miércoles, 13 de junio de 2012

Da Justiça a clava forte

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No Beco do Oitavo, lá pelo quinto aperitivo, os boêmios resolveram homenagear a Justiça brasileira, na figura do desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. O homem quer anular as interceptações telefônicas que deram causa à prisão do Carlinhos Cachoeira. Se anuladas, periga acabar até com a CPMI e com o processo contra o eminente  senador Demóstenes, o rei da moralidade pública, todos poderão voltar às suas honestas atividades.

Carlos Adeva lê para a turma o discurso do juiz: "Quem corrompeu? Quem foi corrompido? Qual foi a sonegação tributária? Essa interceptação telefônica não pode ser autorizada com base em meros indícios.

Mr. Hyde troveja: "Esse é touro! Está coberto de razão! Esse magistrado é da escola do Gilmar Dantas. Prova irrefutável de que tem razão são os diálogos e e-mails interceptados, que nada têm de errado, apenas inocentes conversas entre amigos, em alto nível, falando sobre a viação férrea".

O ator Nicolau Gaiola nesse instante já canta o Hino Nacional, simulando emoção e fervor.

Carlos Adeva: "Não se enquadra nos pressupostos legais. Afinal o Sr. Cachoeira não é pé-de-chinelo...".

Marquito Açafrão: "Há controvérsias...".

Carlos Adeva: "Quis dizer que não é pobre, ora. Bem, não é preto...".

Mr. Hyde: "Nem puta...".

Marquito Açafrão: "De novo: há controvérsias".

Tigran Gdanski propõe um brinde ao advogado Márcio Thomaz Bastos: "Ao  sensacional Marcianito, homem com quem a Justiça e o povo do nosso país possuem dívida irresgatável, nunca tantos deveram tanto a um só".

João da Noite: "E depois sou eu que bebo...".

Marquito Açafrão: "Ta falando do juiz?"

João: "Tou falando de vocês...".

Muitos levantam os copos e acompanham Nicolau Gaiola no Hino, fortes na passagem "Mas se ergues da Justiça a clava forte, verás que um filho...".

Gustavo Moscão, como sempre fiel ao apelido, intervém irritado: "Mas pera aí, não tou entendendo 'esse trem'! Pra mim o cara é um mafioso, e o adeva é protetor de mafioso! Ora, 'tão' lá as gravações, uma nojeira imensa!".

Carlinhos Adeva: "Ora, Mosca, estamos somente brincando, se a gente ficar sério acaba chorando, já que nada podemos fazer".

Erguem um brinde ao Brasil e escolhem a obra do Frank, de A Notícia (Joinville, SC).





No Botequim do Terguino os pinguços também estavam em ritmo de homenagem, talvez seja a manhã ensolarada de Porto Alegre que os tenha inspirado. Ontem assistiram pela TV Câmara o depoimento do governador de  Goiás. Saúdam os políticos presentes ao teatro do escárnio com a obra do Newton Silva





Leila Ferro diz que quase caiu para trás quando ouviu o governador dizer que não sabia que o Carlinhos Cachoeira era mafioso. "Tio Salito, até eu vi o vídeo antigo do Waldomiro Diniz, de 2004!". Pois é.
Leilinha ficou com o Aroeira, de O Dia (Rio de Janeiro, RJ).



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