sábado, 17 de diciembre de 2011

Salta um rabo-de-galo!, n'A charge do Dias

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No sábado a sensibilidade dos artistas desabrocha em sua plenitude. Dia destes vamos tentar encontrar as palavras certas para definir o processo de criação de uma charge ou caricatura. Inspiração, coragem, astúcia decente, humanismo, boa revolta... deve haver outros componentes que agora de pronto não nos assaltam, que somados pela engenhosidade e bom gosto de cada um transformam o conjunto em obra de arte ao atingir "o ponto". Algo nos diz que não vamos conseguir.

Enfim, a simplicidade do parágrafo anterior denota, mais uma vez, para além das limitações do escriba, a admiração que temos pelos artistas que consideramos, acima de tudo, e este tudo abrange um infinito nas relações humanas, os guardiães da democracia. 

Bem, no sábado os caras vêm a milhão, deve ser resultado daquele chopinho em seus respectivos bares. Não iriam combinar essa coincidência apenas para deixar em maus lençóis os butequeiros de Porto Alegre, mas sem querer o fazem. Como escolher apenas três obras? Os boêmios opinam, discutem, riem, defendem as suas escolhas com unhas e dentes.

Como chegamos de viagem saudosos da companheirada, não foi difícil nos convencerem a publicar em dose dupla, minorando o prejuízo.

Hoje Marquito Açafrão entrou no Beco do Oitavo ainda durante o chimarrão e gritou: "Salta um rabo-de-galo!". Fazia tempo que a turma não entornava um rabinho, a lembrança do nobre drink fez com que todos o seguissem. Antonio Peixoto serviu a todos, balançando a cabeça, dizendo "Ai, ai, ai, vermute com cachaça...", reprovando como quem pensa "Esses doidos vão se emborrachar cedo".

E o Beco, ao cabo de longa batalha, elegeu o Amâncio (com Eduardo Lago), da Tribuna do Norte (Natal, RN).

  
A turma que não sai do quarteirão gosta de viajar longe. A seguir vieram com o J. Bosco, de O Liberal (Belém, PA).




Lá na ponta da rua, avisados por telefone, os boêmios do Botequim do Terguino preferiram seguir na caipirinha mesmo, mas por dentro morrendo de inveja da lembrança do Açafrão. Lúcio Peregrino, que anda fugindo da putchanga aspone do político, hoje iniciando a via-sacra pelo Botequim, expôs o sentimento dominante ao sugerir mudarem para "pau-na-coxa", todos repugnaram a idéia. "Eca, leite condensado não!", disse Mr. Hyde. Parecem crianças. A cachaça da caipirinha do buteco é uma branquinha que o Terguino Ferro traz de Santo Antônio da Patrulha, delícia, só doido para trocar pela droga do pau-na-coxa.

Muita pauleira e saiu a primeira escolha. Renato, de A Cidade (Ribeirão Preto, SP).



Mais uma peleia de 90 minutos e deram uma variadinha, fechando com o grande Santiago, que tem aparecido pouco, possivelmente por distração dos pinguços.
PS: agora 3 da matina, toca o telefone, os boêmios encucaram com a palavra "careca". Caiu a ficha.


Por fim, Adolfo Dias Savchenko. O anjo que o protege ontem nos disse por telefone que na quinta-feira Adolfo vestiu-se a la Gardel e parou às dez da noite em frente a uma casa da Av. Colón, em Córdoba, com doze músicos atrás de si. Cantou El Dia Que Me Quieras (Gardel/Le Pera) e com isso a loura por quem se apaixonou abriu as pernas, digo, o coração (é outra loira, a argentina anterior já era). Acreditamos que na semana que vem já o teremos de volta.

De maneras que hoy toca a mi representarlo. O que tento fazer tendo em mente a sua sensibilidade.

Dálcio, do Correio Popular (São Paulo, SP).



E ele, Nani.



Y así pasan los dias.
Salito.

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