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Como administradores deste blog, informamos aos pinguços sobre as milhares de reclamações que temos recebido. Ontem à noite as enviamos aos boêmios, em e-mail para a coordenadora da coluna A Charge do Dias, senhorita Leila Ferro. É o seguinte: os leitores não se conformam com as escolhas das charges. Todas são excelentes, maravilhosas, dizem, mas estranham a ausência dos artistas do traço e do pensamento do Rio Grande do Sul, no que diz respeito a temas locais. Dizem que jamais vêem uma charge criticando o prefeito da capital ou o governador do estado, ou às suas políticas de governo. Sobre a campanha para a prefeitura de Porto Alegre, nada: o Miudinho, a Namorida, o Villão, o Érico, o Robaina, etc, simplesmente não existem. As principais perguntas são: esses governos são perfeitos? Os chargistas estariam todos cooptados? Os jornais daqui é que não dão espaço aos artistas? É com vocês, amigos.
Ontem mesmo os empinantes discutiram o assunto, e hoje, abrindo os trabalhos, isto é, dando um talho numa cachacinha com losna, o filósofo Aristarco de Serraria, na ponta da mesa, tratou de responder às delicadas questões levantadas pelos leitores.
"Se estão cooptados não sabemos, mas certo é que não abordam esses temas, não se vê críticas às políticas de governo. A favor de nossos artistas, o fato de termos pouquíssimos jornais. Tem um, O Sul, que limita-se a copiar colunas do centro do país, e sequer possui espaço para uma chargezinha, talvez pelos altos salários exigidos pelos artistas. Mea culpa: talvez estejamos errando em não localizar críticas nos blogs dos chargistas, ou não dando a devida atenção aos artistas das cidades do interior. Vamos tentar corrigir isso. Certo é que assunto não faltaria, pois todos os dias vemos cagadas homéricas cometidas pelos desgovernos do Tarso e do Fortunati, por exemplo."
Carlinhos Adeva: "Gente, temos que considerar que os donos dos nossos jornais, noves fora serem todos conservadores, ou de extrema-direita, vá saber, hoje em dia não admitem críticas a qualquer governo, pois vivem mamando na grana da publicidade oficial".
Lorildo do Guajuviras, novamente de visita ao buteco: "Taí, os chargistas têm as mãos atadas...".
Gustavo Moscão: "Tem censura?"
Carlinhos Adeva: "Censura velada, Mosca, nunca expressa em palavras. É simples: dá ou desce. Pode até desancar o prefeito, mas será uma vez só, é rua no mesmo dia, até o pé de oliveira do Beco do Oitavo sabe disso. Pensem: a cada vez que aparece o mestre Nani, viram nome de algum jornal? Não, diz a verdade por independente, os múmios jamais o publicariam. Ele deve ter outro jeito de levar comida pra casa, pois se dependesse dos donos de jornais a família morreria de fome".
Lorildo: "Mas o Aroeira tem O Dia, e diz tudo.
Carlinhos: "Sim, mas O Dia é um só. Em Recife tem o vovô Jornal do Commercio, e uns caras bambas pra caralho. Em Minas Gerais então... Claro que eles enfrentam problemas, mas é outra cultura, lá eles têm em mente pessoas como Itamar Franco, os contistas, ah... deixa pra lá, outra cultura".
Moscão: "E nós que somos gaúchos, machos... não entendi".
Aristarco de Serraria corta seco: "Deu por hoje". E muda de assunto, sorri e calmamente pergunta ao Gustavo como vai indo no trabalho.
Carlinhos Adeva: "Gente, temos que considerar que os donos dos nossos jornais, noves fora serem todos conservadores, ou de extrema-direita, vá saber, hoje em dia não admitem críticas a qualquer governo, pois vivem mamando na grana da publicidade oficial".
Lorildo do Guajuviras, novamente de visita ao buteco: "Taí, os chargistas têm as mãos atadas...".
Gustavo Moscão: "Tem censura?"
Carlinhos Adeva: "Censura velada, Mosca, nunca expressa em palavras. É simples: dá ou desce. Pode até desancar o prefeito, mas será uma vez só, é rua no mesmo dia, até o pé de oliveira do Beco do Oitavo sabe disso. Pensem: a cada vez que aparece o mestre Nani, viram nome de algum jornal? Não, diz a verdade por independente, os múmios jamais o publicariam. Ele deve ter outro jeito de levar comida pra casa, pois se dependesse dos donos de jornais a família morreria de fome".
Lorildo: "Mas o Aroeira tem O Dia, e diz tudo.
Carlinhos: "Sim, mas O Dia é um só. Em Recife tem o vovô Jornal do Commercio, e uns caras bambas pra caralho. Em Minas Gerais então... Claro que eles enfrentam problemas, mas é outra cultura, lá eles têm em mente pessoas como Itamar Franco, os contistas, ah... deixa pra lá, outra cultura".
Moscão: "E nós que somos gaúchos, machos... não entendi".
Aristarco de Serraria corta seco: "Deu por hoje". E muda de assunto, sorri e calmamente pergunta ao Gustavo como vai indo no trabalho.
Contralouco se mete: "Manda dizer pr'esses leitores que, se estão descontentes, que venham pra cá com a gente, ajudar nas escolhas, jogar conversa fora e tomar umas e outras. Hoje à noite tem cantoria no buteco".
O ator e dramaturgo Nicolau Gaiola chega e grita ao Portuga: "Me dá uma cerva, ó portugalino, e uma dose congelada de trigo-velho!", e a conversa muda de rumo.
Nicolau conta que cometeu alterações em uma cena da sua peça "Sarney Nu", a antimetáfora brasileira, que terá sua estreia em breve.
"Sabem a cena onde um bruto negão vestido de diabo-drag come o Sarney? A cena final, onde tá lá o baixinho, pince-nez, fatiota modelo ano 1.890, todo afetado, e surge o diabo-drag com o descomunal membro vermelhão de borracha, rasga as suas roupas, lhe enche de porrada e dá um banho de leite nele? Pois é, botei mais um negão armário, este com pau cor-de-rosa, era pouco leite na hora da ejaculação. Agora sim, será um tambo, o baixinho vai ficar ensopado de branco".
Clóvis Baixo: "Não vá esquecer dos nossos ingressos para a estreia, tá, Gaiola?".
Tigran Gdansk: "Viram aquela da bola da Copa? Tem uma multinacional de produtos esportivos, a Fodidas, que...".
Gustavo Moscão: "Adidas, Tigran".
Tigran: "Ah, Adidas ou Fodidas, é a mesma merda. Bem, eles querem batizar a nossa jabulani de Brazuca, Carnavalesca ou Bossa Nova, uma dessas opções. Brazuca assim, com 'z'. Tem um afamado professor da Universidade do Rio de Janeiro, o Cláudio Henriques, que estrilou: daqui a pouco seremos brazileiros que vivemos em terras brazílicas".
Contralouco: "Eu batizaria de 'Xoxota'. Já pensaram o narrador: 'o ponteiro cruzou e o matador meteu a cabeça na Xoxota', tri-legal". E se esborracha rindo.
Jezebel do Cpers, recém chegada: "Não incomoda, Contra, ora onde já se viu, Xoxota...".
Tigran: "O Ancelmo Góis já sugeriu Mulata, Samba, Pelé, Tanajura... muito melhores que os nomes sugeridos por essa Fodidas. Essa gente não aprende, ora, alienígena se metendo em nossos assuntos".
Carlinhos Adeva: "Mas alguém tá ligando para o que quer a múlti? Só o que faltava. A CBF é que deve fazer o concurso para a escolha do nome".
Lúcio Peregrino: "Eu sugiro escolher entre Gostosa, Samba e Pelé, já que Xoxota a Jezebel não deixa. Gostosa é o melhor de todos. Já imaginaram: 'O goleiro cai agarrado com a Gostosa'. Ou: 'Dá um toque de lado, acariciando a Gostosa'. E na hora do penalti: "Tensão no estádio, Neymar Desodorante segura a Gostosa com as mãos, dá-lhe um beijo e a coloca na marca fatal', uma beleza".
Contralouco: "Troque teus exemplos por Xoxota, vai ver que fica muito melhor, veja: 'Segura a Xoxota com as mãos, dá-lhe um beijo demorado e a coloca na marca fatal'. E se erra o penalti: "A Xoxota bateu no pau!'. O fino, né?".
Jezebel entrega os pontos: "É, até que não fica mal, pelo menos o pessoal de casa vai se divertir muito".
Jucão da Silvana Maresia: "Ontem apareceu um doido de Santa Catarina lá no Supremo Tribunal Federal, o Inri Cristo, que diz ser Cristo reencarnado, e meteu o pé na bunda do Lula, dizendo que ele é o chefão do mensalão".
Contralouco: "Troque teus exemplos por Xoxota, vai ver que fica muito melhor, veja: 'Segura a Xoxota com as mãos, dá-lhe um beijo demorado e a coloca na marca fatal'. E se erra o penalti: "A Xoxota bateu no pau!'. O fino, né?".
Jezebel entrega os pontos: "É, até que não fica mal, pelo menos o pessoal de casa vai se divertir muito".
Jucão da Silvana Maresia: "Ontem apareceu um doido de Santa Catarina lá no Supremo Tribunal Federal, o Inri Cristo, que diz ser Cristo reencarnado, e meteu o pé na bunda do Lula, dizendo que ele é o chefão do mensalão".
Contralouco: "E precisa ser Cristo para saber disso?".
Clóvis Baixo: "Não olhem agora, mas entrou no bar a bicha louca do Sinval Guezim, nem os seus seguranças toleram mais as suas bichices, mas estão juntos. Tu fica quieto, Contralouco, nem olhe pra lá, eles devem ter gostado de apanhar naquele dia. Hoje será bem diferente".
Gustavo Moscão, olhando para o teto, muito disfarçado, abre um sorriso, esfrega as mãos e pede mais uma losna ao António Portuga.
Clóvis Baixo: "Não olhem agora, mas entrou no bar a bicha louca do Sinval Guezim, nem os seus seguranças toleram mais as suas bichices, mas estão juntos. Tu fica quieto, Contralouco, nem olhe pra lá, eles devem ter gostado de apanhar naquele dia. Hoje será bem diferente".
Gustavo Moscão, olhando para o teto, muito disfarçado, abre um sorriso, esfrega as mãos e pede mais uma losna ao António Portuga.
Leila Ferro quebra o clima, interrompendo os importantes debates de antes e exige a escolha das charges, está atrasada para a remessa.
O beberantes do extinto bar Beco do Oitavo, quiçá pela pressão dos leitores, resgataram uma obra de anteontem, do Tacho, do Correio do Povo (RS), sobre um tema nacional.
Os empinantes do antigo Botequim ficaram com o mestre Nani.
Miss Leilinha Ferro abraçou ao Edra, do Diário de Caratinga (Caratinga, MG).
Mr. Hyde, o médico da patota, chegou atrasado, quando as escolhas já tinham sido feitas. Jogou-se aos pés de Leilinha Ferro e suplicou "só mais uma". Ao ver a obra, Leilinha não pôde recusar. É do grande Newton Silva.
(A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que há poucos dias se..., bem..., se fundiram (veja AQUI), devido a dívidas com o sistema bancário, ou agiotário, como eles dizem. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro.)
POIS ACHO QUE O NOME DA BOLA NÃO DEVERIA SER TÃO DIRETO E EXPLÍCITO (ASSIM, COM TODAS AS LETRAS, XOXOTA). EM QUESTÕES COMO ESSA DEVEMOS SER MAIS CUIDADOSOS E RECATADOS NO PALAVREAR, USAR TERMOS MAIS IMPLÍCITOS E ELEGANTES, NÃO TÃO CLAROS, DEU PARA ENTENDER? COMO VULVA, POR EXEMPLO. COM VULVA NÃO SE VAI ASSIM TÃO A FUNDO NO ASSUNTO E PEGA MELHOR (NÃO A VULVA, BEM ENTENDIDO, MAS SIM O NOME). MAS PENSANDO BEM, EU ESCOLHERIA MESMO PARA A BOLA DA COPA (EM HOMENAGEM AO JULGAMENTO DO MENSALÃO E ÀS ILUSTRES SUAS EXCREMÊNCIAS DO STF, RÁBULAS DE DEFESA E POBRES E COITADOS RÉUS), O NOME DE CAIXA DOIS. SIMPLES ASSIM. ACHO QUE VEM A CALHAR E CAI MUITO BEM!
ResponderBorrarGrato pelo recado, amigo. É isso aí. Creio que os empinantes ficam se arriando na ousadia da múlti, ora vir dar nome à nossa bola. Aqui no sul do mundo, tão longe dos cariocas e ao lado dos hermanos, que têm muito mais a ver conosco, possivelmente o nome escolhido seria Milonga. A turma aqui da palafita ficaria com Pelé, uma justa homenagem ao melhor jogador da história. Abração.
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