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O Beco do Oitavo hoje recebe a visita de Lorildo do Guajuviras, primo do Gustavo Moscão, da vizinha cidade de Canoas, parte da Grande Porto Alegre, grudadinha na capital, que há muito desejava integrar-se aos boêmios. Por um dia, é o personagem do bar. À noite será apresentado também aos empinantes do Botequim.
Lorildo, chegadinho num mé, no segundo liso desandou a reclamar da política em sua cidade.
- É uma ditadura. Isso o que está acontecendo em Canoas é puro estelionato, o povo é dominado por um falso partido único.
- Como assim?, disse Lúcio Peregrino, ao tempo em que acionava o notibuc tentando obter notícias das eleições canoenses.
- Como assim que se juntaram 5.000 partidos ao prefeito Jairão do PT, candidato a reeleição, e o povo não tem pra onde correr, nem se flagra disso. É dá ou desce. É gente da ditadura militar que perseguia e matava estudantes, seguida de uma tropa: os gatos das seitas religiosas, os Nazistas, os Geriátricos, o Lobo Mau, os Apaches, a Chapeuzinho Vermelho (esta já na barriga do Lobão), os Stalinistas, os Mexicanejos, o Judas, o Al Capone, a platéia do Ratinho, o Mussolini, o Bush, o Che Guevara, a Madame Mim, o Coringa, o Barrabás, o Drácula..., uma salada horrorosa.
- Eta bicho atrapalhado, diz direito os nomes. Na verdade são "só" 17 partidos. Nunca simpatizei com esse Jairo, todo pegajoso, frio e calculista - desabafou Gustavo Moscão.
- Nada a ver, Mosca, pegajosos, frios e calculistas todos os coisos são ou transmitem essa impressão, mas pera aí, não pode ser bem assim, isso é totalitarismo - ponderou Mr. Hyde com o seu vozeirão -, salvo se a cidade só tiver eleitoranta.
- Ora, Hyde, e em Porto Alegre, da Manoelinha Meia Entrada e outros bichos, acaso também não é tudo eleitoranta? - exclamou Tigran.
- E o Lula não deu a bunda para o Maluf, Hyde? É a moda, pra dividir o butim, aí fazem o que querem sem o perigo de serem criticados - disse Carlinhos Adeva.
- Sem oposição, com a imprensa todinha deles... - lembrou Nicolau Gaiola.
- Não achei nada na internet - disse Lúcio Peregrino -, mas tem uma notinha que dá os nomes dos candidatos. Além desse Jairão e sua tripa de sócios, tem o Paulo Sérgio, do PSOL, e o Maradona, do PSTU.
- O que adianta, PSOL e PSTU não têm um pila nem pra santinho - lamentou Nicolau.
- Ei, achei algo aqui - diz Lúcio: parece carnaval, o nome da salada do Jairão do petê é Bloco do Orgulho Municipal, o BOM. Ahahah... bom pra eles.
- Ei, achei algo aqui - diz Lúcio: parece carnaval, o nome da salada do Jairão do petê é Bloco do Orgulho Municipal, o BOM. Ahahah... bom pra eles.
E os boêmios seguiram com as lamúrias, solidários ao Lorildo do Guajuviras.
Lorildo vai de Paulo Sérgio, do PSOL, mas promete ir para a rua sozinho, se for preciso, fazer campanha contra esse estado de coisas.
Leila Ferro chega pressionando pela charge do Dias. Os boêmios homenageiam o visitante permitindo que faça uma escolha individual. Lorildo agradeceu, disse que repassava a homenagem para a sua cidade e ficou com a obra do Cazo, do Comércio do Jahu (Jaú, SP).
E os boêmios, por maioria, escolheram a obra do Amâncio, de O Jornal de Hoje (Natal, RN).
No Botequim do Terguino o assunto são os marcos valérios e josés dirceus da vida. Como estamos a seis dias do início do julgamento do Mensalão o tema volta à pauta dos empinantes.
Aristarco de Serraria: "Estou esperando que o advogado do José Dirceu e do Lula, o Toffoli, que o petê botou no Supremo Tribunal Federal, se desincompatibilize, o cara tá esperando o quê?"
Contralouco: "Que Troffoli? Aquele réu que virou juiz?"
Aristarco: "O próprio".
Chupim da Tristeza: "Vão esperando...".
Aristarco: "E o Roberto Jefferson, dizendo que o juiz Joaquim quer condená-lo para receber 'aplauso de botequim', e que não será preso de jeito nenhum. A cara-de-pau do elemento..."
O Contralouco se queimou: "Ele quer o quê, que o juiz agrade ladrão do dinheiro público? E se ele afirma que não vai preso talvez ande pensando em se matar... Ora, não duvido que saia de lombo liso mesmo, não é ladrão de galinha para se condenado, no Brasil é assim..."
Chupim da Tristeza: "Se depender de mim, desejo um bom suicídio pra ele e pra todos os cafifas do mensalão... já vão tarde".
Aristarco: "E o Roberto Jefferson, dizendo que o juiz Joaquim quer condená-lo para receber 'aplauso de botequim', e que não será preso de jeito nenhum. A cara-de-pau do elemento..."
O Contralouco se queimou: "Ele quer o quê, que o juiz agrade ladrão do dinheiro público? E se ele afirma que não vai preso talvez ande pensando em se matar... Ora, não duvido que saia de lombo liso mesmo, não é ladrão de galinha para se condenado, no Brasil é assim..."
Chupim da Tristeza: "Se depender de mim, desejo um bom suicídio pra ele e pra todos os cafifas do mensalão... já vão tarde".
Clóvis Baixo: "Pessoal, hoje não tou muito legal. Podemos deixar para falar de nojeiras amanhã?".
Todos concordaram e passaram para o futebol, iniciando com o Clóvis Baixo: "Ontem quase deixamos os egípcios empatarem, tá faltando é técnico, pois temos um timaço...".
Porém, na hora da escolha das charges (exigiram duas, como no Beco, não importa se lá uma era em homenagem a Canoas), a conversa retroagiu.
Ficaram com o Simanca, de A Tarde (Salvador, BA).
Em seguida foi um pandemônio de gargalhadas com a obra do Tiago Recchia, da Gazeta do Povo (Curitiba, PR).
A coordenadora Leilinha Ferro decidiu exercer o direito a duas obras. De tanto ouvir os butequeiros do Beco falarem no Eleitoranta, personagem do Passofundo (O Informativo do Vale, Lajeado, RS), é dele uma das escolhidas.
E a menina agradou aos dois butecos ao abraçar o mestre Aroeira, de O Dia (Rio de Janeiro, RJ).
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