viernes, 3 de agosto de 2012

Joaquim Barbosa e o teatro do mensalão, n'A Charge do Dias

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Sexta-feira é sexta-feira, os empinantes chegam a milhão no Botequim do Terguino, com muita sede. Às 9:00 h já se mexiam pedindo losninhas e lisos para rebater o chimarrão.

Clóvis Baixo chegou elétrico, já dizendo: "E aê, tigrada, viram o brasileiro massa-bruta hoje cedo?".

Ninguém viu.

Clóvis sentou-se, pediu uma losna para "molhar a palavra" e seguiu: "Bah, um vasto negão do judô, na catega de mais de 300 Kg, calculo, ele e o russo pareciam duas tartarugas gigantes brigando. Aí o russo meteu-lhe um kung-fu e o negão fudeu-se, tremeu o ginásio com a queda".

Papo bem antipático. A turma havia começado a falar do Mensalão antes da chegada do Clóvis, de modo que soltaram uns "Ah, é, que tri" e retomaram a conversa.

Contralouco: "Traição! Mas vai dar Joaquim na pedra, aquele Levandoviski não vai levar".

Mr. Hyde: "Grande ministro Joaquim, com esse não adianta a tal de elite aparecer com malas de dinheiro, aí que ele finca na cadeia. Já inseriu o seu nome na história do Brasil, como um dos grandes pavilhões da Justiça. Esse negócio não tem a ver somente com conhecimentos jurídicos, isso qualquer um pode ter, é um conjunto de atributos, como a coragem, a lisura, que fazem um homem de fato um Homem. É um bastião de ébano!".

O bar inteiro aplaude, Eia, Viva!

Mr. Hyde não se dá por achado, sorri, levanta-se, ergue o copinho de losna e propõe o brinde: "Ao Ministro de todos!".

Arrastação de cadeiras e a resposta forte: "Ao Ministro de todos!".

Tintim.

Tigran Gdansk tosse, mas todos veem seus olhos molhados, disfarça: "O Aristarco não veio mas mandou representante", referindo-se ao filósofo do botequim que sempre ergue o copo aos céus ao mencionar o ministro Joaquim (Joaquim Benedito Barbosa Gomes - Paracatu, MG, 7 de outubro de 1954).

Walter Schiru: "O João da Noite disse que ele foi nomeado pelo Lula, taí mais uma coisa boa que o Lulalelé fez".

Contralouco: "Deve estar arrependido...".

Carlinhos Adeva: "Sabem como os adevas próximos do Márcio Thomaz Bastos o chamam, a ele, esse Márcio? 'God'. Nunca entendi isso. Deus só se for pras negras deles, aqui é mais embaixo, tanto que o cara vive me consultando e...".

Tigran Gdansk: "Tem dó, Adeva, hoje não vem com invencionice, o papo é sério. Isso de God deve ser porque o sujeito tem uma banca grande, seiscentos empregados, e defende o Deus do Trovão e o Deus da Máfia, e os outros, vocês sabem, o Jason, o Al Capone, o Maníaco do Parque, o Barrabás, o Judas, etc".

Carlinhos Adeva: "E depois sou eu..."

Nicolau Gaiola: "Lembram aquela da faixa de espaço entre o céu e o inferno?"

Carlinhos Adeva: "Putz, piada velha...".

Gustavo Moscão: "Não sei, conta, conta..."

Nicolau: "Pois é, o Céu e o Inferno vinham brigando por uma faixa de terra desabitada na fronteira de ambos. Deus empacou que era dele, e o Diabo não mesmo, sai que é minha. Após séculos de discussões que davam em nada, um dia Deus encheu o saco, telefonou pro Diabo e disse: "Tá bom, meu chapa, minha paciência se esgotou, cansei de conversa, agora tu vai ver o que é bom: vou entrar na Justiça pra reclamar o que é meu!". O Diabo deu uma risadinha e respondeu, irônico: "É? E com que advogado?".

Mesmo os que já conheciam a piada riem muito. Gustavo Moscão fica boiando, "Ã?". Lúcio Peregrino, que sempre dá uma ajudinha ao Gustavo na compreensão das charges, esclarece: "Mosca, no Céu não tem advogado...". Aí o Gustavo entendeu e explodiu numa gargalhada,  logo pegou o celular e ligou para contar para a Jussara.

Os boêmios lamentam as ausências do sábio João da Noite e do filósofo Aristarco de Serraria, seria bom ouvi-los sobre estes assuntos. João da Noite, aliás, está sumido há dias.

Mr. Hyde troveja: "Alguém viu o debate ontem?", referindo-se aos candidatos a prefeito de Porto Alegre.

Jezebel, de chegada: "Eu vi, foi uma surra".

Marquito Açafrão: "Se viste o mesmo programa que eu, foi uma surra que o Roberto Robaina e o Érico Corrêa deram, né, Jêze?".

Jezebel assente com a cabeça, enquanto com as mãos sinaliza ao Terguino Ferro que quer um martini com uma azeitona espetada dentro.

Lúcio Peregrino: "A Manoela Meia Entrada está até agora desasada, tentando responder o Érico, que disse pra ela, na maior categoria:  'Teu discurso e teus atos são duas linhas paralelas: andam juntas, mas nunca se encontram'. A Meia Entrada quase entrou chão adentro. Isso tem a ver com as culigações do partido da Namorida".

Jezebel: "Coligações, Lúcio. E te decide, é Manoela Namorida ou Manoela Meia Entrada?".

Lúcio Peregrino: "Coligações nada, pra mim agora o que esses partidos estão fazendo é culigações. E é Meia Entrada na Namorida, huahuahua".

Carlinhos Adeva: "Ouvi que a Manuela Namorida até agora arrecadou só 450 mil de investimentos em sua campanha. Dois anos e meio do salário que ela ganharia se vencesse".

Clóvis Baixo: "Do por dentro. O diabo é que a grana vem do Diretório Nacional e a gente não fica sabendo quem foi o benfeitor. Quem a elegeu pra deputada foi um multimilionário do centro do País".

Jezebel: "O Robaina conseguiu 15 paus e o Érico 5, provavelmente as economias deles mesmos".

Contralouco: "Peguei aquela parte em que o Robaina fudeu com o Villão do PT. Tomei nota, olhem o que respondeu o Villão, sobre o Mensalão: 'Ninguém mais do que nós está interessado em apurar toda e qualquer denúncia de corrupção e desvio de conduta neste País', na maior cara de pau, com aqueles zoião de já te pego". 

O bar vai abaixo em gargalhadas.

Chupim da Tristeza, que chegou vindo de mesa lá fora: "O que me irritou mesmo foi o Miudinho Fortunati, ...".

Leilinha Ferro interrompe: o horário para a remessa das charges estourou, Salito precisa viajar.

A turma do antigo Beco fica com o Paixão, da Gazeta do Povo (Curitiba, PR).



Os oriundos do velho Botequim escolheram a obra do Erasmo, do Jornal de Piracicaba (Piracicaba, SP).



 A coordenadora Leilinha Ferro atendeu aos reclamos de Nicolau Gaiola, que não se conformou em ser voto vencido na turma do Beco. Nicolau é homem de teatro, adorou a obra do Nani. Leilinha: "Chega a dar nojo, né, tio Gaiola?".















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