domingo, 17 de junio de 2012

Eu na cadeia, na Charge do Dias

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Como falamos na sexta-feira, dentro de um ano ou mais os desavisados passantes lerão neste blog a explicação abaixo. Até lá esperamos que nossos advogados já tenham nos tirado da cadeia. É quase certo que o Sr. Cachoeira estará fora, posto que sequer será condenado, mas conosco é diferente, pois dificilmente poderemos pagar honorários para um ex-ministro da justiça nos defender, este o respeitável Sr. Márcio Thomaz Bastos, famoso pagou, levou. 

Ainda que pudéssemos não pagaríamos, não simpatizamos com pessoas assim, para não falar de uma ponta de repulsa, seríamos indelicados com tão nobre alma, tão festejada por ídolos de esquerda. E dizemos isso pelo simples fato de que não simpatizar não é crime nem contravenção, se bem entendemos o artigo 5º da Carta Magna. Além disso, os nossos causídicos podem não ter influências, mas são tecnicamente muito melhores, ao nosso ver. Não são amigos de juízes, e isto é salutar ao bom desenvolvimento do processo.

Ocorre que ontem, sábado, demos um pulo até o Uruguay para encontrar a salmantina Dolores, deixando o Sr. João da Noite como responsável pelas postagens neste blog, música e charges. Se papai fosse vivo, pediríamos para ter uma conversa com João, anda impossível. Se passa por um vereador ou deputado, diz na maior: "E aí, falcatrua, roubando muito?". E outros elogios, mas baixinho, sem testemunhas. Quando encontra aspones, então...

No livro "As Aventuras de João da Noite", tratando das encrencas do famoso boêmio, essa e outras peripécias serão contadas em detalhes. O livro ainda será escrito, estamos decidindo se por nós ou pelo João Ubaldo Ribeiro, algo nos diz que se pelo imortal itaparicano haverá mais saída. No livro, teremos a estória completa do célebre encontro entre o notívago e a deputada Manoela Namorida, ambos de porre. 

Calminha aí, deputada, claro que tal encontro nunca houve, mas o debate sim, o boêmio ficou uma noite inteirinha trocando impressões com a imaginária dama - o que faz a bebida, como se estivesse em sua frente, separados por garrafas de uísque e cerveja. Vez em quando, ao trocar Mozart pelo Wando no prato, o que faz a bebida, ele acendia um cigarro diante da fantasmagórica beleza, seus olhos castanhos se tingiam e se saía com sugestões de aproximação, digamos, pouco parlamentares, prontamente repelidas, mas nada de grosserias.

O diabo, caros amigos, é que ontem o afamado boêmio tomou um foguetaço daqueles, danificando de modo irremediável o estoque de bebidas da palafita. Nesta madrugada, ainda aqui no Uruguay, ao verificarmos os e-mails topamos com uma enxurrada de cem alertas, feitos pelos amigos mais chegados, muitos deles advogados, sobre o que encontraram no blog. Imediatamente excluímos as postagens e o Sr. João foi suspenso por tempo indeterminado. O irresponsável simplesmente esqueceu música e charges, mas atolou o blog de referências desairosas aos grandes homens da república. Dando nomes aos bois. João: só uma palavra define o ato de insultar juiz: suicídio. São os caras que vão nos julgar, pombas.

Aqui não podemos reproduzir a íntegra, obviamente, mas chamar juiz de sem-vergonha, ministros de canalhas, governadores de mentirosos, deputados de filhos-da-puta,  francamente... Se por acidente alguém tropeçou no blog antes de passado um ano, como referimos anteontem, estamos fritos, serão dúzias de processos criminais, até o fim do mês chegaremos ao centésimo, somando aos que adquirimos por vontade própria. Daqui a pouco alcançamos o mestre Aroeira em número de pendengas. Que o Sr. João entenda, de uma vez por todas, que uma coisa é o cidadão ir para a cadeia pelo que escreveu, e outra bem diferente pelo que outros escreveram embriagados.

De lembrar ao sábio que não basta provar as afirmações cometidas, isso elude apenas o crime de calúnia, restando ainda os de injúria e difamação. Em outras palavras, o senhor não pode sair chamando uma prostituta de prostituta, mesmo que prove isso, pois estará difamando a decente profissional, afinal seus familiares e vizinhos poderão não saber de suas atividades no outro lado da cidade. Não seria bem o caso aqui, mas dá na mesma: no primeiro processo vem a condenação e a prestação de serviços comunitários como pena, mas no segundo já não haverá o atenuante da primariedade, resultado: cana para Salito.

De modo que hoje somos forçados a agradecer a Mr. Gugle, ou a Mr. Gmail, parece que são casados, ou a quem quer que seja o dono desta joça, por fingir que não existimos no seu buscador pelo prazo mínimo de um ano.

Bem, isto posto, vamos ao que interessa. 

Ontem comemorou-se o aniversário de Mr. Hyde nas dependências do Beco do Oitavo. Segundo narrativas de alguns presentes, uma festa para ninguém botar defeito, que prossegue neste momento com churrasco na rua. Sim, fecharam a rua e instalaram barris de chope na calçada. Estranhamente não se viu nenhuma camiseta do Internacional, salvo a puída do velho Negrote, o morador de rua que habita o Viaduto dos Açorianos, que sempre comparece às festas como convidado especial, bóia e pinga de graça. O sábio João da Noite emendou o fogo e consta que agora dorme num canto do buteco, o Portuga juntou três cadeiras que lhe servem de cama, com o poncho de Aristarco de Serraria por cima.

As obras dos artistas do traço e do pensamento que seguem, pelos motivos acima expostos, se referem ao fim-de-semana, vez que o sábado aqui passou em branco.

Os boêmios do Beco do Oitavo escolheram a obra do Dálcio, do Correio Popular (São Paulo), onde, sem juízo de valor, parece que vemos uma pessoa soltando e outra trancando a água de um dique, esta última evitando que uma cachoeira inunde alguma cidade ou país, ou simplesmente campos e vales. Dizem que os argentinos detestam Itaipu por uma besteirinha dessas: se a barragem se romper submerge Buenos Aires com a violenta carga d'água que se precipitará sobre a capital dos hermanos. Deus nos livre, deixa trancado.





Os companheiros do Beco também escolheram a obra do Duke, do Super Notícia (Belo Horizonte, MG). Isso nos lembra o aniversariante de ontem, Mr. Hyde, que antigamente dizia que a cada vez que o narrador de futebol berrava "ai, vai, Robinho, ui...", simulando grande emoção, como se estivéssemos num país de débeis mentais, ele sentia vontade de cortar os pulsos, ou de dar um tiro na tevê. Grande figura, o Hyde, não o Galvão.





A turma do Botequim do Terguino ficou com o Pelicano, do Bom Dia (São Paulo, SP). Aqui achamos que dá para reproduzir uma das asneiras do João da Noite, para rirmos um pouco. Dizia o infamante bebedor que o PT de São Paulo estava prometendo, em troca do apoio do homem que é caçado pela Interpol em todo o planeta, fora o Brasil, aquele lugarzinho que os bichos possuem abaixo da cola. Só rindo, mesmo, esse João, até que sai com alguma piada boa...




Os empinantes do Botequim também ficaram com o Humberto, do vovô Jornal do Commercio (Recife, PE). No hay comentarios.




Por fim, a jovem deusa dos boêmios, filha do Terguino e coordenadora da coluna, Srta. Leila Ferro. Está engasgada com o inútil blá-blá-blá que segue vindo do Rio de Janeiro. Ficou com o Duke, de O Tempo (Belo Horizonte, BH). Só dá Duke.




E com o Lute, do Hoje em Dia (Belo Horizonte, MG).




E hoje tornamos a agradecer aos espetaculares artistas do traço e do pensamento, o que fazemos de tempos em tempos, bem como ao fantástico site A Charge Online, por permitirem a reprodução das obras e pela facilidade de coleta, sem que ainda nos tenham processado pela divulgação das escolhas dos amigos. Como vimos lá em cima, de processos estamos cheios, e grana para pagar indenizações, que é bom, neca.

Y así pasan los dias.
Salito.

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