jueves, 8 de diciembre de 2011

Rasgando o mapa do Brasil

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No próximo domingo, dia 11 de dezembro, empurrados por meia-dúzia de gatos pingados, os irmãos paraenses caminham para criar mais uma teta na mesma porca, como disse alguém. Não entendemos, ou melhor, entendemos muito bem, porque não fomos convidados a votar nesse plebiscito, afinal também somos brasileiros. Se acaso a gauchada quiser, o Rio Grande do Sul pode se dividir? Fácil assim? Ora, qualquer gesto que produza efeitos na federação é assunto de todos os brasileiros. Quem ganha com a tal divisão, o povo? Ora, povo... que povo, que bicho é esse?, sai dessa. Quem ganha são os malvados e vagabundos.

Sim, os malvados e vagabundos no fundo querem é dinheiro, poder, de quebra reduzindo a representatividade dos estados do sul, que entram com a grana. Se uma estupidez desse tamanho passar, este governo ficará na história como co-autor da bandalheira, por ação ou omissão.

O professor Gaudêncio Torquato (no JB, AQUI) ontem tratou do assunto. Lá pelas tantas, diz:

Vamos ao fato. Um grupo de políticos quer repartir o Pará para criar mais dois estados, Carajás e Tapajós. Pelo visto, fecha os olhos para esta continha feita pelo Ipea: o Pará tem hoje um superávit anual de cerca de R$ 300 milhões, já excluídas as despesas da receita orçamentária. Carajás, se fosse criado, teria um déficit anual de R$ 1 bilhão e Tapajós, de R$ 864 milhões, enquanto o novo Pará começaria com um buraco de R$ 850 milhões. E por que alguns pretendem transformar a atual receita em estupenda despesa? A justificativa mais plausível aponta para o complexo da chupeta, a inclinação dos filhotes do patrimonialismo a mamar nas tetas do Estado.

A divisão do Pará, a ser submetida a plebiscito dia 11, domingo, é mais uma tentativa entre os 23 projetos de fracionar regiões que tramitam no Congresso e cuja motivação é preponderantemente política: ampliar domínios políticos regionais. Quase sempre as arrancadas legislativas desprezam princípios de racionalidade e viabilidade econômica para a divisão de estados.

Oremos, não há de passar.




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