sábado, 4 de agosto de 2012

Toffoli, o homem do José Dirceu, na Charge do Dias

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O matutino sábado do Botequim do Terguino, aquele, ali no Beco do Oitavo, ao pé da escadaria da Formosa que desce pelo Beco da Fonte, no Centro de Porto Alegre (os indicativos são para os russos, norte-americanos e dinamarqueses que nos lêem, este blog é mais visto por eles, a fila segue, pela ordem, com Portugal, Inglaterra, Holanda e Índia, do Brasil quase nada, 15º na relação. Meu Uruguay, então, em 13º, mas não cremos em ingratidão nem nada, nós é que falamos coisas sem sentido), foi muuuito tumultuado.

Passaram em frente ao buteco um gerentalha do HSBC, outro do Bradesco, um da Caixa Econômica Federal, um chefão do Itaú (este um musculosão que vive malhando, enquando Lúcio Peregrino come a mulher dele no 461 da Marechal), além do aspone do deputado ruralista do camionetão de caubói e músicas de cabaré de centésima catega.

Dizemos gerentes porque, como assinala Aristarco de Serraria, "antigamente era um só, mas hoje em dia mudou, foram demitindo todo mundo, substituindo por máquinas, ficaram com meia-dúzia, e todos são gerentes nessas casas de agiotagem: é gerente de pessoas físicas, de pessoas jurídicas, de financiamentos, de seguros, de remessas indevidas, do cafezinho, da limpeza, de tudo. Os caras ganham mal pacas, mas ostentam o título de nobreza".

O desentendimento ocorreu entre Gustavo Moscão, o nosso armário que era boxeador, e o Contralouco, o nome já diz e já foi muito falado aqui.

O pessoal demorou a notar, afinal eles estavam só conversando lá na calçada. Silvana do Jucão foi quem percebeu os primeiros empurrões, um de lá, outro daqui, mão no peito. Ninguém levantou o braço, ora, amigos, mas a mão no peito era um prenúncio de desgraça.

Silvana apontou para a turma, alarmada, nunca tinha visto algo assim no ambiente de amor, e o gigante alemão, Mr. Hyde, o médico da turma, saiu a mil lá para fora, com o seu vozeirão: "O que vocês pensam que estão fazendo, seus moleques!", parando com o corpanzil entre os dois.

Aí o Moscão disse não é nada, me desculpe, viu Contra, não quis te agredir. O Contralouco disse Nada, eu que fui bobo, pode voltar para dentro, doutor, tá tudo bem.

O Portuga trouxe uns merengues de copo pequeno, cada um pegou um, sentaram numa mesa da calçada e explicaram a razão do desentendimento a Mr. Hyde.

Hyde logo voltou para dentro, meio sorrisinho nos lábios: "Tavam brigando pra ver quem dava nos gerentalhas. Resolvi a 'questã' na democracia do par ou ímpar. O Contralouco ganhou".

E o Contralouco ficou esperando os caras passarem de volta, teriam de passar por ali, agora valentes porque antes não deu nada.

O do Itaú foi o primeiro a apontar, nas mãos uma sacola da Mercearia Zaffurtari. E por essas e outras do destino, logo vieram os outros, cinco caras, o idiota do Itaú a cinquenta metros e os outros logo atrás. 


O Contralouco estava em pé encostado no poste do Beco do Oitavo, fumando, casaco nas costas, parecia a lendária foto da capa do disco do Nelson Gonçalves, só que sem violão, numa hora dessas pudera, Hyde deu graças a Deus quando o Contra topou ir de mãos limpas, desarmado de ferros.

Gustavo Moscão, que tudo via da mesa da calçada, sussurrou, suplicativo: "Tá bom, tu ganhou, Contrinha, mas vai, deixa eu dar uma mãozinha...".

E mais não podemos dizer, neste blog que prima pela delicadeza. Declinamos somente que Mr. Hyde depois tornou a censurá-los: "Isso foi covardia, só o Contralouco já era muito para os cinco coitados, o que dizer de dois...". Eles ouviram a repreensão com os olhos grudados no chão do bar, consciência pesada. Quando o Contralouco encarou o ruralista, o Gustavo já tinha voado para os outros, aí ninguém mais poderia segurar, o Gustavo de tão nervoso largou primeiro, para os detrás... opa, era para não falar.


Clóvis Baixo: "Gente, vamos cantar aquela do Vai Passar. Pense, Mr. Hyde, pelo lado positivo, os putos puderam usufruir seus caros planos de saúde, a estas horas estão sendo costurados a preço de ouro".

Nesse momento Mateus do Bandolim arranca lindos acordes do início do samba

Então, como hoje estamos sem assunto, neste luminoso sábado em que acabamos de receber telefonema de Dolores Sierra "y vamonos a salir", vamos direto às obras eleitas pelos boêmios. Como sempre, muita discórdia, todas são boas, mas acaba saindo uma, não raro por um votinho de diferença.

Os boêmios do extinto Beco do Oitavo ficaram com o extremo-direitista (no dizer deles, seu Roque, eu fora) Sponholz, do Jornal da Manhã (Ponta Grossa, Paraná). Foi por um. A palafita, em unaminimade (hoje estamos com 15 pessoas aqui dentro, os guardas não votaram), que nos perdoem os boêmios dos votos vencidos, fecha com o Sponholz, como aliás a maioria dos boêmios. Tem gente que não fica nem vermelha.

Moscão pega a charge e exclama: "Mas é um... mesmo!". (Isso não pode, seu Moscão, mesmo tendo razão)

Aristarco de Serraria adverte: "Não, não é, eu é que sou um bundão, mas cuidado que ele te processa".

Carlinhos Adeva: "Vai ter que processar o país inteiro, e perde todas".

Aristarco: "Basta desse negócio, pessoal! Por hoje chega de encrenca, não vamos mudar o mundo, não adianta".



Os malucos do antigo Botequim, ainda com o Contralouco jururu pelo cara que pegou de canhota e está mal na UTI, abraçaram a obra do Amâncio, do Jornal de Hoje (Natal, Rio Grande do Norte).




Leilinha Ferro, tadinha, que teve que ir embora - Terguino mandou, na hora em que fedeu lá na frente, voltou e soberana escolheu a obra do Bruno, do Vale Paraibano (São José dos Campos, São Paulo). Bah! Eta menina inteligente!









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