lunes, 30 de julio de 2012

A sucursal do inferno em Porto Alegre

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Não existe cárcere "bom", pela perda de um bem sagrado, a liberdade não tem preço. Os "dirigentes" não sabem disso, nunca sofreram, ainda. Como dizemos nós, gaúchos do povo, para essa e outras coisas: ninguém está livre. As classes exploradoras estão, mas deixemos isso para lá por ora.

Salvo as penitenciárias de alta segurança, onde, o nome já diz, são trancafiados os elementos de alta periculosidade, as demais casas prisionais não se destinam tão somente à punição, mas à ressocialização das pessoas. Simples assim, sem apelarmos para a sustentação filosófica, à moda antiga, com a Filosofia como a mãe de todas as ciências, vez que essa chaga atinge todos os ramos científicos das nossas maravilhosas universidades.

O Presídio Central de Porto Alegre é considerado o pior do Brasil. Há muitos anos. Obviamente, lá não se encontram detidos políticos nem ricaços, aliás, farinha saída do mesmo saco. Estes não cometem crimes... Se cometessem, seria outro o ambiente.

Não é obra deste governador, isso vem de longe, este é apenas mais um a compactuar com o horror. Como vem de longe a miséria dos professores da escola pública.

Os governos, como todos sabemos, são eleitos pelo voto dos desvalidos - imensa maioria, mas não os representam, nunca os representaram. Representam facções de ricaços e uma chamada classe média indecisa e tonta, quando não insensível, cooptada por supostas leis de mercado, isto é, a lei do cão que os ricaços lhes transmitem em diuturna lavagem cerebral "média".

Algum dos que respondem por um suposto mensalão tem as suas crianças em escola pública, mora em gueto? Claro que não. Esses são os piores. Saídos de miséria, alguns, imitam os carniceiros que os dobraram.

Voltando a falar de meninos que por recalque cometeram pequenos crimes, já tivemos bons humanistas, lutadores, o ex-deputado federal Marcos Rolim (que nunca vimos de perto) foi um, de hercúleo trabalho nacional nessa área, mas por alguma razão essa tal classe média decidiu não reelegê-lo. Foi um, tivemos outros, mas a contagem não dá uma mão.

Daí que é de se saudar a iniciativa da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul - AJURIS, que há poucos dias decidiu encaminhar DENÚNCIA à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da OEA (Organização dos Estados Americanos).  

Hoje esse antro (vídeo abaixo, que mostra somente as instalações físicas), que mais parece um prédio abandonado habitado por ratos, abriga 4.389 seres humanos, num espaço que caberiam, amontados, no máximo 2.000.

Esperemos pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, acreditamos que a esta não bastarão promessas vazias.







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