A Charge do Dias, CPMI na berlinda

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Leila Ferro, com a charge escolhida, resumiu o sentimento dos empinantes dos butecos: essa Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Cachoeira era pizza antes de nascer. Lúcio Peregrino, lamentando: "Começaram a aparecer os encarregados do trabalho sujo. De parte do governo, um só podia ser ele, o honesto Vaccarezza". Referiu-se, o admirado boêmio, ao bilhetinho que ontem o Vacca, durante os trabalhos da comissão, enviou ao governador do Rio de Janeiro, este por alguma razão tremendo de medo de ter que depor na CPI. Caso alguém não lembre, o governador Sérgio Cabral (PMDB) é que aquele que foi flagrado na Noite dos Guardanapos, uma festa de arromba em Paris, todo deslumbrado, entornando champanhes de quinquilhões de reais, na companhia do afamado sócio do Cachoeira, o Cavendish, chefão da Delta.

O carinhoso torpedo enviado pelo representante do governo dizia mais ou menos assim: "A relação com o PMDB vai azedar na CPI, mas não se preocupe, você é nosso e nóis semos teu". O Moscão perguntou quem seriam esses "nóis", o que provocou gargalhadas no bar. João da Noite mediu as palavras, recordando certa ala do partido: Lula se foi, mas os lacaios ficaram.

Disse Carlinhos Adeva: "Bem, para esse tipo de trabalho, de bloquear os trabalhos da CPI, é possível que o nosso governo esteja bem representado, só ficam faltando os outros dois Patetas".

O Gustavo Moscão, que já foi petista, com os olhos no jornal elogia o ex-companheiro: "Que é pateta tudo bem, mas foi quem mais brigou para impedir a quebra total do sigilo da Delta".

Clóvis Baixo não perdoa: "Se tivesse algum pudor na cara, depois dessa pedia as contas e caía fora da Comissão".

Mr. Hyde suspira: "E dizer que assim é que eles ficam todos ricos, e a turma aqui na maleza...".

Quanto ao efeitos da postergação (não hão de resistir por muito tempo), a palafita discorda dos boêmios, acompanhando a opinião de João da Noite. Achamos que será pior.

Razão assiste a Mr. Hyde: "Putz, pode até ser pior, mas que é broxante, é".

A obra é do Mário, da Tribuna de Minas (Belo Horionte. BH).

Os boêmios do Beco do Oitavo ficaram com o Marco Aurélio, de Zero Hora (Porto Alegre, RS). Lúcio Peregrino havia cantado essa pedra, de que os usurários iriam atolar nas tarifas. Diz que isso estava exposto em todas as bolas de cristal.

Walter Schiru foi o primeiro a chegar no Botequim do Terguino, todo pimpão. Além de deixar os colorados de cara no chão, levou sozinho o produto do buquiméqui, 400 mangos, acertou o 1 x 2.

Escolheram a obra do Pelicano, do Bom Dia (São Paulo, SP).

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