jueves, 27 de septiembre de 2012

O Supremo Tribunal Federal, n'A Charge do Dias

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Na ausência de Lúcio Peregrino, que à tarde tinha um compromisso com uma assessora ministerial que está de passagem por Porto Alegre, a senhorita Leila Ferro conectou o seu nótibuc à televisão do Botequim, os boêmios resolveram assistir ao julgamento do Mensalão, pela TV Justiça.

Com o Contralouco também ausente a tranquilidade foi garantida, pois, como sabemos, o Contra não sossega o pito nunca, deixa todo mundo de cabelos em pé.

O filósofo Aristarco de Serraria é que volta e meia tecia comentários, exaltando a erudição dos ministros, justaposta ao conhecimento da feiúra e, por raras vezes, da beleza da alma humana, esta pela condoída humanidade dos julgadores, vez que nesse julgamento a beleza está em falta. Em certo momento disse:

- Não podemos esquecer que esses caras um dia foram juízes de primeiro grau lá onde o diabo perdeu as botas, já viram de tudo, mentiras, roubos, prevalecimentos, maldades e mortes, são homens e mulheres que vieram da luta, experimentados, para além do formidável conhecimento jurídico que lhes exigiu muitos, impagáveis, anos de dias e noites de estudo. Ainda assim podem ser falíveis, por isso não é tribunal de um só.

- Li que o Toffoli nunca foi juiz, a experiência dele reside em ter sido advogado dos caras do PT, disse Silvana Maresia.

- Sim, bem, tem razão, mas é caso único, acredito - respondeu Aristarco -, o que, em princípio, não o diminui.

As palavras da ministra Cármen Lúcia, um pungente desabafo, ela que julgou antes do Toffoli, com a aquiescência deste, quebrando a ordem das votações porque precisava participar da sessão do Superior Tribunal Eleitoral, em outra dependência, deixou a todos enlevados, pela crua e comovente explanação do valor da política e do seu reflexo em nossas vidas. Mereceu um brinde da tigrada, Aristarco puxou:

- À ministra Cármen Lúcia, vida longa!

Tintim. Depois acrescentou, sobre a escolha que temos, segundo a ministra, expressa na  sua máxima "É a política ou a guerra": - Acredito que esse "guerra" da ministra é em sentido amplo, o caos. 

Carlinhos Adeva resumiu objetivamente o pensamento de todos: - A gente deveria assistir ao julgamento todos os dias, isso faria com que não fôssemos levianos ao julgar precipitadamente, levados por paixões, alguns dos votos dos juízes do nosso Supremo.

Tigran Gdanski foi preciso: - Isso deveria passar nas tevês abertas, afinal são concessões do estado. Mas que nada, sequer transmitiram o discurso da presidenta Dilma na ONU.

- É isso que me dá nojo dessa bandidagem das nossas redes de comunicações, estão ainda no tempo do epa, resistem a onda de liberdade que logo será incontrolável; a pátria deles, que é o dinheiro, os tornam cegos, são tão burros quanto maus, escravagistas..., disse a mestra Jezebel do Cpers, abatida.

Chupim da Tristeza volta aos juízes:

- Vocês perceberam?, o que trabalham... eles não têm hora para ir para casa, são escravos. E dizer que aquele secretariozinho do petê queria que as sessões fossem secretas...

Aristarco de Serraria: - Esse cara deve ser um dos acorrentados da alegoria da caverna, um que nunca saiu de lá.

Gustavo Moscão: - Ã... que caverna?

Quando recebemos as observações e a gravação feitas por Leila Ferro, com as charges do dia escolhidas, os boêmios acompanhavam atentamene o voto do ministro Gilmar Mendes. Dizia ele que pessoas que se elegeram como oposição ao governo, ao receberem dinheiro para mudar de lado, ou mesmo se omitirem, mereceriam, antes de mais nada, a perda do mandato, pela traição ao povo que os elegeu.

Nesse momento chegou o Contralouco já meio alto do chão, mas foi imediatamente despachado lá para fora, hoje o senhor não vai incomodar, ora bolas. Ele se instalou numa das mesas da calçada, bem belo, à espreita da eventual passagem de algum carro de som dos políticos, os estoura-tímpanos, cheio de pedras sobre a mesa.

Aqui no blog ficamos contentes com os fatos do botequim, humildemente também achamos que é por aí.

Os empinantes escolheram a obra do Frank, de A Notícia (Joinville, SC). 




E com a obra do Myrria, de A Crítica (Manaus, AM).



A gatinha Leila Ferro abraçou a obra do Sinfrônio, do Diário do Nordeste (Fortaleza, CE).




(A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que há poucos dias se..., bem..., se fundiram (veja AQUI), face a dívidas com o sistema agiotário. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro)




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