viernes, 6 de julio de 2012

Os guampudos, na Charge do Dias

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Novamente se faz inverno no verão dentro do inverno de Porto Alegre. Todo mundo encasacado no botequim, camiseta do Inter por baixo para festejar a chegada do Forlán. Apesar disso o Clóvis Baixo entrou no Botequim do Terguino com uma camiseta do Partido dos Boêmios - PB, exclamando "Dilma, a culpa é sua, a minha aula é na rua!", como ontem  a recepcionaram em São Bernardo, em companhia d'O Chefe, os estudantes da Universidade Federal do ABC e da Unifesp. Depois disse: "Não tem pra ninguém, tigrada, para a Manuela Namorida ou para o Miudinho, agora é nóis".

O Contralouco ponderou: "Pera aí, pirou, Baixo? Nós só vamos concorrer em 2016...".

Baixo: "Não dá nada, é pro povo ir se acostumando".

A camiseta, experimental, teria sido desenhada pela profa Silvana Maresia, que é boa de traço. No peito duas taças de champanhe se tocando e o nome em letras garrafais em vermelho: Partido dos Boêmios. Nas costas escrito, também em letras grandes, em preto: "Partido dos Boêmios: agora é nóis, mano, ferro neles".

As cores, vermelho e preto, foram aprovadas. Vermelho porque pela esquerda, e preto de luto pela politicagem de hoje em dia. Jezebel, hoje tomando seu martini semanal (é o que pode, diz ela, com salário de professora) no Botequim, sugeriu amarelo e preto: "Lembraria o Peñarol de Montevideo, clube do Salito e seus palafiteiros", mas ninguém concordou, o vermelho é de lei.

Chupim da Tristeza, colorado doente: "Melhor logo vermelho e branco...". Neca pau, vai ficar vermelho e preto mesmo. Os empinantes imediatamente começaram a sugerir modelos e inscrições para a camiseta definitiva.

Aristarco de Serraria os interrompeu para a escolha da obra do dia. Ficaram com a maravilhosa obra do Duke, de O Tempo (Belo Horizonte, BH). Esta vai emoldurada para a parede do buteco. Com a charge homenagearam o boêmio Lúcio Peregrino, do Beco do Oitavo, que em pretéritos tempos muito gigoleou e gastou o instrumento com certas senhoras.

"Quem manda serem guampudos", disse o Contralouco.



No Beco do Oitavo o assunto foi "o passaporte mal havido de um bundinha filhinho de pápi, o Jumentinho", como disse Mr. Hyde. "Foi preciso chamar a polícia para devolver, é sempre assim, o descalabro começa pelas pequenas coisas, e parece que ninguém do Itamarati foi preso", acrescentou.

Nicolau Gaiola, que não suporta mais ouvir falar de políticos - diz que começa a suar frio e sentir enjôos -, pressentiu bronca e foi mudando de assunto: "Como pode, pessoal: com aquele timinho desorganizado o Palmeiras se arrisca a vir a ser campeão da Copa Brasil".

A turma concorda, mas o Carlinhos Adeva diz que aposta que vão sifu no jogo de volta, em Curitiba: "Já chega o absurdo de terem ganhado do Grêmio naquele jogo de assombração". Ninguém aceita a aposta.

Por telefone Lúcio Peregrino toma conhecimento da homenagem que lhe fizeram os empinantes do Botequim. O boêmio agradece, mas humildemente se desfaz de eventuais méritos, creditando-os aos esposos: "É que dos sete pecados capitais, Gula, Avareza, Soberba, Luxúria, Preguiça, Ira e Inveja, a maioria dos políticos tem uns probleminhas com o quarto".

Mr. Hyde mata a pau: "Bem isso, no quarto...". Explodem gargalhadas no bar. Que gente.

A seguir o assunto se concentra nele, Forlán. "Agora vamos ganhar cinco Libertadores consecutivas", disse Marquito Açafrão. O Portuga, dono do bar e único gremista presente, sorri com complacência.

Escolheram a obra do Pelicano, do Bom Dia (São Paulo, SP), aludindo ao novo sócio do Lula.



A senhorita Leila Ferro separou a obra do Rico, do Vale Paraibano (São José dos Campos, SP).


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