miércoles, 25 de julio de 2012

Cachoeira dá uma rapidinha, na Charge do Dias

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No Beco do Oitavo o chimarrão roda desde cedo. O único a pedir um liso cedinho, para acompanhar o mate, foi Mr. Hyde, o médico da patota, que chegou às 8 horas direto do plantão do hospital, reclamando ter passado uma noite de cão: "Não há como atender o pessoal, falta tudo, até água oxigenada".

E foi Mr. Hyde quem implorou, ao ver a turma folheando os jornais e o nótibuc: "Pelamor de Deus, tenham dó, hoje não quero saber de más notícias".

A turma respeitou o seu desejo. Disse Lúcio Peregrino:

"Então pega esta: O célebre ex-juiz espanhol Baltasar Garzón vai liderar a equipe de defesa de Julian Assange, do WikiLeaks".

Aplausos e vivas.

Hyde: "Putz, boa mesmo, agora os americanos terão mais dificuldades para matar o homem".

Tigran Gdansk: "Entra bem, sinal de que as forças democráticas do mundo vão resistir, uma vergonha aquilo, o cara ter sido abandonado até pelo seu próprio país, por revelar a verdade".

Pega esta outra, diz Jezebel do Cpers: "PT nacional veta ato pró-Delúbio em sua sede em Brasília". E explica: "Alguns militantes, uma meia-dúzia de malucos, queriam discutir a defesa do Delúbio Soares, mas a reunião acabou saindo num porão da CUT, num shopping decadente do Centro de Brasília, área de comércio popular, sindicatos, tráfico de drogas e conhecida área de prostituição".

Carlinhos Adeva: "Taí o lugar adequado, não era em lugares como esse que passavam dinheiro do mensalão?"

Mr. Hyde: "Pera aí, tudo bem, gente, vá lá que são boas notícias, mas será que não tem nada mais alegre?"

Gustavo Moscão: "A boa mesmo é que hoje vamos pegar na mega-sena!".

E começam a preparar o bolão de apostas.

Mas na hora de escolher a charge do Dias é que se deu a explosão requerida por Mr. Hyde, lá se vieram com expressões impublicáveis, aí todos pediram seus aperitivos, rindo a não mais poder.

Jezebel reclamou: "Mas vocês gostam de se divertir às custas da desgraça alheia".

Gustavo Moscão disse que não entendeu a obra do Mário, da Tribuna de Minas (Belo Horizonte, MG).

Lúcio Peregrino, o paciencioso boêmio, tratou de lhe explicar. Aí o Gustavo rolou no chão no bar, às gargalhadas.



No Botequim do Terguino os empinantes seguem planejando meios de fazer campanha política do contra. O Contralouco, na metade da primeira caipirinha deu um pulo da cadeira e gritou: "Tive uma ideia!".

Até o Terguino, lá detrás do balcão, parou seus afazeres para ouvir.

"É o seguinte: a gente monta o CCC - Comando de Caça aos Coisos, um grupo de umas quinhentas pessoas, dividimos a cidade por área, e cada componente sai de madrugada para uma área específica, para escrever assim nas propagandas que eles colam: 'Sou um ladrão', ou coisa pior. Todo mundo com o celú ligado, para pedir ajuda aos demais no caso de ser atacado pelos bandidos que eles pagam para sujar a cidade com as suas carrancas".

Clóvis Baixo: "Celular ligado?, você não anda lendo jornais...".

Aristarco de Serraria: "Sei não, Contra, isso parece ser contra a lei. Mesmo que não seja, onde é que vamos arranjar quinhentas pessoas?".

Clóvis Baixo: "Contra a lei nada, contra a lei são eles, que emporcalham o visual".

Aristarco: "Tá, e os quinhentos?".

Chupim da Tristeza: "Começamos só nós, aos poucos iremos conquistando adeptos. Os boêmios de outros bares, indo pra casa de madrugada e vendo a gente, na hora se juntam...".

Jucão da Maresia: "E porque não arrancamos logo as propagandas, em vez de ter que escrever?".

Clóvis Baixo: "Não, melhor escrever, arrancar dá mais trabalho. E o prazer de botar lá: 'Sou um pau-no-cu' ou 'Sou ladrão', não tem preço...".

Leilinha Ferro os apressa, precisa da charge. Escolhem a obra do Fausto, do Jornal Olho Vivo (Guarulhos, SP).



A senhorita Leila Ferro ficou com a obra do Boopo, da Tribuna de Amparo (Amparo, SP).














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