jueves, 16 de agosto de 2012

Julian Assange baila o Pasillo Ecuatoriano, na Charge do Dias

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"Os ingleses estão doidos para mandar o Julian Assange para ser assassinado na cadeira elétrica nos Estados Unidos, ameaçaram até invadir a embaixada equatoriana em Londres, era só o que faltava", disse Aristarco de Serraria, abrindo os trabalhos no Botequim do Terguino.

"Uma vergonha inominável para a Austrália, que, cooptada pelos ianques, abandonou um cidadão australiano", disse Lúcio Peregrino.

"Eu vi, por trás disso tem o dedinho do Tio Sam. O chanceler do Equador ficou furioso e mandou os imperialistas à merda. Filhos da mãe, se invadirem a embaixada, que é território equatoriano, então essa ONU tem mais é que fechar as portas, já é uma mentira mesmo, não serve para nada, os americanos fazem o que bem entendem, matam quem quiser", rosnou Mr. Hyde.

"O asilo tem dedinho da Dilma, graças a Deus", respondeu Aristarco.

"Sei não. Que tem algum dedinho, tem, mas não sei se o da Dilma. Esses piratas têm mais é que devolver as Malvinas para a Argentina, ora bolas", rebate Tigran Gdansk.

"Os imperialistas se desesperaram ao perceber que o Equador concederá o asilo político. O mundo inteiro clama por isso", disse Jezebel do Cpers.

"Se eu fosse a Dilma trataria de armar o Brasil, cedo ou tarde os ianques vão querer os nossos recursos naturais, e lá vem míssil em cima do Cristo Redentor", opinou Tigran.

"Pior se for em cima do Laçador, aí vão ver o que é Vietname quando descerem dos aviões", insuflou-se Chupim da Tristeza.

"Em vez de armar, os viados do governo  ficam tentando desarmar os homens de bem, pra agradar os riquinhos do Viva Rio que vivem na boa na praia, nunca viram o Brasil, até  o nosso Tarso... O Gugle e o Feicebuc só falam de paz, abichornando a moçada, do mesmo jeito... Azar, a gente peleia de adaga mesmo, mas é ruim, hein?", desabafou o Contralouco.

"Do mesmo jeito que nos empurraram as músicas deles, se é que se pode chamar aquilo de música, as roupas feias, se é que..., seus filmes ridículos, quero comer é a aranha da mãe deles, o batman viado, quero incendiar a bandeira do mal, que tremula todos os dias na tevê do Brasil...", bradou Clóvis Baixo.

Opa, nervosismo no bar. Silêncio. Clóvis quase chora de impotência e é arrastado para longe pelo Terguino.

Frio na alma de todos os amigos. O Clóvis não disse nenhuma novidade. Frio porque ele está no limite, hora de parar.

Silêncio com seus copos.

Depois os boêmios aproveitaram para debater as últimas do mensalão, antes da chegada do Nicolau, que não suporta mais ouvir falar desse assunto. Concluíram que os advogados dos mensaleiros seriam todos reprovados, se prestassem o exame de ordem da OAB, coisa que  nunca fizeram. Carlinhos Adeva resumiu: "São  uns bostas, não passam em exame nem pra estafeta, viram o cabelo daquele mafiosão dono  de restaurante, esse talvez sirva para cozinheiro. Dizer asneiras no tribunal pode, mas no exame, se disser, não passa".

Jussara do Moscão: "Não adianta insultarem os adevas, é do jogo esse mise-en-scène, tu sabe disso, Carlinhos. Se dependesse de vocês os mensaleiros já teriam sido fuzilados sem direito à defesa".

Contralouco: "Só o José Dirceu".

Leilinha Ferro foi a primeira a escolher a sua obra do dia, precisa sair. Lúcio Peregrino assumiu os trabalhos dali em diante. Ela escolheu a charge do Quinho, do Estado de Minas (Belo Horizonte, MG). Querida menina. Por unanimidade a obra irá direto para a parede do Botequim, depois de emoldurada. Todos enviam abraços inteiros ao Quinho. O bar chorou.



Depois de mais algumas losninhas, os empinantes do extinto Beco ficaram com o Pelicano, do Bom Dia (São Paulo, SP).




A tigrada do antigo Botequim ficou com o Ikenga.



Às 9:30 chegou a tão esperada notícia: o Equador de fato concedeu asilo político ao ativista Julian Assange, salvando-o de humilhações,  tortura e morte pelos criminosos norte-americanos. Ele segue alojado na embaixada em Londres. O Botequim explodiu em festa. Jezebel do Cpers pediu seu primeiro martini, emocionada, murmurando "Nem tudo está perdido neste mundo". Todos esperam que o governo brasileiro dê algum sinal público de apoio à decisão do governo equatoriano.

(A charge que abre a coluna do dia é do Newton Silva, do dia seguinte - 17/8/2012, colocada a posteriori pela perfeita ilustração do caso)


(A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que há poucos dias se..., bem..., se fundiram (veja AQUI), devido a dívidas com o sistema bancário, ou agiotário, como eles dizem. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro.)





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