baita mafiosa porque ela se despedia com beijinhos nos e-mails onde mandava entregar mala preta ao petê. Ela mandava e não pedia, no e-mail pro banco lascava: 'Entreguem um pacote fechado com 200 mil pra secretária, em espécie'. Depois, para a secretária: 'Não abra, leva o pacote de grana para a número tal da rua tal, apartamento número 69, o mascarado que vai receber dirá que se chama Nhoque'. A pobrezinha não sabia que era dinheiro sujo".

Marquito Açafrão: "Nhoque?!".

Jezebel: "É, Nhoque, Fritz, Dirceu, Bife, Delúbio, João, Paulo, qualquer nome, era falso mesmo".

O Contralouco, com um martelão que não se sabe de onde tirou, bateu sobre duas bolachas de chope, com um estrondo, saltaram copos: "Eu condeno!"

Gustavo Moscão, que não salvou o seu copo: "Dá outro merengue aqui, Portuga, por conta do Contra. Mas condena quem, tchê?".

Contralouco: "Ora, esse ministro".

Mr. Hyde: "É condenar ou rir do sujeito, pela pieguice naquela idade... O Joaquim Barbosa riu, outra coisa não podia fazer".

Carlinhos Adeva: "Os ministros estão firmes, tentando ser coerentes, o julgamento é histórico, ao vivo para a sociedade assistir e raciocinar junto, ainda que sem o processo na mão. Tirando esse aí e o Toffoli...".

Bum! Com a citação do Toffoli, outra martelada do Contralouco, agora derramando os copos que restaram: "Eu condeno!".

Nicolau Gaiola: "Pessoal, não levem a mal, mas podemos falar de coisas mais alegres, ou menos tristes?".

Clóvis Baixo muda de assunto: "Viram que jogaram ovos no carro de uma candidata? Os políticos, com a ajuda da imprensa, estão alucinados diante do que chamam de crime hediondo. Os filhos da puta estão com medo que a moda pegue".

Gustavo Moscão: "Eram ovos podres?".

Clóvis: "Podres nada, ovos bons, um desperdício".

Contralouco: "Não entendi qual é graça que o babaca acha em jogar ovos bons, tinha de ser ovo podre, é de lei, bem verde-escuro ou já preto por dentro. Vocês já cheiraram meleca de pinto morto? Meninos, sai da frente, eca...".

Clóvis: "A Virgínia disse que tinha lido um conto onde um cara vendia ovos podres, ela separou, tá aqui o livro, pera, vou ler, página... 66: 'É verdade, vendi mesmo ovos podres. No princípio não levei fé no negócio, mas com persistência ganhei muito dinheiro, bastava estar na hora, dia e lugar certo, que o povo brigava entre si, pagando um elevado ágio, na ânsia de obter um ovo bem fedorento para jogar nos políticos'. Taí, no século passado era assim".

Contralouco: "Os caras não eram cagados como hoje em dia. Gostei da idéia, aqui temos uma candidata que anda merecendo...".

Nicolau Gaiola: "Tiau pra vocês, volto mais tarde".

Leila Ferro pede as charges, à tarde estará fora, precisa enviar em seguida.

Os empinantes escolheram a obra do Jarbas, do Diário de Pernambuco (Recife, PE).

E a grande sacada do Amorim. Aqui Tigran Gdansk não se aguentou: "Se não é de ir embora do Brazil - salientando o z -, depois de brazuca, agora tatu-bola. Povo de merda. Tava certo o Contralouco quanto ao nome da bola, Xoxota, muito melhor, mas essa de tatu-propina eu não sabia, preciso pensar".




Leilinha Ferro veio novamente com o Duke, de O Tempo (Belo Horizonte, MG). Falou.




(A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que há poucos dias se..., bem..., se fundiram (veja AQUI), devido a dívidas com o sistema bancário, ou agiotário, como eles dizem. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro.)


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