jueves, 12 de abril de 2012

Beba, fume, negra querida

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A cantante é a lendária Cesária Évora (Mindelo, Cabo Verde, 27/8/1941 - 17/11/2011), que aqui no blog tanto choramos antes, e festejamos na partida.

Teve o mundo aos pés, com simplicidade de pés descalços (o quê, na cultura da matriz, diva dos pés descalços, uma negra "feia"?... bom é robô alegre, ah, sim, entendo), notadamente a Europa, além da África e América Central, México no Norte, Uruguay, Argent... Para economizar: sobraram as colônias e a matriz. A matriz, todos sabemos, são os estados unidos, secundado pela ku-klux-klan nacional. Como a VEJA, do atirador Augusto Nunes, que só não trabalhou para o Idi Amin. Que eu saiba. Outro dia mostrei aqui no blog as mortes por inanição e os lucros dos bancos. Céus, que teia. Agora querem menos impostos, para manter 15 bilhões de lucro ao ano, limpinho; cada um.

Na Europa a França na frente, a parte dela que gosta de boêmios sinceros, não importa de onde vem. No tempo em que Cesaria arrasava em terras de França eu era menino, mas recordo do que tentavam me empurrar, do colonizador (como até hoje).

E ainda hoje, eles que promovem drogas, roubos sem fim, levam estados à falência, famílias à loucura, fazem propaganda contra o cigarro, sua maior fonte de lucro, de múltis cavernosas e governos de criminosos. Por mim extinguiriam, palheiro é muito melhor.

Aquele bodão bem sujo na sala, hein, Dora? Hein, Augusto? Quanto ganham por mês? Cem mil? Sentem inveja do topogigio dominical da globo? Ele ganha um milhão?

E as pessoas que querem que eu "viva bastante", me enfiam tomates bêbados, fosforados, alfaces doentes, galinhas inchadas, paraquatadas, cenouras carbamatadas, porcos injetados, rúculas fumadas, bois caídos. Clorofernação. Inferno. Agente laranja. Câncer puro. Até um Ronaldão de ponta de agulha, o nojo dos nojos, sem cérebro, derramando uma coisa amarela pela boca. (Faça-me um favor, meu chapa: não está feliz com iates, suntuosidades, com toda a grana, ainda quer explorar meninos? Suma!, por favor).

Negam hospitais. Enterram os revoltados, que sequer sabem expressar por que são, em fétidos presídios, uma ignomínia. E tem gentes que assiste a Globo, aquele antro de bandidos, só por dinheiro, usando os coitados, ganhando milhões em cima de jegues, e se achando... E aqui fora, gente que assiste e faz campanha contra cigarro, contra saquinho plástico, a favor de crocodilos.

Concordo com tudo. Mas antes disso, precisam sumir os que usam isso para se esconder, para esconder o pior de tudo: a fome que provocam com seus lucros animalescos, de assexuados malditos, coisa de broxa mesmo, o meio que acham para justificar a vida rastejante que possuem é... superar quem não tem como. Então, é talento um animal como os caras da tevê ganharem um milhão, enquanto a fome grassa, o bebê expira por falta de tudo, enquanto sentimentos esvanecem nas agruras de prisões indevidas? É justo eles abrirem champanhes de cinco mil, esses seres, para festejar o quê? Tomar de coitadinhos? Que prazer é esse, seu?, tomar de coitados... quanta alegria isso lhes proporciona... 

Se eu fosse ainda um menino da periferia, sem nada, só o horror, imagine o que eu tentaria fazer com um Elke Batisto Maravilha? Ou alguém vai me convencer que bilhões vem por competência? Não brinca, cara-pálida. Predando sei. Mas como? Quem sabe a gente conta essa estória direito. Nauseante de tão comum. Almas do inferno na Terra, ala dos dissimulados, incapazes de um espelho; A longo prazo, é bom que um coitado desses siga bem vivo, perseguindo seus objetivos, naquela de se atravessar morre de fome. Um exemplo do horror, aos nossos filhos. Um corno desgraçado.

O Congresso Nacional está cheio. Ou alguém aí a sério discutiria como se constroem fortunas, senão pela mentira, pelo roubo ou pela violência? Um ou todos juntos? Claro que não. Dissimulam, pensando que ninguém percebe, mas a que ponto chegaram. O medo de viver é tão grande assim?

Fosse por eles estariíamos todos mortos, o povo todo estaria. Mas não, não estamos. Os vermes hão de comê-los, vão gostar da fama de má compra de mulheres. E desejo isso ardentemente sem raiva. Só saiam, fora daqui. Como reconstituir as instituições a partir da destruição que cometeram?

Tesão e inteligência, já dizia Sócrates, cabem em corpo comum, desde que com alma boa, mas se a alma for grossa não tem nem um nem outro. Pois é, sem alma é bicho. Bicho tem medo, e o medo embrutece mais, sai da frente.

Povo sem inteligência, valente, mas com alma doce, o que transam... filhos e mais filhos, e felicidade. Sem fazer mal a ninguém. Afagos e amor com a vizinhança, sem carros blindados, ué, só ladrão precisa disso. Respeito é bom.

Não saio.

Eu teria pena deles, não fosse o mal terrível que causam, gerações perdidas, meninos bons drogados, escolas falidas, palacetes roubados à mostra.


Gostaria de pedir Acorda Alice, mas algo me diz que é tarde, anoiteceu. E agora?

Fume, negra, beba, tua vida valeu mais que a de todos juntos.  Eu, como tu, por vezes também sinto vontade de me matar, de fugir.

Mas não posso, nem todas as meninas são artistas.

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PS:  João da Noite aqui (autorizado!).
Sobre futebol, o Peñarol de Montevideo abriu mão de competições, de certa forma, ao menos no modo assassino, empresários, injeções, longe de um coitado que Salito citou. Preferiu cuidar da meninada, como muitos clubes uruguaios. Mas lá jogam xadrez antes e depois dos treinos, por gosto, treinam para serem cidadãos. Um projeto fantástico que já chamou a atenção do mundo, exceto aqui, obviamente. Aqui é faustão.




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