jueves, 22 de diciembre de 2011

Maldita Cocaína

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Em 1929 os portugueses Cruz e Sousa & Almeida Amaral compuseram para a peça Charivari esta bela página. Vem de longe a tragédia das drogas.

Bem, dizer assim, as drogas, é uma covarde simplificação. Vem de longe a tragédia humana, a decepção de milhões de almas com o mundo de horror que vemos, onde bandidos nada musicais sempre ganham, à força. Os escravos não pensam, falta de escola, mas temos uns que cortam os pulsos no piso do chuveiro, lá adiante outro morre tentando dar um tiro no dono de uma fábrica de armas, ou num banqueiro, e morrem. 

A fuga do sistema, melhor morrer do que continuar assim. Estes, que se drogam, acham que não há solução na humanidade, se entregam, a morrer. Só doido ou mal-intencionado para criticá-los. Eu ainda sonho em enforcar os banqueiros e donos de armas; claro, ao preço da minha vida. As crianças que vierem a seguir serão melhores que eu. 

Aqui com a grande cantante lusitana Lena D'Água  (Helena Maria de Jesus Águas - Lisboa, 16/6/1956). Um amor de Lena. Em palco estranho, custou a fabricar clima para si mesma, o ar era congelado, vontade de voltar para casa correndo, mas superou-se, conseguiu, eles que vão à. Vou cantar e esquecer. Acabou "bem".

Bravo! Lena.



Não esqueço a noite fatal
Em que vi a minha amante
O olhar duro e tão brilhante
Como o aço dum punhal.

A sua boca mordia

Suas mãos eram tenazes
Deixando nódoas lilazes
No meu corpo que sofria.

Maldita cocaína

Que roubaste a minha amante
Que p'ra sempre enlouqueceu
O teu poder fascina
És um corpo de bacante
Com melodias de orfeu.

Maldita cocaína

Odeio-te e gosto de ti
És a minha companheira
Embora a mais traiçoeira
Que eu amei e conheci.

Hoje não posso deixar

Esse pó de maldição
Vivo da sua ilusão
Acordado e a sonhar.


  

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