viernes, 29 de junio de 2012

A falência do Eike Batista

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No Beco do Oitavo o primeiro assunto dos boêmios foi a reafirmação do que decidiram ontem à noite, a respeito da visita das nobres profissionais do sexo, noticiada assim na capa do blog:

João da Noite, urgente: "Às 18 horas recebemos no Beco do Oitavo a visita das senhoras Diana Chupinsky e Lucinha Ternerovsky, protegidas da famosa Stanislava Perkoski (a Polaca), futura presidente da Hidrelétrica de Belo Monte, propriedade do Sr. Sarney e seus amigos".

Se de um lado pensam no nome da Polaca para moralizar o ambiente, de outro querem empurrar na nobre administradora o Ricardo Teixeira de vice-presidente, e a equipe econômica do FHC, além dos especialistas em recursos não contabilizados do Lula.

Palocci para consultor de vendas de segredos, e mais uma tropa  que todos sabem. 

Ãã, não mesmo, Polaca não aceita de jeito nenhum: posso ser puta, mas isso eu não faço, aqui não, violão. Ou eles ou eu.  Bem...  o futuro nos trará um desfecho.

Ops, mania de desviar de assunto. Ainda o João:

As senhoras em comitiva reclamam, com inteira razão, da insistência dos boêmios em chamar os políticos de filhos da puta, alegando cruel injustiça, posto que jamais, nunquinhas, pariram seres desse naipe. Mostraram que os meninos estão matriculados em boas escolas, vacinados, e sabem que é feio roubar, apanham se tentarem".

Está decidido: não mais chamarão os políticos de filhos da puta, de fato um grave insulto às trabalhadoras, e sim apenas de  "coisos", enquanto pensam em uma denominação mais  apropriada. Marquito Açafrão sugeriu "gigolôs", mas não houve consenso, a partir da advertência de Mr. Hyde: "Não dá, estaremos desmoralizando os pobres cafifas, não demora aparece uma centena de rufiões protestando em frente ao bar".



Clóvis Baixo, no caminho para o Botequim do Terguino, dá uma paradinha no Beco do Oitavo, debaixo do braço um jornalão conservador, o Valor Industrial, no justo momento em que os boêmios do Beco escolhiam a obra do dia. Luciano Peregrino foi o primeiro a vê-lo em pé no meio do bar, gritou: "Buenas, gaúcho amigo, que prazer receber tão honrada figura, se aprochegue, puxe um banco".

Clóvis Baixo, concentrado, não respondeu à saudação. Ar de suspense, abriu o jornal e leu, alto e bom som: "Decretada a falência de Eike Batista!". Pularam todos das cadeiras alvoroçados. "Eu não disse que um dia...", exclamou Tigran Gdansk, urrando de prazer. Marquito Açafrão, se abraçando com Walter Schiru: "Deus existe!".

Clóvis Baixo deu um tapa na cabeça, como quem esqueceu algo, largou o jornal sobre a mesa mais próxima e saiu dizendo já volto. Mal saiu e os boêmios se jogaram em cima do jornalão.

Isso não se faz, abusar dos sentimentos dos amigos. Depois da sacanagem, é bom que Clóvis Baixo demore a aparecer no boteco, pois obviamente que o indivíduo não faliu, afinal um fortunão daqueles - construído como explicou o jornalista Hélio Fernandes em Os meninos do Beco do Oitavo e a riqueza - não se dissipa de uma hora para outra, só caiu para o 27º mais rico do mundo.  Rico de dinheiros, apenas, mas para algumas pessoas isso tem alguma importância.

Prometendo vingança e enojados de "tudo isso que está aí", os amigos elegeram a obra do Fausto, do Jornal Olho Vivo (Guarulhos, SP). Na quarta-feira os boêmios iniciaram torcendo pelo Boca, mas já no Hino Nacional alguns começaram a hesitar, e com o andor da carruagem acabaram torcendo pelos paulistas. Todo  boêmio é assim, sentimental, coração de manteiga.






No Botequim do Terguino os empinantes vibraram com a história do Clóvis Baixo, uma festa. "Agora todo cuidado é pouco, eles vão querer se vingar", advertiu Aristarco de Serraria. 

Acabaram escolhendo uma obra aludindo aos coisos que finalmente mostraram ao povinho a sua verdadeira e horrível face. Disse o Contralouco: "É, mentir para sempre é impossível". Com o grande Newton Silva.





A discreta senhorita Leila Ferro abraçou a obra do Cazo, do Comércio do Jahu (Jaú, SP). Foi aplaudida em pé pelos pinguços. Jucão da Maresia resumiu: "Essa ONU é um antro de gente que não tem o que fazer, tudo na  base do quem indica". Pois é, pode ser.




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