.
Francisco Soares de Araújo (Princesa Isabel, PB, 19/3/1928 - Paulista, PE, 24/4/2008), o Canhoto da Paraíba, compositor e um dos maiores violonistas que o Brasil já viu.
Que Brasil nada, muito pouco: o mundo nunca viu beleza igual, in natura. Não é o violonista somente, é a alma, um anjo especial no mundo. Paulinho, que tem asas, viu. Maior do Mundo. Mesmo músicos de primeira grandeza não conseguem definir o indefinível, a virtuose de estrelas se beijando.. Nunca, jamais, haverá outro anjo igual. Se houver, será porque reencarnou, tomara. É puro encanto enviado pelo céu estrelado para nos dizer que, apesar de tudo, vale sim, vale a pena viver.
O Dicionário Cravo Albin conta uma bela história a seu respeito: Em 1959, a convite de alguns músicos que eram seus admiradores, segue para o Rio de Janeiro. Viajou num velho jipe durante cinco dias. No Rio de Janeiro, apresentou-se em um sarau na casa de Jacó do Bandolim, onde estiveram presentes, entre outros Pixinguinha, Radamés Gnattali, Tia Amélia, Dilermando Reis e o ainda adolescente Paulinho da Viola. A apresentação de Canhoto da Paraíba foi tão apreciada, que Radamés Gnattali, ao ouvir a execução do choro "Lembrança que ficou", ficou tão entusiasmado que atirou para cima um copo de cerveja, manchando o teto da casa de Jacó do Bandolim, que, por sua vez, fez questão de preservar a mancha no teto como lembrança do memorável sarau.
Já o espetacular Jacob do Bandolim, que ora o chamava de Chico Soares, ora pelo seu apelido de Sacristão, falando sobre aqueles dias de 1959, disse:
... O problema aqui nesta gravação do Chico Soares reside apenas em que vocês pra executarem estas músicas gravadas, vocês vão virar canhotos de uma hora para outra. E só assim, porque o homem tem o diabo no corpo. ... Nós vivíamos a correr de um lado para outro, a tocar para uns, para outros, e todos queriam conhecer o Sacristão, que aliás era o vedete do grupo. E observe bem que você não vai encontrar qualquer erro da parte dele. Quero afirmar a você, sob palavra, que durante os 15 dias que esse homem permaneceu aqui, em nossa casa em Jacarépaguá, este homem repetiu estas músicas várias vezes, dezenas e dezenas de vezes, em vários lugares, nas condições mais absurdas, sentado confortavelmente ou não, num ambiente agradável ou não ... , nas condições mais absurdas. De manhã cedo, às 6h da manhã, ele às vezes me acordava tocando violão. Adormecia tocando violão. Dentro de uma simplicidade tremenda sem errar nem uma nota! Eu nunca vi Sacristão errar uma nota! ... o homem tocava mesmo, não era brincadeira. Os outros tinham suas falhas, suas emoções, suas emotividades, mas o Chico Soares, não. Tocava rindo na minha cara, com um sorriso muito ingênuo de quem não estava fazendo nada de mais. Um artista enterrado lá em Recife ... é digno de toda nossa admiração, de todo nosso respeito, porque ele encarna nesta figura, uma porção de brasileiros que vivem enterrados por estes rincões afora, verdadeiros valores completamente no ostracismo ...
Que Brasil nada, muito pouco: o mundo nunca viu beleza igual, in natura. Não é o violonista somente, é a alma, um anjo especial no mundo. Paulinho, que tem asas, viu. Maior do Mundo. Mesmo músicos de primeira grandeza não conseguem definir o indefinível, a virtuose de estrelas se beijando.. Nunca, jamais, haverá outro anjo igual. Se houver, será porque reencarnou, tomara. É puro encanto enviado pelo céu estrelado para nos dizer que, apesar de tudo, vale sim, vale a pena viver.
O Dicionário Cravo Albin conta uma bela história a seu respeito: Em 1959, a convite de alguns músicos que eram seus admiradores, segue para o Rio de Janeiro. Viajou num velho jipe durante cinco dias. No Rio de Janeiro, apresentou-se em um sarau na casa de Jacó do Bandolim, onde estiveram presentes, entre outros Pixinguinha, Radamés Gnattali, Tia Amélia, Dilermando Reis e o ainda adolescente Paulinho da Viola. A apresentação de Canhoto da Paraíba foi tão apreciada, que Radamés Gnattali, ao ouvir a execução do choro "Lembrança que ficou", ficou tão entusiasmado que atirou para cima um copo de cerveja, manchando o teto da casa de Jacó do Bandolim, que, por sua vez, fez questão de preservar a mancha no teto como lembrança do memorável sarau.
Já o espetacular Jacob do Bandolim, que ora o chamava de Chico Soares, ora pelo seu apelido de Sacristão, falando sobre aqueles dias de 1959, disse:
... O problema aqui nesta gravação do Chico Soares reside apenas em que vocês pra executarem estas músicas gravadas, vocês vão virar canhotos de uma hora para outra. E só assim, porque o homem tem o diabo no corpo. ... Nós vivíamos a correr de um lado para outro, a tocar para uns, para outros, e todos queriam conhecer o Sacristão, que aliás era o vedete do grupo. E observe bem que você não vai encontrar qualquer erro da parte dele. Quero afirmar a você, sob palavra, que durante os 15 dias que esse homem permaneceu aqui, em nossa casa em Jacarépaguá, este homem repetiu estas músicas várias vezes, dezenas e dezenas de vezes, em vários lugares, nas condições mais absurdas, sentado confortavelmente ou não, num ambiente agradável ou não ... , nas condições mais absurdas. De manhã cedo, às 6h da manhã, ele às vezes me acordava tocando violão. Adormecia tocando violão. Dentro de uma simplicidade tremenda sem errar nem uma nota! Eu nunca vi Sacristão errar uma nota! ... o homem tocava mesmo, não era brincadeira. Os outros tinham suas falhas, suas emoções, suas emotividades, mas o Chico Soares, não. Tocava rindo na minha cara, com um sorriso muito ingênuo de quem não estava fazendo nada de mais. Um artista enterrado lá em Recife ... é digno de toda nossa admiração, de todo nosso respeito, porque ele encarna nesta figura, uma porção de brasileiros que vivem enterrados por estes rincões afora, verdadeiros valores completamente no ostracismo ...
Aqui em 1994, interpretando a jóia Escadaria, composição de 1944 de Pedro Raimundo, o grande artista catarinense, gaúcho por opção.
No hay comentarios.:
Publicar un comentario